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Associação Catajampa fará coleta de materiais recicláveis do Campus JP a partir de julho
Desde 2016, o Campus João Pessoa tem dado passos importantes para efetivação do Plano de Gestão Sustentável. Diversas ações foram desenvolvidas, dentre elas a implantação do Plano de Gestão dos Resíduos Sólidos, que visa a destinação correta dos resíduos. A partir de então, o lixo é separado da seguinte forma: resíduos orgânicos, que vão para compostagem; rejeitos (material que não se recicla) são destinados à coleta municipal feita pela Emlur; e os recicláveis secos como papéis, plásticos, metais e vidro.
Para este último grupo, em abril deste ano foi aberta chamada pública para cadastrar associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis para coletarem os resíduos gerados pela instituição. A associação Catajampa foi classificada e vai começar a coleta de materiais recicláveis do campus, de forma periódica, a partir de julho.
Além da destinação adequada do material, outro benefício da coleta é a geração de renda para catadores, como Egrinalda dos Santos Silva e Maria de Jesus Leite, ambas da Catajampa. "Nossa renda vem da reciclagem. Da minha família dependem meus dois filhos, minha mãe", disse Egrinalda.
A Catajampa coleta plásticos (sacolas, garrafas pets, etc), alumínio (latinhas e outros materiais), cobre, papelão, papel misto (jornal, revista e outros papeis diversos), papel branco, ferro, PVC, vidro (somente inteiro, sem estar quedrado) e outros materiais recicláveis. Os valores variam de acordo com o material, por exemplo o quilo de cobre custa R$ 13,50, o de alumínio (latinha) R$ 3,20 e papel branco custa R$ 0,40 (centavos) o quilo.
A associação está localizada no bairro dos ipês e, atualmente, conta o trabalho de 10 famílias e cerca de 40 catadores associados. As representantes da Catajampa revelam que muitas vezes os catadores sofrem discriminação, porque são pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, algumas são ex-usárias em drogas e, por esses motivos, são desacreditados.
"Mas na área que atuamos há possibilidade da pessoa se profissionalizar de várias formas, seja na parte artística, artesanal, trabalho com recuperação de eletroeletrônico ou de móveis, então o catador pode se profissionalizar em várias áreas da reciclagem. É muito sofrido, mas eu trabalho com muito prazer", afirma Egrinalda.
A rotina de trabalho é exaustiva. Normalmente, as catadoras cuidam da casa e da família no turno da manhã e chegam na associação por vota das 14h, quando fazem a triagem do material coletado no dia anterior. Em seguida, elas pegam os carrinhos (que tem a capacidade de 300 a 400 kg), vão para rua e só retornam quando enchem a carga, muitas vezes de madrugada e sem terem se alimentado durante a jornada de trabalho.
Segundo as catadoras poucas famílias separam o lixo, por isso, várias vezes elas e seus colegas têm que abrir as sacolas de lixo para pegar os resíduos recicláveis e quando os moradores vêem que os catadores estão abrindo os sacos, terminam agredindo verbal e até fisicamente. "Quando coletamos o lixo na rua, somos agentes defensores da natureza, mas ainda não existe esse entendimento da sociedade", observa Egrinalda.
Tanto Egrinalda quanto Maria são ex-alunas do Mulheres Mil e acreditam que a implantação da coleta seletiva no Campus João Pessoa vai gerar muitos benefícios tanto para as famílias da associação como para a comunidade acadêmica e sociedade em geral.
"Coletar o material cedido pelo IFPB é importante para nós, porque é um material livre da insalubridade, já está separado e em grande quantidade. Se todos fizessem isso, os catadores provavelmente estariam em melhores condições", finaliza Egrinalda.
Comunicação Social do IFPB Campus João Pessoa