A literatura de cordel é um tipo de poema popular, oral e/ou impresso em folhetos, que ganhou esta designação por, comumente, serem expostos para venda pendurados em cordas. No contexto da sala de aula, a literatura de cordel além de representar a cultura regional, assume um importante papel de subsidiar as práticas pedagógicas dos docentes, permitindo o trabalho de variados conteúdos, amoldando-se aos objetivos traçados.

Partindo desta premissa, João Ximenes, professor de Geografia do Campus Catolé do Rocha, que está cursando o Mestrado na Universidade Estadual da Paraíba onde desenvolve o projeto intitulado “Educação Patrimonial no ensino de Geografia: o Cordel e a (re)construção de Memórias e Identidades”, inseriu este rico instrumento em suas aulas trabalhando o conteúdo central do 4º Bimestre.

Tendo como tema gerador o Meio Ambiente e suas vertentes, foram trabalhados assuntos como problemas ambientais, urbanos e rurais, problemas ambientais regionais e locais, práticas sustentáveis no campo e na cidade, consciência ecológica, cidadania ambiental, entre outros com o aporte metodológico de sete cordéis, que tratavam de diversos temas como: seca no nordeste, transposição do Rio São Francisco, água no semiárido, articulação no semiárido, salvem a fauna e a flora do Brasil, segurança alimentar e todos pela água: água para todos, de diversos autores conhecidos como o Poeta Manoel Monteiro.

Posteriormente, os discentes participaram ativamente do processo ensino-aprendizagem fazendo apresentações envolvendo o folheto de cordel específico de cada grupo, articulando o tema central deste e a Geografia. Assim, os grupos trabalharam a Literatura de Cordel nas Aulas de Geografia, utilizando-se do regionalismo encontrado nos mesmos, que é um patrimônio imaterial da cultura sertaneja, para contextualizar temas como seca, água, transposição do Rio São Francisco à luz da Ciência Geográfica.

Para Lindomar Lúcio, aluno do primeiro ano do Curso Técnico em Edificações Integrado, a experiência com a Literatura de Cordel foi extremamente produtiva, pois promoveu a interação entre as aulas de Geografia e a cultura regional: “as aulas do quarto bimestre foram extremamente interessantes, pois nos proporcionou uma identificação com a cultura e tradições da nossa região. As aulas foram interativas e nos remeteu às nossas raízes.” Destacou o discente.