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Pedido de patente do IFPB foi depositado no INPI para modelo de utilidade

Dispositivo pode beneficiar exames de Fonoaudiologia para detectar problemas na voz
por Ana Carolina Abiahy publicado: 28/09/2020 15h07 última modificação: 30/09/2020 14h44

A Diretoria de Inovação Tecnológica (DIT) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) solicitou junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) mais um pedido de patente. É o "Dispositivo para aquisição de sinais de vibração da pele do pescoço durante o processo de fonação”, um Modelo de Utilidade para a área de Fonoaudiologia.

Os autores da patente são as professoras do Campus João Pessoa do IFPB, Suzete Élida Nóbrega Correia e Silvana Luciene do Nascimento Cunha Costa; o docente da UFPB, Leonardo Wanderley Lopes; e os estudantes do Mestrado em Engenharia Elétrica do Campus JP-IFPB, Igor Forcelli Silva, Fernanda Soares Lima e Arthur Medeiros Guimarães.

A equipe de pesquisadores desenvolveu uma melhoria para exames do aparelho fonador. É um dispositivo para aquisição dos sinais de vibração provenientes da pele do pescoço durante o processo de fonação, formado por um colar adaptável e anatômico que acomoda um sensor de vibração. Essa espécie de colar pode monitorar as tarefas de fala durante atividades cotidianas, o que facilita o diagnóstico de patologias na fala, de maneira automática, utilizando processamento de sinais.

Os pesquisadores destacam que os métodos comumente utilizados para a detecção dos distúrbios da voz são invasivos, causam desconforto ao paciente, possuem custo elevado, necessitam de local especializado e não garantem a detecção imediata do problema, sendo necessária a avaliação contínua do paciente. Já o sistema do IFPB é composto por um colar, contendo sensores, conectado a um circuito de condicionamento e a um microcontrolador, todos os sistemas foram desenvolvidos pelos mestrandos para essa finalidade.

Segundo a equipe, os diferenciais, comparados aos equipamentos que existem no mercado, é que o dispositivo do IFPB possui “custo reduzido, é não invasivo, confortável, adaptável a qualquer medida de circunferência de pescoço, de fácil implementação”. O trabalho dos pesquisadores do IFPB foi acompanhado pelo professor Leonardo Wanderley, do Departamento de Fonoaudiologia da UFPB. O sistema criado pode ser utilizado para determinar o desgaste vocal, auxiliando no monitoramento e na terapia vocal. 

pzt_modelo IFPB Patente.pngA patente surgiu como uma evolução do trabalho desenvolvido pelos estudantes para a dissertação de Mestrado. “Cada estudante testou sensores diferentes. Cerca de 30 pessoas fizeram o teste com o dispositivo. O registro da patente nos deixa muito felizes, pelo potencial que apresenta no monitoramento da saúde vocal e por destacar a qualidade dos trabalhos que vem sendo desenvolvidos no PPGEE”, ressaltou Suzete Élida, que foi a orientadora, tendo Silvana e Leonardo como co-orientadores.

A professora Silvana Cunha, atual pró-reitora de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação, ressaltou que os estudantes trabalharam por mais de um ano na proposta que também foi foco de publicações acadêmicas. Ela destaca que a patente protege o modelo desenvolvido no IFPB contra o uso indevido de terceiros. Um dos estudantes, Igor Forcelli, fez o Ensino Médio Integrado ao Técnico na instituição, bem como a graduação em Automação Industrial, e está para concluir o Mestrado abordando esse dispositivo.

Igor comenta que a principal dificuldade era achar um protótipo semelhante. “Equipamentos parecidos com esse que desenvolvemos deixaram de ser produzidos em 2014, a maioria era norte-americano. Foi praticamente pioneiro esse experimento. A nossa intenção era desenvolver algo com custo o mais baixo possível porque os fonoaudiólogos não utilizavam devido ao preço elevado. A ideia surgiu depois de assistir a uma palestra do professor Leonardo Lopes, que já era parceiro de Suzete e Silvana”, comenta o mestrando.

O Diretor de Inovação Tecnológica do IFPB, Maxwell Anderson Ielpo do Amaral, destaca que já são 42 patentes do Instituto Federal da Paraíba depositadas no INPI, tendo sido uma concedida. A professora Suzete Élida, inclusive, tem software registrado já.

Texto: Ana Carolina Abiahy / Fotos: arquivo da equipe