Durante toda a semana, o professor Maxwell Anderson Ielpo do Amaral, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), ministra a etapa presencial da capacitação sobre Inovação e Propriedade Intelectual realizada pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, com o apoio da UFMS. Participam da formação 24 servidores do IFMS entre multiplicadores do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), integrantes do Conselho Técnico Consultivo e coordenadores de pesquisa e extensão de todos os câmpus do Instituto. Também participam cinco servidores da Agência de Internacionalização e Inovação (Aginova).

“A Universidade e o IFMS vêm mantendo uma atitude colaborativa e cooperativa. Essa capacitação é uma iniciativa importante da gestão em investir nas pessoas, pois elas são o nosso maior tesouro, já que são responsáveis pelo conhecimento que será transferido para a sociedade, provocando as mudanças e melhorias necessárias”, disse o diretor da Aginova Saulo Gomes.

O diretor acredita que a gestão da propriedade intelectual e os seus frutos podem ser uma fonte alternativa de recursos, auxiliando as instituições federais a terem sustentabilidade econômica. “Registrar os frutos da pesquisa científica é extremamente importante para proteger nossos processos e invenções. Na UFMS, esse movimento começou há algum tempo já e, hoje, após a disseminação e fortalecimento da cultura da inovação, nossos pesquisadores passaram a nos procurar com mais frequência, tanto que em 2020 ficamos entre as 50 instituições que mais depositaram pedidos de patentes junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi)”, ressalta Saulo (veja aqui).

“Para nós é extremamente importante, principalmente no momento que estamos vivendo. A inovação e a tecnologia estão no DNA do IFMS. Todos nossos projetos pedagógicos estão voltados para a melhoria dos processos, mas também da inovação. É um evento extremamente marcante nesse ano, até porque estamos vindo de quase dois anos pandêmicos, nos quais não conseguimos avançar em algumas questões. Não dá para falar de inovação tecnológica se não protegermos os nossos modelos de utilidade, nossas inovações”, diz a reitora do IFMS Elaine Cassiano.

A atuação do professor Maxwell à frente da Diretoria de Inovação Tecnológica do IFPB levou o Instituto a alcançar o primeiro lugar no relatório do Inpi entre os institutos federais que mais depositam patentes no Brasil. “O convite do IFMS surgiu a partir de uma palestra que ministrei em Goiás. Na ocasião, os colegas ficaram interessados em saber como nós da Paraíba, que é um estado onde a gestão de inovação se iniciou há pouco tempo, conseguimos alcançar destaque nacional”, explica Maxwell.

“Durante as 40 horas de capacitação, vou falar sobre a minha experiência, introdução à inovação, à propriedade intelectual, a importância da proteção, sobre aspectos iniciais relacionados à transferência de tecnologia, ou seja, como transferir um produto para o mercado. Elaborei um conteúdo especial para abordar com os servidores do Instituto e da Universidade”, destaca.

O professor Maxwell conta que a experiência surgiu da necessidade de proteger os produtos desenvolvidos em suas pesquisas. “Foi algo que despertou meu interesse. Tive a oportunidade de assumir a gestão da área no IFPB e, a partir daí, iniciamos a disseminação da cultura, despertando o interesse da comunidade acadêmica, primeiramente junto aos estudantes e depois aos professores. Dada essa ação conseguimos colocar o IFPB em primeiro lugar em relação à quantidade de patentes depositadas”, afirma Maxwell. “As pessoas até então não sabiam o que era isso no Estado. Foi um trabalho árduo, tivemos muitas dificuldades no início, mas depois que começaram a entender a importância da inovação, da propriedade intelectual e da proteção conseguimos alcançar um patamar melhor. Hoje, muitas indústrias e empresas vem nos procurar para solucionar problemas”, complementa.

A capacitação é uma ação da Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFMS, por meio do NIT, em parceria com a Diretoria de Gestão de Pessoas. “Agradeço muito a parceria da UFMS que se colocou totalmente à nossa disposição para que pudéssemos fazer a etapa presencial da capacitação aqui, já que envolve um treinamento. Agradeço também aos servidores da Universidade que participam da capacitação conosco”, diz o pró-reitor Felipe Fernandes.

“O NIT é relativamente novo. Iniciou suas atividades em 2017 e desde então vínhamos trabalhando em sua estruturação. A partir de agora, vamos focar na capacitação. Eu também, por exemplo, sou nova na área, pois estou há seis meses à frente do Núcleo. Recentemente nomeamos os agentes multiplicadores nos câmpus. Então todos precisamos de capacitação, aprendermos junto som o professor Maxwell que têm muita experiência na área”, explica Ida Rockel, responsável pelo Núcleo.

O NIT do Instituto Federal é o setor responsável pela execução da Política de Inovação da instituição. Além de orientar e encaminhar os pedidos de proteção ao Inpi, ele tem como atribuições formalizar transferências de tecnologias, promover capacitação dos servidores sobre propriedade intelectual e executar outras ações que visam o desenvolvimento da inovação no IFMS.

O núcleo possui ainda agentes multiplicadores nos campi Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas, que podem prestar o atendimento inicial aos interessados em utilizar os serviços ofertados pela Instituição e realizar parcerias.

A capacitação está sendo realizada no laboratório de informática, localizado no térreo do prédio do Complexo EAD e Escola de Extensão, na Cidade Universitária.