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Paralisia cerebral
A paralisia cerebral (PC), também chamada de encefalopatia crônica não progressiva da infância ou dismotria cerebral ontogenética, consiste em um conjunto de desordens motoras de caráter permanente e não progressivo, que afetam a postura e o tônus muscular. Essas desordens são causadas por uma ou mais lesões no encéfalo da criança, que podem acontecer no período intrauterino, no parto ou no período pós-natal, até os 18 meses de vida.
De maneira geral, os comprometimentos ocasionados pela paralisia cerebral caracterizam-se como deficiências físicas. Essa especificidade pode afetar o equilíbrio, o controle e a realização dos movimentos e a mobilidade.
Quanto às características do tônus muscular e aos movimentos, a PC pode manifestar-se nas formas:
- espástica: caracterizada por aumento do tônus muscular;
- extrapiramidal: caracterizada pela presença de movimentos involuntários atípicos, que podem ser proximais (coreicos), distais (atetósicos) ou amplos e fixos (distônicos);
- atáxica: caracterizada pela falta de coordenação e de equilíbrio nos movimentos musculares.
- mista: caracterizada pela presença simultânea da espasticidade, dos movimentos involuntários e/ou da ataxia, sendo observada a preponderância de um desses quadros.
Quanto ao envolvimento dos membros do corpo, a PC pode afetar os quatro membros, os membros inferiores, com leve incidência nos membros superiores, ou um dos lados do corpo.
Usualmente, a PC acarreta também comprometimentos à fala e manifestação de expressões faciais características, em consequência da alteração no tônus dos músculos orofaciais. A depender da localização da lesão, pode haver, ainda, outros comprometimentos neurológicos ou sensoriais, que não serão abordados agora.
Um equívoco corrente é o entendimento de que paralisia cerebral é o mesmo que deficiência intelectual. Na verdade, pessoas com paralisia cerebral não apresentam necessariamente deficiência intelectual. Há indicações na literatura específica de que muitas apresentam desempenho cognitivo bastante elevado. Pode haver, é fato, alguns casos em que a pessoa apresente deficiência intelectual, a depender da lesão cerebral ou em consequência da ausência de estímulos suficientes para o seu desenvolvimento, mas isso não é regra.
Os apoios para o estudante com paralisia cerebral envolvem necessariamente a acessibilidade arquitetônica e abrangem outros apoios, como o emprego de recursos de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) e de outras tecnologias assistivas, a depender das características específicas do estudante. Falaremos mais sobre esses apoios em novas postagens. Fique por dentro!