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Educação Ambiental e relatos de experiência profissional marcam programação do 2° dia da Semana de Química

Palestra e mesa redonda aconteceram no Auditório 1, no período da tarde
por publicado: 19/10/2017 16h01 última modificação: 19/10/2017 16h01

“A falta de água mata uma criança a cada 15 segundos no mundo (...) Hoje, mais da metade dos principais rios do planeta estão poluídos.” Por meio de palestra sobre a importância da preservação dos recursos hídricos, o professor Gilsean Silva Alves forneceu aos ouvintes um panorama dos impactos ambientais relativos à água e os seus desdobramentos. A discussão ocorreu durante a VII Semana de Química no auditório José Marques, na última quarta-feira (18). 

O pesquisador pontuou que o Brasil está posicionado em primeiro lugar no cenário mundial como nação que possui maior volume de água doce disponível para uso, e que apesar disso, possui grandes problemas de distribuição do recurso: cerca de 70% dessa água estão concentradas na região Norte, a de menor densidade populacional do país. Ao contrário, as regiões Nordeste e Sudeste, bastante populosas, detém apenas 6% e 3% do mesmo volume, respectivamente. 

Entre os maiores precursores dos problemas hídricos no Brasil, Gisean elencou: o desmatamento e as queimadas como causadores de escassez, por provocar o assoreamento dos rios e a ausência de chuvas, e o uso de agrotóxicos e falta de saneamento básico como responsáveis pela contaminação e da poluição da água que utilizamos diariamente.  Por isso, ele reiterou que os problemas ecológicos “são socioeconômicos, de natureza política. Não são de ordem ambiental, apesar de possuírem consequências ambientais”. 

Em outro momento, problematizou a transposição do rio São Francisco, afirmando que se tivessem sido articuladas políticas públicas para contornar as secas do sertão, ela não precisaria estar sendo feita hoje. Segundo ele, atualmente a obra está estimada em 10 bilhões de dólares, ocasionando diversos impactos ambientais, e irá beneficiar as terras dos “donos” do agronegócio, sem perspectivas de durabilidade a longo prazo para a população. “O rio São Francisco está assoreado, superficial. E daqui a 10 anos depois da transposição? A mata ciliar não foi restaurada, a situação é de incerteza!”, alertou. 

Finalizando, ele lembra que cada um pode contribuir para a diminuição do desperdício e da contaminação de recursos hídricos repensando pequenas ações do cotidiano. “Fechar a torneira ao escovar os dentes e economizar quando for tomar banho, lembrar que nós temos a água, mas será que nossos colegas do interior do sertão têm? É questão de reeducação ambiental, você precisa ser reeducado para que possamos ter o controle da quantidade de água no nosso planeta”. 

Após a palestra, na mesa redonda Relato de Experiências de Vida Acadêmica, mediada pela professora Alessandra Figueiredo, as ex-alunas Nathália Falcão, Tainá Sousa e Elaine Vasconcelos dividiram com o público as angustias e superações que marcaram o percurso profissional. Atualmente, elas são professoras do IFPB e também de outras instituições.

Tainá Sousa, que é docente do campus Catolé do Rocha, contou como o conhecimento na utilização de materiais alternativos nos procedimentos enquanto estudante da Licenciatura em Química do campus João Pessoa foi importante para seu desempenho em sala de aula. “Quando eu cheguei a Catolé, eu não tinha nem uma sala para fazer experimentos, nem material, porque o campus que ainda está em implantação. Eu não podia dar aula só teórica, então, tudo que eu fiz enquanto estudante, com relação ao uso de materiais alternativos, eu usei com meus alunos”.

Nathália Falcão e Elaine Vasconcelos enfatizaram o quanto a experiência com a extensão foi decisiva em suas carreiras. Nathália tomou gosto pela docência através das atividades do Programa de Educação Tutoria (PET Química) e Elaine apontou o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) como o divisor de águas na sua trajetória. “Através experiência de está lidando com alunos do estado, no estágio no IEP-PB, fui me apegando à prática de lecionar, fiz mestrado, estou no doutorado e, atualmente, sou docente substituta no campus João Pessoa”.

 

Comunicação Social do campus João Pessoa

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