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Glossário de Química em Libras auxilia no processo de ensino-aprendizagem de alunos do campus JP

Catálogo possui 149 sinais para termos na utilizado na Química
por publicado: 21/01/2019 19h12 última modificação: 20/05/2021 13h18

A falta de sinais para conceitos químicos na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a não padronização de alguns, dificulta o trabalho do tradutor e intérprete de Libras em promover o acesso dos estudantes surdos ao material didático. Para o aluno surdo, fica quase impossível entender o conteúdo.

Pensando nisso, um grupo composto professores do IFPB e da UFPB, Tradutores e Intérpretes da Língua de Sinais (TILS) e alunos surdos do campus João Pessoa desenvolveram um glossário em Libras de termos utilizados no ensino da Química. O LibrasQuim possui, atualmente, um acervo composto por 149 sinais de termos como massa molecular, átomo, equação química, líquido, e elétron, entre outros.

A professora Regina Monteiro começou a pesquisa ainda em 2014, realizado um levantamento dos sinais de termos utilizados no ensino de Química no 1º ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio do IFPB campus João Pessoa. Após investigação e levantamento, tendo como base diferentes fontes, foram selecionados 149 sinais. Estes, posteriormente, passaram pela avaliação do grupo de pesquisa e de convidados. Por fim veio a etapa da gravação dos sinais e o desenvolvido do aplicativo.

Além de realizar um levantamento dos sinais existentes, a equipe  também criou uma proposta de sinais para termos que não possuíam ou que tinham sinais considerados inadequados, levando em consideração aspectos conceitual e contextual dos termos. “A divulgação dos sinais já gravados, análise e promoção de situações de criação de sinais para termos ainda sem seus correspondentes é necessário para a assegurar o direito à educação sem comprometer sua qualidade. Ainda falta muito, mas já é uma vitória”, conta Regina.

O tradutor e intérprete de Libras Nemuel Lima explica que traduzir conteúdo específicos é mais complexo, porque nem sempre a técnica da soletração ajuda.  Ele comenta que após a criação do glossário, o processo de interpretação está bem mais rápido. “Hoje, dá para traduzir complexas estruturas químicas, reações e substâncias, que eram o terror para a maioria dos intérpretes. Além de garantir que o estudante tenha acesso pleno ao conteúdo que o professor preparou para a aula. Também é um alívio do ponto de vista ético”.

Quem passou por dificuldade sabe bem a importância do LibrasQuim, como enfatiza o estudante do curso Técnico em Edificações Marcos Antônio Nascimento de Lima. “No começo, não entendia com clareza o que o professor explicava. Com o passar dos meses, eu consegui melhorar meu conhecimento na área. Eu espero que o resultado desse projeto auxilie surdos e intérpretes, para que eles consigam ter uma interação melhor”. Marcos Antônio também integra o grupo de pesquisa.

O LibrasQuim pode ser acessado através deste site e, em breve, vai ser distribuído em DVD, para que possa ser utilizado nos campi do IFPB e por outras instituições públicas de ensino. O DVD e a página na internet já possuem ISBN (International Standard Book Number) e o aplicativo foi recentemente patenteado, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

A coordenadora de Inovação do campus João Pessoa Margareth Rocha comemorou mais um registro de patente, sobretudo na área de educação inclusiva. “Ficamos muito felizes com esse novo e ímpar registro que auxilia nas atividades e na vida diária daqueles que utilizam a Língua Brasileira de Sinais, visto a importância que se refere as linguagens inclusivas. A inovação mais uma vez mostra que perpassa por todas as áreas de conhecimento e que temos muito a inovar”.

 

 Comunicação Social do campus João Pessoa

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