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Planejamento das ações para inclusão na escola – PRIMEIROS PASSOS
Planejamento das ações para inclusão na escola – PRIMEIROS PASSOS
A inclusão educacional de alunos com necessidades educacionais específicas (NEE) pressupõe planejamento de ações adotadas na própria escola e promotoras da efetiva aprendizagem desses alunos. Entretanto, há muitas dúvidas sobre como fazer esse planejamento e frequentemente os profissionais das escolas se sentem desassistidos, sem orientação, sem saber por onde começar, atuando na perspectiva de tentativa e erro.
Longe de esgotar o assunto, o Fique por Dentro desta semana aborda aspectos fundamentais para nortear o planejamento das adequações para incluir alunos com NEE, esperando que as sugestões trazidas auxiliem como ponto de partida para a coleta de informações que nortearão esse planejamento.
Quem executa o planejamento?
Normalmente, aparecem questionamentos como “Quem é responsável pelo aluno com alguma especificidade?”, ou “Quem planeja as adequações nas aulas?”, ou surge ainda a afirmação de que essa é responsabilidade exclusiva do NAPNE, do AEE, do NEDESPE ou seja qual for o setor que atenda especificamente esses estudantes na instituição em questão. Em outra postagem, abordaremos as atribuições de cada setor e profissional da escola na inclusão. Entretanto, pode-se adiantar que essa responsabilidade não é exclusiva de setores específicos. O aluno com alguma especificidade é aluno da escola. O setor específico deve assessorar o planejamento, participando ativamente, contribuindo com a experiência que já tiver, mas os professores desse aluno, o coordenador pedagógico e outros profissionais ligados ao planejamento educacional é que deverão planejar as ações para incluí-lo.
Por onde começar – acolhimento do aluno e compreensão da sua trajetória
Antes de mais nada, é necessário conhecer o aluno que está chegando. Por mais que, em alguns casos, haja estratégias mais gerais, como oferta de material em Braille para alunos cegos usuários desse sistema ou designação de intérprete de língua de sinais para alunos surdos usuários da LIBRAS, o planejamento para cada aluno é individual, considerando suas necessidades, que não são necessariamente idênticas as de outro aluno com a mesma especificidade. A família, os profissionais que assistem esse aluno fora da escola, quando for o caso, e, principalmente, ele próprio podem oferecer informações valiosas para essa compreensão. Assim, para começar, sugere-se:
Contato com a família
- Dialogar com a família, compreender como ela lida com a especificidade do filho, acolhê-la, mostrar apoio, cordialidade. É necessário buscar aproximar-se da família, ajudá-la a desmistificar conceitos que associam a especificidade do filho a uma incapacidade certa e irremediável, estabelecer uma relação de confiança com ela e buscar conquistar o seu apoio para promover ações além do ambiente escolar, necessárias à inclusão e desenvolvimento do aluno. A família é fundamental nesse sentido.
- Aproveitar o contato com a família para começar a colher algumas informações sobre a trajetória educacional do aluno até o momento, o que interessa a ele e pode favorecer a sua inclusão, no que ele é bom, quais os seus potenciais, o que pode ser desfavorável ou deve ser evitado, quais as suas dificuldades, quais as suas inabilidades, o que pode desencadear crises, quando for o caso.
- Vale procurar saber ainda se o aluno tem acompanhamentos, como terapias, aulas de atividades da vida autônoma, aulas específicas, como aula de Braille, aula de LIBRAS, etc. Caso positivo, quais são. Alunos com deficiência intelectual e autistas, por exemplo, podem precisar de acompanhamento com fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros; surdos podem ter chegado à adolescência sem saber LIBRAS e precisar frequentar aulas para aprender. Cegos podem precisar desenvolver a autonomia quanto à orientação e mobilidade ou aprender Braille. Há escolas que já oferecem alguns apoios através do AEE, como aulas de Braille, de LIBRAS e de atividades de vida autônoma. Nesses casos, o acompanhamento necessário já deve entrar no planejamento para o aluno. Quanto aos oferecidos externamente, como certas terapias e aulas que a escola não possa ministrar, deve-se orientar a família a busca-los visando a inclusão e o desenvolvimento do aluno.
Contato com os profissionais externos
- Estabelecer contato com os profissionais que assistem o aluno fora da escola: Além da articulação com a família, é fundamental manter um trabalho interdisciplinar com os serviços e profissionais que assistem o aluno fora da escola. Esses profissionais poderão oferecer informações mais técnicas sobre a especificidade do aluno, sobre os recursos de que ele necessita, sobre a sua aprendizagem e as possibilidades a desenvolver. Tais informações serão valiosas no planejamento e na execução das adequações para a inclusão do aluno dentro da escola. A equipe pedagógica pode solicitar relatórios referentes ao aluno, pedir o apoio desses profissionais na confecção do planejamento e buscar estabelecer com eles uma parceria ininterrupta, com reuniões periódicas e contato contínuo.
Diálogo com o aluno
- Absolutamente nada substitui ouvir o aluno a respeito de suas necessidades. A equipe deve interagir com ele, saber dele o que facilita sua aprendizagem, o que a dificulta, quais recursos têm utilizado ao longo de sua trajetória educacional, quais os seus talentos, no que ele não é tão hábil, o que ele entende que pode ser feito para favorecer a sua participação nas atividades acadêmicas. As propostas do aluno serão atendidas dentro da razoabilidade.
Busque aprofundar as informações sobre o planejamento para incluir alunos com alguma especificidade em outras fontes e acompanhe também o Fique por Dentro. Em outras postagens, abordaremos novamente a temática trazendo mais orientações a respeito do desenvolvimento desse plano e sugestões de adequações curriculares.
Fique por Dentro!