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Egressa do IFPB é exemplo no Dia Nacional da Síndrome de Down

Tatiane Cristina é a primeira musicista com esta síndrome a se formar a nível nacional
por publicado: 21/03/2023 12h55 última modificação: 21/03/2023 12h55

Ela tem 27 anos, é a caçula de uma família cuja mãe é servidora pública e o pai um corretor de seguros. Tatiane Cristina Gomes Costa nasceu com Síndrome de Down, mas essa condição genética não impediu a jovem de alcançar novos horizontes. Foi através da educação que Tatiane, ou Tati, como é mais conhecida, descobriu a música e o caminho para a realização de um sonho.

Em 2022 Tatiane Cristina concluiu o Curso de Instrumento Musical do IFPB no Campus João Pessoa e se tornou a 1ª Técnica Musicista com Síndrome de Down a se formar na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, devidamente atestada pela Associação Nacional de Educadores Inclusivos - ANEI Brasil.

Dia da Síndrome de Down 2.jpegA mãe de Tati, Ana Maria de Lima Gomes, fala com orgulho da filha que ainda adolescente demonstrou interesse pela música ao assistir vídeos e ver apresentações pela TV. No ano de 2012 iniciou os estudos de violino na Escola Estadual Juarez Jonhson e em 2019 ingressou no IFPB no curso de Instrumento Musical sob a supervisão da professora Marina Marinho. “Tatiana é muito esforçada, ela faz parte da Escola de Música Antenor Navarro, integra a Orquestra de Cordas do IFPB e é do grupo de jovens ANIMA, Grupo de Autonomia, Vivência e Lazer, todos com Down no bairro dos Bancários”.

Dona Ana Maria conta que com as aulas de música foi perceptível uma mudança de comportamento da filha. “Tati que era muito tímida, passou a se sentir mais segura e capaz, se sentiu mais reconhecida”.

A mãe da estudante afirma que o trabalho de inclusão desenvolvido no Campus do IFPB foi importante para o desenvolvimento da filha que teve o acompanhamento de uma ledora nas aulas. “Isso foi fundamental para que Tatiane se sentisse bem na instituição e pudesse aproveitar todas as oportunidades, ela fez amizades e teve total independência”.Dia da Síndrome de Down 3.jpeg

A professora Marina Marinho lembra que os resultados da inclusão social no IFPB ficaram mais evidentes a partir de 2012, quando a instituição intensificou o trabalho de acolhimento e atenção às demandas dos estudantes com deficiência. A docente que coordena a Orquestra de Cordas do IFPB fala com carinho da jovem. “Tatiane foi a primeira aluna com deficiência que se interessou em participar da Orquestra. Como coordenadora do grupo, eu me perguntei: por que não? Ela tem direito de participar e o grupo tem que acolhê-la. Fizemos algumas adaptações para que isso acontecesse, como produzir partituras mais ampliadas, porque ela também tem baixa visão”. Hoje Tati é convidada para participar em concertos e palestras.

Dia da Síndrome de Down 4.jpeg“Eu sempre a deixei livre para receber estímulos e escolher o caminho que gosta, nunca tive essa super proteção, no IFPB Tati teve acolhimento e se sentiu igual a outras jovens de sua idade, hoje vejo que ela desabrochou. A música consegue dar mais autonomia a minha filha, mais confiança” conta a mãe da jovem.

No Dia Nacional da Síndrome de Down Dona Ana Maria dá um recado para outros pais que tem filhos com Down.” A palavra é dar oportunidade para que eles possam desenvolver seu potencial, oferecer tudo que for possível, é uma transformação”.

*Texto: Heranir Oliveira- Equipe DGCOM / Fotos: acervo pessoal da família

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