A egressa do curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio do IFPB Campus João Pessoa, Maria Clara de Andrade Dantas, acaba de dar um passo importante em sua trajetória acadêmica. Ela foi aprovada em três universidades internacionais e conquistou a bolsa de estudos mais concorrida da HULT International Business School, uma instituição com campi em cidades como Boston, Londres, Dubai e São Francisco.

Ao concluir o ensino médio técnico em 2023, Maria Clara decidiu seguir um caminho diferente da maioria dos colegas, que logo ingressaram em universidades ou no mercado de trabalho. Ainda durante a pandemia, ela iniciou por conta própria os estudos em inglês e passou a pesquisar sobre processos seletivos internacionais. Apesar de ter sido aprovada para Arquitetura e Urbanismo na UFPB, ela percebeu que não se via atuando na área a longo prazo. Foi então que decidiu tentar as universidades do exterior.

“O IFPB foi essencial nesse processo. Lá eu tive acesso a professores incríveis, muitos com experiências internacionais, além de uma estrutura que não é comum na maioria das escolas públicas. Tive acesso a livros em inglês, participei do grêmio estudantil, jogos intercampi e pude trabalhar como aprendiz e estagiária durante o curso técnico, o que me ajudou a desenvolver habilidades essenciais para o mercado”, destacou Maria Clara.

Com apoio das ex-professoras Mellyne Medeiros e Ana Caroline Aires, ela reuniu a documentação necessária e participou de um processo seletivo competitivo. Em março, recebeu o resultado de aceitação em três universidades (Stetson University – Flórida, University of Kentucky – Kentucky e HULT – Boston/Londres) e entrou na lista de espera em outras duas (Drexel University e Virginia Tech). Por suas notas no ensino médio, obteve uma bolsa inicial de USD 10 mil por ano, mas decidiu concorrer à maior bolsa disponível na HULT – a Scholarship Grant. Após uma redação e uma entrevista com a equipe da universidade, foi aprovada.

Na HULT, Maria Clara irá cursar Negócios, curso equivalente ao Bacharelado em Administração de Empresas. Agora, avalia se estudará em Boston ou Londres. “Nos EUA, há restrições de trabalho para estudantes e as vagas são bem competitivas, embora eu tenha conseguido um desconto na acomodação. Já em Londres, posso trabalhar, mas o custo de vida é mais alto devido à libra”, explicou.

Mesmo com a bolsa integral cobrindo os custos acadêmicos (equivalente a cerca de USD 60 mil por ano), Maria Clara ainda precisará arcar com despesas como moradia, alimentação, seguro saúde e visto. Para isso, está em busca de alternativas que a ajudem a viabilizar essa nova etapa.

Motivada pelo sonho e determinada a crescer, ela deixa um recado para quem também deseja trilhar esse caminho. “Se você tem esse sonho de ter alguma experiência fora do país, tenha certeza de que ele não está limitado apenas a pessoas ricas. Assim como eu, vindo de escola pública, consegui chegar até aqui, você também conseguirá. Aprenda a língua, busque os programas de bolsas e não desista”.

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