Você está aqui: Página Inicial > Notícias > 2016 > 12 > Jornada de uma heroína no serviço público

Noticia

Jornada de uma heroína no serviço público

Os verdadeiros servidores públicos, ao longo dos tempos, consomem suas vidas em causas nobres
por publicado: 27/12/2016 09h27 última modificação: 27/12/2016 09h27

Servidora veterana, aposentada, de 76 anos, continua trabalhando no serviço público como se estivesse na ativa. Afastou-se temporariamente para cuidar da sua própria saúde e do esposo que sofre com uma doença degenerativa. Estamos falando de Maria Jesuína Ciarallo Cordeiro, mineira de Guachupé.

Os verdadeiros servidores públicos, ao longo dos tempos, consomem suas vidas em causas nobres. Amam a repartição, são proativos e obstinados no que fazem. Jesuína é um bom exemplo nessa missão estratosférica.

Recentemente teve que conter sua paixão excessiva pelo trabalho e retornar ao primeiro amor a quem certo dia disse: "eu Maria Jesuína Ciarallo Cordeiro, recebo-te por meu esposo a ti Eloísio de Oliveira Cordeiro e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida."

Os exemplos dela me emocionam, o de civilidade no trabalho e o de indissolubilidade no casamento. Por isso vale a pena refletir sobre os motivos que levam os seres humanos ao estágio da superação, estado de espírito peculiar apenas, e tão somente, aos heróis. Jesuína é vencedora na carreira profissional. Agora mostra sua sustentabilidade no lar cumprindo outra missão que parece não ter fim. Ora, o que leva o ser humano desgastar sua vida com esses desafios?

Estudiosos e religiosos dirão que a história da humanidade foi forjada com ritos e mitos. O fato é que se cada ser humano ficasse bitolado ao que eu faço na trivialidade do meu cotidiano, fazendo o feijão com arroz, com certeza ainda estaríamos nas cavernas, como dizem os livros de história, acendendo fogo com pedras, comendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos cabelos.

Olhando o lado prático da professora Jesuína entendi que é possível o ser humano evoluir, fazendo muito mais em favor de outrem. Somos o que somos hoje devido aos heróis e as heroínas que nunca sobem a montanha da vida sozinhos. Há sempre motivo para esperar alguém e ajudar ao próximo cumprindo sua jornada de herói.

Mas o que há de louvável (e lamentável) neste retrato 3X4 da professora Jesuína? Aventura, desafio, conquista, aspiração, lealdade, superação e adversidade.  Não sei até que ponto ela foi prudente ao desgastar sua própria vida transpondo obstáculos contínuos. Mas seu exemplo é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta renhida. 

* Por Filipe Donner – Diretor-Geral de Comunicação e Marketing

 

registrado em: