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Projeto de extensão leva oficina a detentos da Penitenciária de Segurança Máxima
R. Venâncio nunca tinha ouvido falar que era possível produzir sabão a partir do reaproveitamento do óleo utilizado em frituras. Ele e mais quatro detentos da Penitenciária de Segurança Máxima Dr. Romeu Gonçalves de Abrantes aprenderam, na tarde desta quarta-feira (20), como acontece a produção desse e de outros materiais de limpeza, através da oficina ministrada por professores e alunos do curso de Licenciatura em Química do IFPB/Campus João Pessoa. A iniciativa é fruto da parceria com o Tribunal de Justiça da Paraíba, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado e Primeira Igreja Batista de João Pessoa.
Na aula inaugural, a equipe mostrou como produzir desinfetante, detergente de limpeza, água sanitária, sabão em pedra e líquido, além de informar como acontecem os processos químicos que envolvem a produção e instruir sobre métodos de segurança adotados na manipulação dos materiais.
O projeto de extensão é desenvolvido pelas professoras Maria de Fátima Vilar, Maria das Graças Negreiros e Suely Carneiro, além dos alunos Rafael Pinheiro e Islla Marcolino. A equipe já levou a oficina para escolas da rede pública estadual e para comunidades da periferia de João Pessoa. A proposta é utilizar a química para diminuir a agressão ao meio ambiente, através da coleta e reutilização do óleo de fritura e capacitar líderes comunitários como multiplicadores de conhecimento.
Thiago Robson, Coordenador do Eixo Família da Gerência Executiva de Ressocialização da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, conta que tomou a inciativa de formar a parceria com o IFPB na oferta do curso porque acredita que é preciso unir forças para promover a ressocialização. “Estamos estimulando o empreendedorismo e a geração de renda, para que, quando eles saírem daqui, tenham uma profissão”.
Além disso, Thiago explica que o trabalho também pretende ajudar a suprir as necessidades da unidade com relação a materiais de limpeza, contribuindo para melhor higienização do ambiente, uma reivindicação antiga dos familiares dos detentos. “A ideia é que cada unidade do estado tenha uma equipe de apenados capacitados na fabricação de materiais de limpeza, solucionando o problema de insalubridade que existe nas unidades penitenciárias do Brasil”, ressaltou.
O aluno Rafael Pinheiro, concluinte do curso de Licenciatura em Química do Campus João Pessoa, destacou a satisfação de participar do projeto. “Para mim é muito gratificante ajudar pessoas tão carentes de assistência e ainda fazer meu papel como professor, de passar meus conhecimentos”.
Após esse primeiro encontro, a equipe do IFPB deve retornar ao presídio em 20 dias - tempo necessário para a finalização do processo de produção - , para tirar dúvidas dos apenados e acompanhar a fabricação dos materiais. Em breve, o projeto vai ser levado também à penitenciária feminina.
Comunicação Social do Campus João Pessoa