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Professores e pedagogas transformam sala de aula do Campus Cajazeiras
A função de ensinar perpassa pelos séculos, antes mesmo da escrita, já éramos capazes de, através da oralidade, transmitir conhecimento aos nossos pares. No Brasil, a profissionalização do educador surgiu por volta dos anos 1830 com a criação da primeira escola de educadores no Rio de Janeiro.
Com as constantes mudanças tecnológicas e sociais do século XXI, é urgente a adaptação do ensino às transformações socioculturais. Na busca por acompanhar esse processo e transmitir o conhecimento da forma mais prática e efetiva possível foi que, em 2016, um grupo de pedagogos, professores e alunos do IFPB Campus Cajazeiras se reuniram para buscar técnicas a fim de maximizar o aproveitamento da aula. A partir daí a força tarefa é incentivar o aluno a aprender de forma autônoma e participativa tendo problemas e situações reais como ponto de partida.
Desde então, mais de vinte pessoas já colaboraram com a Comissão de Metodologias da Aprendizagem Ativa do IFPB Campus Cajazeiras. Atualmente, nove integrantes participam ativamente da comissão: Leandro Honorato, Andrezza Nogueira, Claudenice Alves, Eva Campos, Erika Spencer, Jarbas Santos, Marcos Petrucci, Vanda Lúcia, Caroline Jeronymo, Liane Veloso.
A pedagoga Claudenice explica que a comissão surgiu após a realização de um encontro pedagógico no campus. “Surgiu uma inquietação dos professores, principalmente da área técnica e da indústria que apresentaram dificuldades no ensino principalmente dos alunos do subsequente. Começamos a trabalhar em conjunto, submetemos um projeto de pesquisa e passamos a pensar e desenvolver metodologias que facilitassem o processo de aprendizagem ativa”, disse.
Metodologias ativas e suas aplicações no IFPB Campus Cajazeiras
Claudia explica ainda que as metodologias são inúmeras, como: sala de aula invertida, instrução pelos pares, aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem baseada em jogos, seminários, fórum, cine debate e muitas outras. O professor da área de indústria Leandro Honorato esclarece que surgiu um compêndio formado por 20 estratégias que a comissão utiliza, como também uma pesquisa para avaliar o conhecimento dos professores sobre o tema. Segundo ele, “embora não conhecessem o conceito, muitos já aplicavam as metodologias em sala de aula sem nomeá-las”.
Embora mais disseminado a partir da década de 1990, esse modelo de ensino não é novo, é o que afirma a pedagoga Claudia. “Esse processo já foi tratado por Paulo Freire, Jean Piaget e outros teóricos. A aprendizagem voltada para o aluno é um processo de elaboração pessoal, entendendo que o conhecimento não é transmitido e sim construído, no qual o aluno é o sujeito que age e o professor é o mediador, organizador da aprendizagem.”, afirma.
O uso do celular em sala de aula também é discutido pela comissão que é consciente da necessidade de transformá-lo em recurso didático. “A internet disponibiliza qualquer informação sobre qualquer assunto, o celular pode ser uma ferramenta de consulta importante para desenvolver a autossuficiência do aluno”, disse Leandro. A professora Caroline Jeronymo diz que “o professor precisa saber manipular o uso dessa ferramenta, já que os alunos fazem suas pesquisas e cobram conteúdos que já tiveram contato anteriormente através de pesquisas. Eu incentivo o uso durante o processo de criação e metodologias de revisão”, explicou a professora de desenho.
Com dois anos de formação, a comissão se prepara para dar um próximo passo após ter se dedicado a ministrar oficinas e palestras em outros campi do IFPB e outras instituições como UFCG, IFCE. No ultimo dia 31 de maio eles estiveram no Campus Sousa participando do evento de licenciatura do curso de Educação Física. “Estamos maduros para fazer nossas experiências com mais consistência e sentimos a necessidade de nos dedicar mais ao nosso projeto de pesquisa, por isso faremos uma pausa nas viagens a outras instituições”, disse Claudenice.
Quanto ao projeto de pesquisa em si, o professor Leandro conta que a comissão “separou disciplinas para aplicar a aprendizagem ativa de forma mais estruturada, para ao final de cada uma, fazer uma avaliação qualitativa com os alunos para termos um resultado mais claro da eficácia das metodologias aplicadas”, disse.
*Por Clara Marinho - assessora do IFPB Campus Cajazeiras