A estudante do curso superior de Design Gráfico do Campus Cabedelo do IFPB, Simony César, teve um projeto vencedor no 44º Seminário Integrado de Software e Hardware (Semish), evento satélite do XXXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC). O evento ocorreu de 2 a 6 de julho, na cidade de São Paulo, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, com o tema “computação para tudo e para tod*s”.

Simony conta que viajou com auxílio do Instituto para apresentar um artigo no CSBC sobre o aplicativo Nina que criou em parceria com estudantes de Pernambuco. O app monitora a violência contra a mulher em transportes públicos, oferecendo possibilidade de denúncia. O Nina foi aprimorado por Simony e virou finalista em concurso da Red Bull. 

“Fui para apresentar um artigo que foi aceito sobre Nina, projeto do app que ainda desenvolvo em um dos eventos satélites, o Women in Information Technology (WIT), mas lá participei também, a convite do professor Kiev Gama, do Centro de Informática da UFPE, do hackathon do Semish”, conta Simony. O hackathon é voltado para construção de uma solução no âmbito de Internet das Coisas, usando sistema embarcado para aplicar nas soluções geradas.

Com as estudantes Letícia Mara Berto (UFSCar), Cleitianne Oliveira da Silva, Rhayane da Silva Monteiro (ambas do IFCE), Simony César Moura desenvolveu o Dona. O foco é otimizar um sistema de cultivo oferecendo dados climáticos em tempo real para mulheres agricultoras de hortas urbanas da comunidade do Passarinho, em Pernambuco. Simony cresceu nessa região onde até hoje mora a sua avó. 

Na área, a ONG ActionAid capacita mulheres inscritas no Bolsa Família para o plantio com hortas urbanas. Os alimentos orgânicos são voltados para a subsistência, mas a estudante do IFPB viu que existia potencial para melhorar ainda mais a vida das mulheres. 

“Mas alimento orgânico tem alto valor de mercado, então se eu pudesse otimizar o plantio dessas mulheres oferecendo dados climáticos daquela microrregião e linkar banco de dados com a demanda de mercado de restaurantes e usuários comuns do Recife, vi que poderia não só otimizar a produção, mas alimentar um ecossistema de empoderamento feminino”, explica Simony. Essa foi a ideia que alimentou o grupo no evento.

“O que antes servia de subsistência, serviria agora como fonte de renda, Dona Célia, Dona Ana, Dona Maria, seriam não só Donas de casa, mas Donas da horta, do negócio e Donas da vida delas”, complementa a estudante, esclarecendo o nome do Projeto.

A aplicação foi criada com o intuito de automatizar o processo realizado pelas mulheres. Através de sensores, consegue-se capturar o clima da região e cruzar os dados com sites de previsão, de forma a prever a melhor época de colheita e plantação, além de outros recursos; automatizar a irrigação, mas com o motor abastecido através de energia solar, abundante no local. Também foi criada uma aplicação com gráficos em tempo real, para que as mulheres tenham o controle da produção. Outros recursos foram idealizados e projetados pelas garotas e podem ser desenvolvidos a mais longo prazo.

Saiba mais sobre os eventos. 

Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB