O Campus de Itaporanga, em acordo com as Leis nº 10.048 e 10.098 de Novembro e Dezembro de 2000, que prioriza, respectivamente, o atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais e estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade, regulamentadas pelo decreto 5.296, recebe alunos com essas necessidades. Hoje, o Campus contém em uma de suas turmas pioneiras um aluno D.A (Deficiente Auditivo) não oralizado que se utiliza da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para comunicar-se, e para que haja a interação aluno/professor e vice-versa, uma intérprete de LIBRAS.

A LIBRAS foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda no ano de 2002, sancionada pela lei federal nº 10.436, tornando-se assim a segunda língua oficial do Brasil, contendo estrutura gramatical própria e todos os artifícios estruturais que as línguas orais possuem, exceto pelo fato de ser uma língua espaço-visual.

O aluno Vanielson Miguel está no 1º ano do Curso técnico Integrado em Edificações e já vem mostrando um crescimento significativo em sala de aula com a ajuda da intérprete de Libras Jéssica Lacerda, proficiente na Língua Brasileira de Sinais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Até bem pouco tempo atrás, Vanielson não conseguia ser entendido durante suas participações em sala, foi então, a partir do auxílio da intérprete, que possibilitou que “suas mãos fossem ouvidas” e entendidas por todos os professores e colegas da turma. Notando esse progresso, colegas e professores têm interagido muito mais com ele, prova disso é a curiosidade em aprender Libras.

A surdez não é algo que deva nos trazer um sentimento de que o surdo é incapaz de se desenvolver intelectualmente, pelo contrário, a comunidade surda no Brasil, através das lutas constantes por melhorias e mais leis em favor da educação inclusiva, vem se desenvolvendo bastante nos últimos tempos. Instituições de ensino superior e técnico, como é o caso dos Institutos Federais, estão também se adaptando para atender as necessidades de seus alunos, seja qual for a necessidade deles, fazendo com que esses alunos tenham as mesmas chances que os demais no mercado de trabalho.