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Estudantes e docentes desenvolvem projeto para ajudar na reabilitação de AVC
Usar a tecnologia a serviço da melhoria da qualidade de vida de pessoas que passaram por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Essa é a proposta do Sistema Auxiliar para Reabilitação de Avc's (SARA), projeto desenvolvido pelas estudantes do Curso Técnico Integrado de Eletrônica, Bruna Carvalho e Ellen Amâncio, coordenado pela professora Késia Farias e orientado pelo Erik Farias.
Além de ser umas das principais causa de morte, o AVC é uma doença que pode deixar sequelas e requer que as pessoas acometidas por essa enfermidade passem por um processo de reabilitação, como tratamentos fisioterapêuticos. A tecnologia pode ser um forte aliado nesse processo. O projeto SARA surgiu nesse contexto, com a proposta de desenvolver um protótipo 3D com atuadores, que são dispositivos capazes de transformar sinais elétricos e digitais em ações físicas.
O objetivo é produzir uma luva de sensores, de modo que, a luva capture os movimentos de uma mão funcional e o exoesqueleto replique esses estímulos motores, a fim de que, o membro paralisado volte a sua total ou parcial funcionalidade, por meio de fisioterapia robotizada. A proposta também procura ser uma alternativa acessível por ter uma redução de custos em comparação com outras soluções de reabilitação robótica, já que utiliza materiais acessíveis e a aplicação de tecnologias open-source.
A professora Késia Farias lembra que a ideia do projeto surgiu como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da aluna Maria Vitória Rodrigues, também do curso de Eletrônica, que atualmente é aluna de Engenharia Elétrica do IFPB. “O pai de Maria Vitória é fisioterapeuta e a estudante trouxe esta vivência da área de reabilitação motora para o professor Erik Farias e para mim. O projeto tornou-se um PIBIC-EM e as alunas do ETIM Eletrônica, Ellen Nunes Amâncio e Bruna Carvalho, juntaram-se a equipe para dar continuidade ao projeto”, explica a docente.
Segundo a professora Késia a realização da pesquisa promoveu a integração entre os conteúdos trabalhados em sala de aula e as aplicações práticas da vida e contribuiu para que as estudantes adquiram habilidades como autonomia, liderança, trabalho em equipe, cumprimento de prazos e metas. “Outro fator muito importante desenvolvido e aprimorado é, sem dúvidas, o protagonismo feminino no desenvolvimento de projetos ligados à Engenharia e Tecnologia”, ressalta
Aliado ao envolvimento em pesquisas, as estudantes também são participantes do Grupo de Robótica Educacional Livre (GREL), atividade que facilitou o desenvolvimento do projeto SARA, principalmente, pois elas puderam usar equipamentos e materiais durante a realização do projeto. “Fazer parte do grupo é uma forma de contribuir na consolidação da crescente comunidade acadêmica que vem atuando, ao longo dos anos, no âmbito da tecnologia e robótica no campus, agregando e disseminando este conhecimento aos discentes que compõem o Instituto”, frisa Bruna Carvalho.
“Sempre tive o sonho de participar do GREL. Esse ano é meu último ano de curso e fui inserida no grupo para desenvolver o projeto SARA. Sem dúvidas, a experiência de troca de conhecimentos com os professores e alunos é muito enriquecedora, tanto para aqueles que visam participar das olimpíadas de robótica quanto para os que têm um projeto e o sonho de tornar realidade”, enfatiza Ellen Amâncio.
Mesmo o projeto estando em fase inicial, tendo um longo caminho a ser percorrido até que um protótipo completo esteja apto ao teste clínico, a professora Kesia reforça que o desenvolvimento deste e de outros projetos revela “que vale a pena investir na pesquisa no nível técnico integrado e que desta modalidade de Ensino podemos colher frutos maravilhosos. Temos estudantes brilhantes que com infraestrutura, apoio e suporte podem mudar a realidade do instituto”.
A equipe do projeto recebeu o convite de apresentar o SARA na Mostra Nacional de Robótica, que acontecerá na cidade de Goiânia em novembro deste ano, e levar o protagonismo feminino na ciência e tecnologia do IFPB. “Será a oportunidade de expor e demonstrar o protagonismo feminino na ciência e no mercado tecnológico, destacando o grande potencial presente no projeto SARA e, ademais, elevando a importância dos Institutos Federais na educação do país, carregando nossa regionalidade e relevância conosco”, destacou Bruna.
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