Praticar exercícios, assistir a séries, cozinhar, iniciar um curso online, ler, redecorar a casa, meditar, fazer trabalhos manuais, criar brincadeiras para as crianças. Desde que iniciamos o isolamento social, nos deparamos com uma enxurrada de informações e dicas na internet sobre como aproveitar esse tempo em casa.

Através das redes sociais, nos comparamos com aqueles que conseguem bater a meta que tentamos há alguns meses, como iniciar um curso de idiomas, ler um livro por semana ou seguir uma dieta. Então, inevitavelmente pensamos que não estamos rendendo tanto quanto deveríamos. A psicóloga do IFPB Anna Paolla Silva afirma que essa autocobrança pode gerar ansiedade, estresse, culpa e frustração, desencadeando, inclusive, um efeito contrário. “A frustração pode ser tão grande que pode nos paralisar e nos impedir de realizarmos o mínimo que seria possível”.

Anna Paolla reforça que é essencial perceber que estamos todos vivendo um momento único e singular, com incertezas de um futuro próximo e medo do desconhecido. Portanto, é necessário ter autocompaixão e não buscar a perfeição em tudo. “Não vale a pena uma exigência a si mesmo nesse momento. Manter uma rotina onde as coisas funcionem minimamente já está de bom tamanho. Motivação para realizações em nossa vida é fundamental, estimular-se com bons entretenimentos ou estudos é salutar, mas temos que observar nossos limites e aprender que cada pessoa tem os seus, cada família tem sua dinâmica”.

O administrador e professor do IFPB Ailton Dutra também acredita que é preciso ser flexível com nossos objetivos pessoais e de trabalho, para que o confinamento não gere tensão ou excesso de preocupação. No entanto, esse novo modo de vida exige um planejamento cuidadoso de nosso tempo, para não cairmos na ociosidade ou numa rotina desenfreada das intermináveis tarefas domésticas. Para organizar melhor nosso dia a dia, professor Dutra recomenda:

Defina horários para as atividades - Separe horários para lazer, falar com amigos (hoje temos as plataformas virtuais de conferências), estudar, trabalhar e descansar. O ideal é fazer as atividades sempre no mesmo horário.

Lista de tarefas - faça uma lista de tarefas no início do dia e enumere as prioridades. Não deixe de concluir o que você começou a fazer.

Mantenha os horários de dormir e das refeições - isso ajuda a manter a imunidade do corpo e ajuda criar uma rotina. Não esqueça de planejar um tempo para alguns exercícios físicos, mesmo dentro de casa.

Por último, ele reforça que é preciso ser paciente para nos adaptarmos e seguimos uma vida normal (dentro do possível), com uma agenda ativa em nossos afazeres domésticos e responsabilidades profissionais. “Uma rotina não se desenvolve do dia para noite. O cérebro precisa de um tempo para se adaptar aos novos hábitos e para não sofrer ansiedade e frustrações, você não deve se cobrar tanto”.

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