Você está aqui: Página Inicial > João Pessoa > Notícias > 2024 > 12 > Conferência de abertura da SECT aborda os biomas da Paraíba e destaca a relação humana com a natureza

Noticia

Conferência de abertura da SECT aborda os biomas da Paraíba e destaca a relação humana com a natureza

Especialistas discutem a preservação da Caatinga e da Mata Atlântica, trazendo saberes ancestrais e soluções sustentáveis para o futuro
por publicado: 11/12/2024 16h13 última modificação: 11/12/2024 16h23

A conferência de abertura da XIX Semana de Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia (SECT) 2024 trouxe uma rica discussão sobre o tema “Biomas da Paraíba: Diversidades, Saberes e Tecnologias Sociais”. O debate contou com a participação da professora Cristina Crispim, da UFPB; do antropólogo e indígena Tabajara, Juscelino de Sousa; e do professor do IFPB Campus Picuí, Montesquieu Vieira. A mediação foi conduzida pela professora aposentada do IFPB Campus João Pessoa, Tânia Andrade.

A professora Tânia Andrade abriu a discussão destacando a relevância de compreender os biomas em que vivemos, como a Caatinga e a Mata Atlântica. “É fundamental preservar a ancestralidade e entender a importância disso para a humanidade, pois esses saberes constituem o que somos hoje”, afirmou.

O antropólogo Juscelino de Sousa trouxe uma visão indígena sobre a relação com a natureza, ressaltando que ela é vista como uma extensão da família pelo povo Tabajara. “Somos a imagem e semelhança da natureza. A montanha é nossa tia, os rios são nossos irmãos, e as florestas, nossos primos. Sem essa concepção, não conseguimos preservar o meio ambiente”, destacou. Ele também mencionou as conquistas dos povos indígenas na preservação da cultura e identidade Tabajara, além de seu papel essencial na proteção do bioma Mata Atlântica. “Na cidade do Conde, onde temos quatro aldeias, lutamos pela demarcação das terras indígenas e pela conservação ambiental”, acrescentou.

A professora Cristina Crispim enfatizou a importância da Mata Atlântica e os desafios impostos pela crise climática. “As florestas não só mantêm a vida, mas também garantem a produção de oxigênio, alimentos e água. Quando desmatamos ou queimamos florestas, estamos destruindo nossa própria sobrevivência”, alertou. Segundo ela, é crucial recuperar e preservar os ecossistemas com ações sustentáveis, lembrando que atitudes individuais geram resultados coletivos. “Precisamos agir em equilíbrio com a natureza para garantir um futuro mais humano”, concluiu.

Representando o bioma Caatinga, o professor Montesquieu Vieira abordou a singularidade do semiárido brasileiro, que ocupa nove estados e abriga espécies exclusivas. “A Caatinga é uma região de saberes e riquezas que muitas vezes são ignorados. Para conviver com esse bioma é necessário aprender com os povos originários e desenvolver tecnologias sociais adaptadas”, explicou. Ele também destacou os impactos do desmatamento e dos processos de desertificação, reforçando a necessidade de conservar as florestas e valorizar os saberes locais.IMG_3032 1.JPG

A conferência foi um convite à reflexão sobre o papel de cada indivíduo na preservação dos biomas e na busca por soluções sustentáveis, unindo saberes científicos e ancestrais para o equilíbrio entre humanidade e natureza. Ao final da atividade, indígenas Tabajaras realizaram uma dança circular, Toré, uma das principais tradições dos povos indígenas do Nordeste brasileiro.

 

Comunicação, Cerimonial e Eventos

registrado em: