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Pró-Reitores de Extensão de Instituições Públicas debatem crise na educação

O 40º Forproex está acontecendo na UFOP, em Minas Gerais, e conta com a participação de Pró-Reitores de Universidades e Institutos Federais.
publicado: 06/09/2016 11h01 última modificação: 06/09/2016 11h01

Em clima de resistência às tentativas de privatização do ensino superior e às manobras para desestabilizar as políticas públicas conquistadas nas últimas décadas, os Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior iniciaram, ontem (05), no Auditório do Centro de Arte e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP-MG), o 40º Fórum da Categoria.

Na mesa de abertura do 40º Forproex, que enfocou o tema da função social da extensão universitária, o presidente da entidade, professor Marcos Antônio Torres, disse que os eventos recentes da política partidária no Brasil, envolvendo o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, é o resultado de uma crise dos paradigmas da democracia que pode provocar sérios prejuízos à sociedade brasileira. O líder acadêmico enxerga, na atual conjuntura da política nacional, um grande retrocesso nos direitos humanos que foram conquistados através das lutas empreendidas pelos movimentos sociais desde o início deste século.

Os integrantes da mesa apontaram as tentativas do congresso nacional de impor, ao País, legislação autoritária, a exemplo do Projeto de Lei “Escola sem Partido”, que confronta acintosamente a LDB. A referida mesa de debates contou com a participação da Pró-Reitora de Extensão da UFOP, professora Ida Berenice Heuser do Prado, e o Vice-presidente do Forproex, Daniel Pansarelli, Pró-Reitor da Federal do ABC.

No referido espaço, também foi abordada a intenção de desestabilizar as políticas públicas afirmativas para os segmentos sociais representados pelos Negros, as Mulheres e o segmento LGBT, que constituem cerca de 70% da população brasileira. Os professores denunciaram o retrocesso nos processos civilizatórios provocados por resquícios de ideologias fascistas disseminadas pelo que eles classificaram de direita urbana. Para os acadêmicos, haveria uma pressão por parte dos segmentos Pentecostais e facções minoritárias controversas que querem desmobilizar as lideranças históricas da política do País.

As lideranças acadêmicas também se reportaram à necessidade de resistir à desestabilização da economia brasileira com a entrega do pré-sal à exploração de organismos do capital internacional, o que pode ter sido o objeto principal da deposição da presidente Dilma Rousseff, pelos integrantes dos partidos conservadores no Congresso Nacional. Os pró-reitores se posicionaram contra os projetos de lei que retiram direitos dos trabalhadores, em tramitação no Congresso Nacional, a exemplo da PL 395 e 241.

Na referida mesa, foi defendida a necessidade de se aprofundar o diálogo das Instituições de Ensino Superior com a sociedade através da extensão, nas Universidades e nos Institutos Federais, bem como a defesa da manutenção do financiamento público para estas instituições.

As Instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica estavam representadas, no referido evento, pelos Pró-Reitores de Extensão do IF Rio Grande do Sul; do IF do Espírito Santo; do Cefet Minas Gerais e Instituto Federal Farroupilha. A Pró-Reitora de Extensão e Cultura do IFPB, Vania Medeiros, reportou-se, nos debates, aos problemas inerentes ao Governo Federal e o projeto de expansão da educação profissional e tecnológica no País. Ela defendeu o fortalecimento das políticas de inclusão social e uma concepção solidária para as ações tecnológicas envolvendo a educação.

O primeiro dia do evento foi encerrado com a apresentação de um grupo de dança da UFOP, representando temas da cultura regional. O Fórum prossegue hoje (06), com debates sobre aspectos internos das políticas de extensão, pela manhã, e uma mesa sobre extensão na arte e cultura, no período da tarde.

*Crisvalter Medeiros, jornalista.

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