Com a proposta de refletir sobre o legado dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, o 2º Festival de Arte e Cultura do IFPB teve início na manhã dessa quarta-feira (09/11). O evento acontece em três espaços: Theatro Santa Roza, Usina Cultural Energisa e no IFPB Campus João Pessoa. A abertura do festival começou às 09h, no auditório José Marques do Campus João Pessoa.

O Festival é organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) e composto por quatro eventos: a I Mostra de Artes Cênicas, a 1ª Mostra Músicas do Mundo, o Prêmio IFPB de Artes Visuais 2022 e o 3º Concurso Literário do IFPB.

 No hall de entrada, está montada a exposição das obras que ficaram em primeiro lugar no Prêmio IFPB de Artes Visuais 2022, nas sete expressões artísticas: fotografia; desenho e/ou pintura; desenho e/ou pintura digital; arte urbana; instalação artística; escultura e objeto; e audiovisual. 

Durante a abertura do festival foram mencionados os vencedores dessas categorias, que eram estudantes, servidores do IFPB e participantes da comunidade externa, entre artistas profissionais e amadores. A exposição estará aberta ao público durante os dois dias de evento (09 e 10 de novembro).

Para o professor da UFPB, Robson Xavier, eventos como o festival são fundamentais para a nova geração de artistas do estado. “É muito importante dar visibilidade aos trabalhos dos novos artistas. Parabenizo a equipe organizadora do festival. Espero que essas exposições aconteçam mais vezes ao ano”. 

 Foram homenageados o artista visual Wilson Figueiredo e o artista plástico Hermano José (in memorian), representado por Gabriela Cordeiro, coordenadora do Museu Casa de Cultura Hermano José. Eles receberam uma placa de homenagem das mãos da diretora de administração do Polo de Inovação, Cleidenédia Morais, e da professora Olga Maria, representante da comissão organizadora do Prêmio.

“Renascer com a Arte”

“Parti da técnica para a arte”, assim Wilson Figueiredo resumiu de forma simples sua trajetória artística. Na palestra de abertura do festival, o artista falou sobre sua experiência com a arte urbana. O artista falou que sempre sonhou em trabalhar com arte, mas sua caminhada artística começou efetivamente em 1998, quando ele se aposentou.

Wilson concluiu o curso técnico de Edificações da então Escola Técnica Federal da Paraíba e foi trabalhar como desenhista projetista na antiga companhia elétrica Saelpa. Foi a partir da sua experiência técnica com desenho, que ele criou uma técnica artística de desenho em arame com uma leitura tridimensional. “Resolvi afastar o desenho 3 cm da parede e com a iluminação incidindo sobre o arame é produzido um desenho tridimensional”, explicou.

 Em 2006, o artista foi convidado para fazer a exposição “Vivificante” no Casarão dos Azulejos, em João Pessoa. A arte de Wilson logo se expandiu e participou de exposições em diversas cidades paraibanas, em Brasília e também no Rio de Janeiro. Em 2015, Wilson Figueiredo recebeu o título de Chevalier Académicien da Mondial Art, proferido pela Academia da França.

“A arte é forma de externar seus sentimentos, por isso não tem questão de idade”, explicou Wilson ao afirmar que o artista cria suas obras para agradar a si mesmo e a quem vai ver sua arte.

Dentre suas criações estão: O Bem do Mar, em frente à sede da PBTUR; Flor de Cactos, na orla de Cabo Branco; O Legionário, na Praça Alcides Carneiro, em Manaíra; A Criança no Trânsito, que está instalada no pátio frontal do DETRAN; a Muriçoca, na praça das Muriçocas, em Miramar; e O Cavaleiro Alado, no segundo girador em frente ao Centro de Tecnologia da UFPB. Também há várias obras urbanas em frente a prédios residenciais da capital paraibana.

O artista contou que sua arte é baseada na cultura regional, além disso, ele gosta de trabalhar com arte figurativa, para representar uma ideia, personagem ou conceito. Para descrever sua principal inspiração, Wilson afirma que para criar uma obra de arte, especialmente, as obras urbanas, ele costuma citar Fernando Pessoa: “Deus quer; o homem sonha; e a arte nasce”.

 Ao final da abertura do Festival, a coordenadora do Museu Casa de Cultura Hermano José, Gabriela Cordeiro, agradeceu a homenagem ao artista plástico e professor da Universidade Federal da Paraíba e exaltou a importância da parceria entre o IFPB e a UFPB. Gabriela aproveitou a oportunidade para convidar os participantes do festival para visitarem o Museu, localizado na praia do Bessa, espaço criado para levar “cultura, conhecimento e troca de experiências”, frisou.

A manhã do primeiro dia do evento ainda contou com as apresentações musicais de Diego José e DJ ZEBB, que ocorreram no pátio do Campus João Pessoa, local onde está sendo realizada a Feira de Economia Solidária e Criativa.

Texto: Daniela Espinola - jornalista do campus João Pessoa do IFPB

Fotos: Thomas Freitas - servidor da DGCom Reitoria