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Robótica movimenta projetos em mais cinco campi

Inovação

Conheça projetos bem-sucedidos nos campi Cajazeiras, Campina Grande, Picuí, Guarabira e Esperança. Iniciativas envolvem estudantes, professores e técnico-administrativos
publicado: 14/07/2016 17h44 última modificação: 22/07/2016 10h00

Em nossa última reportagem especial sobre a Robótica no IFPB, trazemos as iniciativas bem-sucedidas de cinco campi: Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Picuí e Esperança. Independentemente de ser um campus com décadas de história ou de serem recém-implantados, a dedicação para essa área promissora que envolve alta tecnologia e criatividade tem estimulado estudantes, docentes e técnicos.

GPcar é destaque na Automação e Robótica em um ano em Cajazeiras


 O Grupo de Pesquisa em Controle, Automação e Robótica (GPcar), do Campus Cajazeiras do IFPB, era um sonho antigo dos professores Raphael Maciel de Sousa e Romualdo Figueiredo. Mas só em março de 2015 é que foi formalizado e se tornou realidade. No mês seguinte à sua criação, seu primeiro fruto, o robô “Calango”, já foi segundo lugar na Mercury Robot Challenge, competição de robótica promovida pela Universidade do Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos. De lá pra cá, os participantes do grupo vêm colecionando publicações, projetos de pesquisa e pódios em competições, nacionais e internacionais, e as novas ideias não param de surgir.

O surgimento do GPcar aconteceu paralelamente à realização da primeira Competição de Robótica do IFPB, realizada no Campus Picuí, quando duas equipes do Campus Cajazeiras participaram, sendo uma delas campeã da modalidade local e outra ficou em segundo lugar na modalidade internet, conquistando vaga para a Mercury. Foi justamente o destaque dessa equipe e seu robô Calango, que fez o interesse pela robótica aumentar. Esse ano Cajazeiras sediou a 2ª edição da disputa e o número de equipes locais participantes dobrou.

Hoje, o GPCar conta com professores de várias áreas como Engenharia Mecânica, Elétrica e da Computação, Ciências da Computação e Automação. De acordo com o professor Raphael Maciel, as iniciativas promovidas pelo IFPB são um grande incentivo para a pesquisa na área. 

“As competições de robótica do Instituto foram um enorme estímulo para que mais gente se interessasse pela área e se juntasse a nós no grupo de pesquisa. Mas, nosso foco não é só participar dessas disputas, nós temos também a pesquisa aplicada, projetos de iniciação científica, artigos publicados e trabalhos apresentados em eventos como o I SIMPIF (Simpósio de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFPB); X Connepi (Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação) e SNCT (Semana Nacional de Ciência e Tecnologia), além dos trabalhos de Conclusão de Curso”, afirmou.

Assim como em 2015, esse ano o Campus Cajazeiras também teve representantes na Mercury Robot Challenge. A Equipe Cajaíba, coordenada pelo professor Romualdo, que ficou em segundo lugar na II Competição de Robótica do IFPB na modalidade Internet, foi aos Estados Unidos para a disputa. No entanto, depois de participar de todos os testes com sucesso, eles acabaram não participando da prova devido a uma falha eletrônica no robô. Mesmo assim, o aluno Josielho Canuto, membro da equipe, afirmou que a experiência foi muito enriquecedora.

“Foi muito bom! Apesar de não ter participado das provas, nós acompanhamos tudo, conhecemos as tecnologias que estão sendo usadas lá fora. Só não conseguimos lugar no pódio, mas fomos muito bem representados pelos colegas do Campus João Pessoa, que conquistaram o primeiro lugar”.

O professor Romualdo Figueiredo destacou que os progressos alcançados pelo GPcar são muitos, mas ainda é preciso mais investimento na área. “Tivemos um crescimento exponencial neste um ano de pesquisas e muito trabalho no nosso grupo. Saímos literalmente do zero, só tínhamos o sonho e poucos materiais que Raphael comprou com dinheiro do próprio bolso. Hoje, ainda temos muito que evoluir, praticamente arcamos com todos os custos, mas já temos o interesse de professores e alunos de todas as áreas, os resultados já estão aparecendo e acreditamos que os recursos também virão”.

A esperança e empolgação são contagiantes entre os membros do grupo. A recém-chegada Manueliy Suzik, do 2º período do curso de Automação, entrou como voluntária em um Projeto de Pesquisa e já sonha em ir longe na vida acadêmica. “Eu adoro tecnologia desde criança, adorava montar, desmontar e consertar as coisas. Eu me interesso muito por pesquisar na área da robótica e aqui no GPcar eu sei que terei um complemento de grande valor para minha formação”.

GPCAR robotica cajazeiras principal.jpg

Novo Projeto

Se ao criar um Calango a garotada do GPcar já fez sucesso e foi pódio nos EUA, imagine aonde eles vão parar agora que estão trabalhando em um “bichinho” que voa. A nova aposta do grupo são os drones e já estão com um quadricóptero em fase avançada. De acordo com o professor Raphael, o drone tem um mercado muito promissor e pode ser usado em várias aplicações.

“Desde o entretenimento, ao transporte rápido, vistoria em locais de difícil acesso, mapeamento de áreas... esses drones podem ser usados em uma série de coisas e iremos trabalhar na pesquisa e no desenvolvimento deles”. Raphael destacou ainda que, infelizmente, tanto para esse projeto quanto para a construção de outros robôs, há ainda uma limitação principalmente na confecção de algumas peças. Ele espera que o grupo consiga adquirir uma impressora 3D para ampliar as possiblidades de criação do GPcar.

Lidiane Maria – Jornalista do Campus Cajazeiras

 

Campina tem laboratório voltado para robótica Campina robotica.jpg

Com menos de três anos de criação, o Laboratório de Robótica e Inteligência Computacional (Labrinco) do campus Campina Grande já acumula algumas conquistas. Foram dois primeiros lugares em competições regionais e um sexto lugar na Olimpíada Brasileira de Robótica, regional Paraíba.

O Labrinco foi instituído com o objetivo de realizar pesquisas na área de robótica e inteligência computacional. Atualmente, tem tido foco na orientação de alunos do ensino médio integrado ao técnico para participação em Olimpíadas de Robótica nas modalidades práticas que exigem construção e programação de robôs autônomos.

O grupo é conduzido por quatro docentes e em sua última formação reuniu doze estudantes. De acordo com um dos organizadores, o professor Igor Barbosa, a seleção para entrar na equipe, que contempla os estudantes dos cursos de Informática e de Manutenção e suporte em Informática, acontece uma vez por ano. 

Ernani Baracho – jornalista do Campus Campina Grande

 

Grupo em Guarabira investe na robótica há três anos 

O Campus Guarabira tem menos de cinco anos de existência, mas já tem resultados visíveis no desenvolvimento da robótica. Desde 2013, foi criado o Grupo de Estudos em Robótica Pedagógica, com recursos iniciais provenientes da chamada 94/2013 do CNPq. O Grupo é formado pelos docentes Otacílio de Araújo Ramos Netos, Ruan Delgado Gomes e Nélio Frazão. robotica guarabira principal - Cópia.jpg

Com menos de R$ 10 mil, eles adquiriram três kits lego, impressora 3D e um osciloscópio digital de 70MHz Tektronix. Também foram compradas peças, sensores avulsos e foi construída uma arena. O IFPB Campus Guarabira cedeu sala, mobília e três computadores pra a equipe trabalhar.

Seis estudantes do ensino médio integrado ao Técnico atuam no Grupo: Vitória Heliane Pereira dos Santos Sobrinha, Girleide Tereza Marculino de Oliveira, Gabriel Felipe Cardoso Gomes, Gabriel Bandeira Carneiro, Gabriela Roberta Alverga do Nascimento e Sammara Beserra Nunes. Os jovens participaram da primeira e da segunda competição de robótica do IFPB, da OBR, e do Desafio de Robótica. Eles já se envolveram com quatro pesquisas aprovadas com bolsas, sendo duas no ano de 2014 e duas em 2015.

No I Desafio de Robótica do IFPB, Gabriel Felipe e Gabriel Bandeira ficaram em segundo lugar. Durante o Simpósio de Pesquisa do IFPB (Simpif), o trabalho “Plataforma Para Auxílio ao Ensino de Programação e Robótica Pedagógica” foi o primeiro colocado na categoria Iniciação Científica. Os alunos conquistaram destaque fora da Paraíba também, pois o trabalho “Plataforma Para Auxílio ao Ensino de Programação e Robótica Pedagógica” foi finalista do “Compute On the Beach 2016”, no Sul do país.

 

Esperança: Campus novo já tem grupo de robótica

O recém-criado campus de Esperança já está investindo na robótica em seus primeiros passos. “O objetivo principal do nosso grupo aqui em Esperança é fomentar a ideia de robótica com os alunos dos nossos cursos técnicos em informática (integrado e subsequente). Como nessa área temos um misto de mecânica, eletrônica e programação, achamos que seria viável incluir nossos alunos neste universo, pois dessa forma estamos os incentivando tanto na sua área de formação (informática) como nas demais áreas envolvidas”. A explicação é do professor Valnyr Vasncelos Lira, que é o diretor do Campus e coordenador do Grupo de Pesquisa em Robótica Educacional.

O grupo de pesquisa conta com ainda com os professores Arlindo Garcia de Sá Barreto Neto e André Atanasio Maranhão Almeida, o técnico administrativo Alan Kleydson Rocha Diniz e dois estudantes, Aryelson Gonçalves Messias (técnico subsequente) João Paulo Alves Dantas (técnico integrado).

“Neste ano conseguimos a aprovação de um projeto de pesquisa, intitulado "Projeto e Desenvolvimento de um Robô Autônomo" e um de extensão, intitulado "Robótica Educacional à Baixo Custo", ambos com bolsa para os alunos envolvidos nos projetos”, comemora Valnyr.

 

Picuí inicia trabalho na robótica

No Campus Picuí, os primeiros passos na robótica vêm sendo incentivados pelo técnico em laboratório, da área de Física, José Torres Neto e o professor de Física, Fernando Fernandes. Ele vem trabalhando com os estudantes Adrialisson Dantas e Thallys Lima Nobre, do Curso Técnico Integrado de Manutenção e Suporte em Informática, e Cleyson Santos, Denilson Alves, Francicláudio Dantas, Gilseph Lopes, Gilvan Henrique, Igor Oliveira, Luiz Carlos, Maico Brendo e Vinícius Nathan, do Integrado em Informática. Robotica em Picui principal.jpg

Eles participaram da primeira fase da Olimpíada Brasileira de Robótica, na Modalidade Teórica, e estão se preparando para a Modalidade Prática que será realizada em agosto na Capital paraibana. O resultado desse trabalho didático envolvendo a robótica foi publicado no I Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino de Ciências.

José Torres ainda trabalha com a robótica em parceria com o professor Artur Oliveira no projeto de pesquisa SmartChair, cadeira de rodas inteligente para acesso de ambientes mapeados e com o técnico de Laboratório de Química, Danúbio Bernardino, no trabalho de extensão "Inovação Tecnológica por meio de sensoriamento remoto de baixo custo da umidade do solo como auxílio na produção agrícola".


Ana Carolina Abiahy – jornalista da Reitoria do IFPB