Ele tem 16 anos e integra as estatísticas de pertencer a famílias com renda de até meio salário mínimo por mês, sem acesso à internet. A história desse adolescente paraibano que se enquadra entre os milhões de brasileiros considerados “invisíveis” revelados pela pandemia da Covid-19 começa a ser reescrita graças a educação e a solidariedade presentes no IFPB.

O estudante mora em Pilõezinhos, no agreste do estado, faz o primeiro ano do Curso Técnico em Informática Integrado, no Campus Guarabira. Veio de escola pública, mora com a mãe que cuida de 4 filhos, além dele. A única renda é o bolsa família. A casa humilde, fica numa rua com nome de santo, São Francisco.

Foi durante a entrega de cestas básicas dentro da Campanha do IFPB Solidário em Pilõezinhos, que o drama da família do adolescente chamou a atenção.  “A imagem de um estudante nosso recebendo uma cesta numa casa humilde, nos sensibilizou” conta o coordenador da campanha, Manoel Macedo. A partir daí alguns diretores e gestores se uniram para levantar recursos por conta própria para ajudar o estudante e tentar melhorar a estrutura da casa da família.

“A campanha do IFPB Solidário tem permitido conviver com situações sociais de muita dificuldade e de profunda desigualdade, e isso tem provocado uma dupla sensação; se por um lado a gente fica com o sentimento de que estamos fazendo o correto, ajudando pessoas, por outro lado nos coloca em situações de muita emoção” disse Macedo.

O estudante afastado das aulas presenciais por causa da pandemia, foi um dos contemplados em Guarabira com o auxílio digital que permitirá o ensino remoto. “Ele não recebia assistência estudantil pelo simples fato de não ter se cadastrado no SUAP, fomos na casa dele, pegamos os dados do aluno e graças a Deus deu tudo certo” disse o Diretor de Ensino do Campus, Erivan Júnior.

Certamente muitas imagens estão gravadas na memória dos colaboradores e voluntários da Campanha do IFPB Solidário. Cenas como a de uma criança na cidade de Lucena. “A menina enquanto recebia a cesta junto com a mãe esboçava um sorriso de gratidão e um olhar que era um misto de esperança, mas ao mesmo tempo, de incerteza com o dia seguinte” conta Manoel Macedo. Para ele essa emoção é o que tem motivado o grupo a fazer a campanha, e a pedir a ajuda de todos para amenizar o sofrimento de quem mais precisa nesse momento de pandemia.

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*Texto: Heranir Oliveira- equipe DGCOM

Fotos: acervo pessoal de Erivan Jr.