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Conferência aborda inclusão da história e da cultura afro-brasileiras no ensino de Ciências da Natureza
De acordo com o professor José Antonio Novaes, a Lei federal 10.639/03, regulamentada em 17 estados brasileiros desde sua instituição, há 14 anos, vem gerando resoluções que contribuem para a discussão das relações étnico-raciais. Na palestra que ministrou na tarde desta terça-feira (21) como parte da programação da Semana da Consciência Negra, o docente discutiu novas possibilidades para a aplicação dessa política pública, que torna obrigatória nas grades curriculares da Rede de Ensino a inclusão da história e da cultura afro-brasileiras.
No auditório José Marques, Antonio reconheceu a aplicabilidade da medida no âmbito das Ciências Humanas, como História, Música, Teatro e Ensino Religioso. Propôs, no entanto, uma perspectiva que apresenta algumas Ciências da Natureza como áreas do conhecimento que podem contribuir no debate da educação voltada à história do povo negro.Embora, no conteúdo programático das escolas, ainda se abordem alguns temas relacionados à religiosidade egípcia, o professor buscou articular esse tema com a Biologia e a Química, por exemplo, para a formação de um processo de ensino-aprendizagem multidisciplinar.
Um dos temas abordados na palestra foi a mumificação: “A mumificação natural ocorre quando o corpo morre numa condição muito seca; numa situação úmida, mas rapidamente coberto por sedimentos; ou ainda, em muito baixa temperatura. Mas o processo que eu abordo aqui é a mumificação química desenvolvida especificamente no Antigo Egito.” O docente esclareceu que é muito importante trazer à tona o tema e localizá-lo neste país para lembrar e reforçar às pessoas que o Egito é um território negro, situado no nordeste da África, e que muitas vezes se imagina ser um local originalmente de brancos, como mostra a mídia com seus filmes e novelas.
Os interessados em adquirir maior conhecimento sobre o assunto, sob a luz de outro viés, podem consultar o artigo publicado pelo professor José Antonio Novaes na Revista ABPN, intitulado "Conquista de direitos, ensino de ciências/biologia e a prática da sangria entre os/asremetu-kemie povos da região congo/angola: uma proposta de articulação para a sala de aula". O texto está disponível neste link.
Comunicação Social do campus João Pessoa