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Acessibilidade visual em cursos à distância
Acessibilidade visual em cursos à distância
Cursos à distância podem ter características diferentes, mas todas as suas etapas devem ser acessíveis, desde a inscrição até a emissão do certificado. Todos precisam de acessibilidade e outras postagens abordarão alternativas que acolhem diferentes necessidades.
Esta edição do Fique por Dentro aborda acessibilidade para estudantes com deficiência visual em cursos à distância.
Acesso ao meio virtual na deficiência visual: relembrando
Pessoas com deficiência visual podem acessar o meio virtual através de leitores de tela, com voz sintetizada ou linha braille, usar teclas de atalho em vez do mouse, usar recursos de ampliação e outros ajustes visuais. O curso à distância deve ser acessível a essas ferramentas. Os organizadores também precisam conhecer as necessidades do estudante e uma dica para isso é inserir campos sobre necessidades específicas no formulário de inscrição. Seguem algumas orientações para tornar os cursos mais acessíveis.
Orientações
As atividades síncronas podem incluir ações como:
- usar plataforma acessível. Algumas são o Google Meet e o Zoom, que têm sido usadas satisfatoriamente por pessoas com deficiência visual.
- enviar para os estudantes com antecedência informações sobre a plataforma, como necessidade de instalar um aplicativo, cadastrar uma conta, permitir o uso de microfone e câmera, entre outras;
- se um participante com deficiência visual for fazer uma apresentação, promover testes antes da atividade e ofertar o apoio necessário;
- ao falar pela primeira vez na atividade, descrever brevemente a si e o ambiente em que está. Os demais devem fazer o mesmo;
- no início da atividade, dar orientações sobre ações na plataforma, como teclas de atalho e localização de microfones;
- orientar os participantes a deixarem microfones e câmeras desligados para facilitar a compreensão das informações;
- ler para os participantes as mensagens do chat antes de respondê-las.
As plataformas dos cursos devem ter características como fontes limpas, bons contrastes, opções de ajustes visuais, manutenção da funcionalidade após a ampliação, adequação a resoluções de diferentes dispositivos, links com títulos que informem para onde apontam, descrição das imagens, navegação lógica pelo teclado e idioma devidamente configurado. Os módulos, disciplinas e conteúdos devem estar bem-organizados e o tipo dos arquivos, ou seja, se é vídeo, pdf, etc., também deve ser informado, facilitando a localização para todos. Leia mais no material “Dicas de acessibilidade na EaD”, produzido pelo Centro Tecnológico de Acessibilidade do IFRS (CTA), e no “Modelo de acessibilidade em Governo Eletrônico”.
As imagens importantes para compreender o conteúdo sempre devem ser descritas. Na web ou em documentos de texto, as descrições podem vir na legenda, no texto alternativo ou no corpo do texto. Recomenda-se a leitura da postagem “Boas práticas na descrição de imagens”, produzida pelo CTA.
Nas aulas síncronas, o professor deve descrever as imagens e explicar os destaques visuais relevantes ao longo da apresentação. As descrições dos vídeos gravados sem audiodescrição podem ser inseridas nas transcrições em texto. A produção dessas transcrições pode ser mais fácil usando uma ferramenta de conversão de texto para voz, como a ferramenta de digitação por voz do Documentos Google. Lembrando que o texto precisa ser corrigido após a conversão. Há outras alternativas para a inserção de descrições em imagens e/ou vídeos. Pesquise sobre o Edpuzzle, Edulastic e H5P.
Os conteúdos em texto devem ser acessíveis e se recomenda a leitura da postagem "Textos acessíveis para pessoas com deficiência visual". Note que muitas pessoas cegas leem textos em txt. Assim, é recomendável disponibilizar versões em txt junto aos outros formatos.
Destaca-se ainda a importância de inserir informações e imagens com texto alternativo no corpo do texto e evitar notas de rodapé, comentários do Word, células de tabela e caixas de texto, pois, além de algumas pessoas terem mais dificuldade para acessar o conteúdo desses elementos, esse conteúdo pode ser desconfigurado ou perdido em uma conversão para txt.
Também se deve considerar a acessibilidade ao recomendar documentos e links externos. Se o acesso for indispensável e o link ou documento for inacessível, o estudante vai precisar de apoio.
Há softwares e serviços online que verificam a acessibilidade de documentos e páginas, mas a avaliação de um usuário real é fundamental. A plataforma deve ter um espaço onde ele possa informar problemas de acesso e fazer sugestões.
Finalmente, o bom aproveitamento do estudante não depende apenas da acessibilidade digital. É seu papel saber usar as tecnologias assistivas e configurar o seu dispositivo, saber usar navegadores, leitores de arquivo e editores de texto e buscar entender a organização da plataforma. Quanto mais recursos sabe usar, mais pode aproveitar o curso.