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Uma história de pioneirismo e dedicação com o Campus Cajazeiras
Quando cursava Eletrotécnica na Escola Técnica Federal da Paraíba, em 1994, Lucrécia não poderia imaginar que, alguns anos mais tarde, estaria à frente de uma importante extensão daquele órgão, no sertão do estado, coincidentemente inaugurada naquele ano: a então Unidade de Ensino Descentralizada (UNED), hoje Campus Cajazeiras. A menina pessoense, que já no ensino médio escolheu um curso técnico onde os homens eram a imensa maioria, é hoje a única Diretora Geral eleita do Instituto Federal da Paraíba e tem uma trajetória de pioneirismo e dedicação pelo IFPB e a unidade onde é gestora.
Lucrécia Teresa Gonçalves Petrucci ingressou no IFPB em 2006, como Pedagoga do Campus Cajazeiras. No ano seguinte, foi convidada pelo então Gerente de Ensino Técnico, professor Martiliano Soares, para coordenar a recém-criada Unidade Acadêmica de Indústria, que englobava os cursos técnicos de Edificações e Eletromecânica e o superior em Automação Industrial. Entre os muitos desafios, havia dois principais: o cargo era novo e a área predominantemente masculina, sem contar que existia (ainda mais que nos dias hoje) uma postura de superioridade dos docentes em relação aos técnicos. Mas, ela, mulher, servidora técnica-administrativa, desempenhou no cargo um trabalho que a credenciou a permanecer nele por sete anos, até ser eleita Diretora Geral.
“No início, eu encontrei uma postura de resistência e estranhamento por parte de alguns professores. Eles julgavam que uma mulher, ainda por cima pedagoga, não teria a mesma competência que um engenheiro ou arquiteto para estar à frente do cargo. Mas por outro lado eu encontrei um apoio primordial em alguns colegas que nos ajudaram a fazer com que a área da indústria, que passou dez anos sem investimentos, pudesse avançar. Foram muitas as conquistas e avanços, tanto em relação à contratação de docentes, quanto à compra de equipamentos e aparelhamento de laboratórios”, contou Lucrécia.
Ao assumir o cargo de Diretora Geral, a pedagoga conta que os desafios foram multiplicados. “O trabalho que antes era específico, tornou-se mais amplo, o olhar passou a ser macro; as necessidades não eram mais as da indústria, mas do campus em sua plenitude. Mas a força para superar as dificuldades vem de duas fontes: poder contar com pessoas competentes, coordenadores que nos trazem suas demandas e ajudam a buscar os melhores caminhos para atendê-las; e ter como prioridade o lado humano, pois apesar de lidarmos com máquinas e tecnologia, a grande mola propulsora, o coração que pulsa executando cada procedimento prático e reflete toda a dinâmica do processo educativo, são as pessoas que compõem a nossa comunidade acadêmica”.
A diretora Lucrécia, Eletrotécnica, Pedagoga, Especialista em Educação Profissional e Mestre em Educação (UFPB), é também mãe de Lara Gabriela, de cinco anos, e esposa de Marcos Petrucci. Para ela, a palavra que melhor define as mulheres em sua luta histórica por igualdade e respeito e sua luta diária de vida, é superação.
Lidiane Maria – jornalista do IFPB/Campus Cajazeiras