O Instituto Federal da Paraíba, Campus Campina Grande, promoveu um importante momento de diálogo, reflexão e valorização da cultura indígena. O evento, intitulado "Povos Originários: Debatendo Conflitos Territoriais, Clima e Resistência", foi organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do campus (NEABI) e contou com a presença de 15 representantes do povo Potiguara, etnia originária da região nordeste.

Durante o encontro, os indígenas Potiguara realizaram uma apresentação de boas-vindas, seguida de um momento de partilha de experiências. Os estudantes puderam conhecer mais sobre a cultura indígena por meio de pinturas corporais, músicas, rodas de conversa e exposição de artesanato produzido pelas aldeias. Também houve um espaço para interação, onde os estudantes puderam dialogar diretamente com os representantes indígenas.

A professora Sonale Vasconcelos de Souza, uma das organizadoras do evento, destacou a relevância da iniciativa. “Muitas vezes, a comunidade não reconhece sua própria história, tradições, costumes e língua. Nosso objetivo com esse evento é dar visibilidade a esses povos originários, trazendo suas vivências e experiências para dentro do Instituto, valorizando saberes que têm muito a nos ensinar, especialmente no que diz respeito à relação com o meio ambiente, sustentabilidade e a luta por seus direitos territoriais”, comentou. Docentes de várias disciplinas se envolveram na ação.

Para Sonale, o evento representa um passo importante no compromisso do Instituto com a valorização da diversidade étnico-racial e a promoção de uma educação inclusiva e plural. “Esse tipo de atividade aproxima os estudantes de realidades que, infelizmente, ainda são invisibilizadas. É também uma forma de reconhecer que a história dos povos originários é parte fundamental da nossa identidade nacional”, completou. 

Originários do tronco Tupi, os Potiguara formam o maior povo indígena do Nordeste brasileiro, de acordo com o Laboratório de Antropologia, Política e Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Com aproximadamente 17 mil integrantes, segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) de 2022, esse povo se concentra em uma região do litoral norte da Paraíba, distribuído entre os municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. A ação foi apoiada financeiramente pela coordenação municipal do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba – SINTEFPB.

Texto: Marília Duarte, estagiária de Jornalismo
Revisão: Júlio Cesar Rolim, Coordenador de Extensão do IFPB Campina
Supervisão: Clébio Melo, jornalista do IFPB Campina