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Reunião do Colégio de Dirigentes discute autonomia universitária
O recente ato de nomeação do candidato a reitor da UFPB, último colocado em lista tríplice, motivou reunião extraordinária do Colégio de Dirigentes do IFPB, na manhã desta segunda-feira (09) às 08h por videoconferência.
Preocupado com o futuro da democracia e da autonomia nas instituições públicas de ensino superior, o Colégio de Dirigentes, durante a reunião contextualizou o panorama atravessado pela UFPB e também por mais de uma dezena de universidades que tiveram, recentemente, reitores democraticamente eleitos e que não foram nomeados.
“Temos na UFPB uma autonomia assegurada pela Constituição Federal e que está sendo desrespeitada, configurando um desrespeito à legítima vontade da comunidade acadêmica e comprometendo a governabilidade das universidades”, pontuou o Reitor Nicácio Lopes.
Durante a reunião vários dirigentes também se mostraram contrários a nomeação ocorrida na UFPB. O colegiado decidiu por elaborar um manifesto apresentando o posicionamento oficial do IFPB em defesa da autonomia da universidade. Esse documento deverá ser publicado até a próxima quarta-feira (11) no portal institucional e entregue por uma comissão a representantes do movimento na UFPB. Junto com o manifesto serão entregues donativos em solidariedade aos estudantes que estão mobilizados na frente da reitoria.
Também está prevista, como ação a médio prazo, a sugestão de constituição de um comitê estadual em defesa da autonomia que possibilite o diálogo e apoio dos parlamentares para propor a mudança na legislação, assegurando que seja nomeado o candidato mais votado.
“Como a lei que rege o processo de consulta nas universidades permite a escolha de qualquer um dos candidatos que figurem na lista tríplice, ocorreu essa anomalia que é nociva para a academia como um todo”, lembrou o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Manoel Macedo, fazendo referência a Lei Nº 9.192, de 21 de dezembro de 1995. Ele comentou que já há um grupo de trabalho na câmara dos deputados que elaborou um relatório e recomendou que se altere a legislação para respeitar a escolha da comunidade, assim como ocorre nos Institutos Federais.
“Temos um nível de consciência no IFPB, refletindo o nosso amadurecimento. Mas é um processo que precisa crescer mais. Estamos ameaçados de ter um retrocesso. A ditadura muitas vezes não é explicita. Precisamos levantar a nossa bandeira: retrocesso jamais”, ressaltou a professora Zoraida Arruda.
A comissão será constituída pelos professores: Manoel Macedo, Frederico Campos, Josy Batista, Zoraida Arruda, Neilor César, Mary Roberta, Nicácio Lopes, Adriano Melo e Silvana Cunha.