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Professores debatem temas culturais na 1ª Formação da Diretoria de Cultura da Proexc
A formação na área de instrumentalização para execução de inventários participativos, na área do patrimônio cultura, ministrada pela coordenação do Museu do Patrimônio Vivo da Grande João Pessoa, nessa segunda e terça-feira (13/14), na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), demonstrou o grande interesse dos extensionistas da instituição para com os temas gerais da cultura.
O evento, que contou com a participação de extensionistas de diversos Campi, a exemplo de Cajazeiras, Princesa Isabel, Catolé do Rocha, Patos, Sousa, Areia, Santa Rita, Itabaiana, Esperança, Monteiro, Picuí e da Reitoria, além de estudantes, foi promovido pela Diretoria de Gestão de Pessoas do IFPB.
A Pró-Reitora Vania Medeiros, que participou do início da formação, disse que a consolidação do IFPB, como instituição de ensino superior, passa pelo viés da extensão e da cultura. Na visão da professora, é preciso promover a imersão cultura dos extensionistas nas comunidades onde a instituição foi implantada.
O diretor de cultura da Proexc, professor George Glauber, enfatizando o valor do Programa de Capacitação em Cultura, da Proexc, para a qualificação do debate e do fazer cultural no âmbito no IFPB, destacou a importância da articulação com entidades culturais e os movimentos sociais. “A capacitação ocorreu de maneira viva, integrada com o movimento cultural e comunitário, possibilitando a construção de novas relações de parceria e de aplicação das questões inseridas no contexto da educação profissional, durante o curso”, assinalou.
George Glauber adiantou que, em 2018, pretende consolidar o programa de capacitação em cultura, com a realização de mais seis cursos em parceria com a Diretoria Geral de Gestão de Pessoas do IFPB.
Segundo Sílvia Cláudia, coordenador de extensão e cultura do Campus Picuí, com essa formação a Proexc conseguiu avançar na capacitação dos extensionistas da instituição para a construção de novas formas de convivência com a produção cultural das comunidades no Estado da Paraíba.
Para o professor Pedro Couto, coordenador de extensão e cultura do Campus Sousa, o curso ofereceu a capacitação para a realização de ações de formação na ação no âmbito da cultura. “A práxis da formação nos humaniza mais enquanto educadores e cidadãos, e devermos criar as oportunidades para multiplicar essas ações”, enfatizou o professor.
Marcela Silveira Muccillo, ministrante do curso, disse que esperava que a partir dos conteúdos ministrados e da metodologia da formação, os professores extensionistas do IFPB possam desenvolver ações na área do patrimônio cultural nas suas comunidades.
A formadora, que integra a equipe da coordenação do Museu do Patrimônio Vivo da grande João Pessoa, destacou, como resultado imediato do curso, a aproximação dos exensionistas do IFPB com a luta de resistência cultura da comunidade do Porto do Capim, localizada no Varadouro, em João Pessoa. “Penso que com essas experiências na área do patrimônio cultural, bem como outros aspectos da cultura que foram debatidos no curso, poderão ser elaborados alguns projetos na área da extensão e cultura no IFPB”.
Imersão cultural
Durante os dois dias do referido curso, os extensionistas do IFPB foram iniciados nos processos técnicos do reconhecimento sobre o levantamento e o registro do patrimônio cultural. Foram ministradas técnicas de identificação de formas de expressão, celebração, saberes, objetivos e lugares na área do patrimônio cultural.
A formação foi, também, uma excelente oportunidade para se debater as possibilidades de inserções culturais da educação profissional, através da extensão e cultura, nas comunidades nas quais a instituição está inserida. A importância das ações culturais para a formação cidadã foi uma tônica constante dos debates.
O ponto alto da formação foi uma imersão cultura na comunidade tradicional do Ponto do Capim, localizada no Varadouro, em João Pessoa. No local, cerca de 500 famílias resistem, fortemente, aos assédios de setores da administração pública municipal que pretende desocupar o referido território para intensificar a exploração comercial, com a construção de equipamentos empresariais disponíveis ao setor produtivo.
O grupo de extensionistas do IFPB reuniu-se com representantes da comunidade no Ponto de Cultura Comunitária, do Porto do Capim, para uma explanação sobre a luta empreendida pela comunidade, em defesa do seu território e melhores condições de vida. Em seguida, foi realizado um “tour” de reconhecimento histórico na área do Varadouro.
Os professores foram conduzidos por Hossana de Holanda, uma ativista cultura da comunidade, pelos principais pontos históricos do território, a exemplo de um antigo Curtume, atualmente desativo; o prédio onde funcionou a Alfândega, e uma praça restaurada em parceria com uma instituição pública.
No prédio onde ainda funciona um marco histórico do antigo Sindicato dos Arrumadores do Porto do Capim (1851), uma das últimas lideranças sindicais da categoria, o senhor Pedro Paulino de Holanda, contou a história do movimento de navegação que acontecia no antigo Porto do Capim que, segundo ele, era por onde se dava o escoamento da produção industrial, principalmente de produtos originados do agave e o cimento.
O curso foi finalizado com a degustação de produtos da gastronomia ribeirinha, preparados pela comunidade, e uma apresentação cultural do grupo “Xote das Meninas da comunidade do Porto do Capim”. A apresentação, que abordou temas folclóricos ribeirinhos, encantou os professores do IFPB.
Crisvalter Medeiros, jornalista da Proexc