Ao depararem com pessoas com Deficiência (PcDs) na parada de ônibus, no transporte coletivo, na travessia de uma rua movimentada, em um restaurante, nos corredores do campus ou da escola, no supermercado, no aeroporto, na estação rodoviária ou em diversos outros contextos, muitos pensam que essas pessoas podem estar precisando de ajuda, mas não sabem o que fazer e se sentem retraídos por não saber como ajudar ou por uma experiência anterior desagradável.

O Fique por Dentro desta semana traz algumas considerações sobre a oferta de ajuda a pessoas com deficiência.

• Não pense que a pessoa com autonomia nunca vai precisar de ajuda - há muitas coisas que PcDs podem fazer sozinhas, mas o auxílio vai ser fundamental em algumas situações. Não exite em ofertar ajuda. Muitos equipamentos, serviços e espaços não são acessíveis e isso inviabiliza a autonomia em dadas situações. Ademais, as diferentes deficiências implicam em diferentes possibilidades e restrições. Mais que isso: há diferentes necessidades e níveis de autonomia entre pessoas com a mesma deficiência, de modo que o que uma pessoa faz com autonomia não necessariamente vai ser feito por outra pessoa com a mesma deficiência.

• Pergunte à pessoa com deficiência se precisa de ajuda e como ajudá-la - ao se aproximar de uma PcD para ajudá-la, primeiro fale com ela. Não a puxe ou empurre. Não movimente sua cadeira de rodas, muleta, bengala ou qualquer outro artefato que ela utiliza ou objeto que lhe pertence sem sua autorização. Pergunte a ela se precisa de ajuda. Se ela aceitar, pergunte como ajudá-la. Se educadamente recusar, não se ofenda. É natural recusar ajuda quando não se precisa. Mesmo fazendo as coisas em um tempo diferente, de uma forma diferente, a pessoa certamente desempenhará a tarefa com autonomia. Se, em algum momento, você recebeu uma recusa grosseira, esteja certo de que isso não vai necessariamente se repetir com a próxima pessoa com deficiência que você encontrar. Muitas aceitarão seu auxílio com gratidão e, mesmo se recusarem, estarão gratas por você ter oferecido.

• Pergunte à pessoa com deficiência quais são os apoios/recursos de que ela precisa em cada situação mesmo havendo algumas estratégias e recursos usados por várias pessoas com deficiência, cada pessoa é que pode dizer o que é mais adequado a ela, o que ela precisa ou prefere. Então, pergunte à pessoa quais os apoios e/ou recursos de que ela vai precisar no contexto em que vocês estão. Familiares e outras pessoas próximas também podem ajudar a entender as necessidades dela. No dia a dia, Relembre outras instruções que tiver recebido anteriormente dela e de sua família e esteja atento a expressões de desconforto.

• Não superproteja: vá descobrindo no convívio com a pessoa com deficiência as habilidades que ela tem e o que pode desenvolver. Observe-a, veja o que ela consegue fazer sozinha. Você vai perceber que, para muitas coisas, nem precisará ajudá-la nem supervisioná-la. Em outras situações, ela precisará, é fato, de uma supervisão ou mesmo de ajuda. Não a exima de cumprir seus compromissos, mas cobre-a, a menos que ela tenha tido realmente um impedimento para cumpri-los. Não a impeça de aprender nem de fazer sozinha o que já sabe. Autonomia é muito importante para a autoestima, para o desenvolvimento, amadurecimento e senso de responsabilidade, sem falar nos ganhos práticos para a vida da pessoa.

• Novamente, conheça a pessoa: é claro que há pessoas que talvez você só encontre uma única vez, mas se você vai passar a conviver com uma pessoa com deficiência, conheça-a. É aconselhável ter acesso a instruções mais gerais, como as trazidas aqui e em outros materiais, mas apenas conhecendo a pessoa você saberá o que se adéqua à necessidade dela.

Acompanhe o Fique por Dentro e conheça mais sobre pessoas com deficiência, inclusão e acessibilidade.

Fique por Dentro!