O Centro de Assessoria Comunitária a Tecnologias de Utilidades Sociais (Cactus), Núcleo de Extensão do Campus Princesa Isabel do IFPB, ganhou um grande reconhecimento pelo trabalho que desenvolve na área de Segurança Hídrica em comunidades rurais. O projeto do Cactus, “Soluções Baseadas na Natureza e Tecnologias Sociais em Saneamento Rural: Parceria com Agricultores Familiares e Comunidades Quilombolas”, é um dos três finalistas do prêmio concedido pela Agência Nacional das Águas e Saneamento (ANA).

O IFPB está na categoria Educação, que recebeu 59 inscrições. Os outros dois finalistas são projetos de uma escola no Amazonas e do IFPI. Embora o resultado final só seja divulgado em março de 2021, os integrantes do Cactus estão comemorando o feito. Isso porque já ostentam o “Selo Prêmio ANA Finalistas”, um reconhecimento para trabalhos na área de segurança hídrica, gestão e uso sustentável das águas no desenvolvimento sustentável.

O prêmio, que ocorre a cada dois anos, marca os 20 anos da ANA e recebeu número recorde de mais de 500 inscrições em oito categorias. A premiação analisa as atividades desenvolvidas pelas organizações nos dois anos anteriores. No projeto enviado pelo IFPB, estão em destaque as ações que conscientizaram comunidades rurais sobre a necessidade do saneamento e as oficinas realizadas que apresentaram soluções para suprir sua carência.

São 14 comunidades rurais e duas quilombolas que foram atendidas pelo Cactus, o que resultou em três tecnologias de saneamento instaladas, sendo uma em pleno funcionamento em uma escola rural. O projeto trabalha com soluções ecológicas como biofiltros, jardins filtrantes e círculo de bananeiras, bem como fossas ecológicas e biodigestores. As ações do Cactus têm grande impacto na região porque somente em Princesa Isabel a falta de saneamento atinge 93% da população. Além de Princesa Isabel, o projeto atendeu trabalhadores rurais das cidades paraibanas de Tavares e São José de Princesa, além de Triunfo e Quixaba, em Pernambuco. A equipe estipula em 160 o número de pessoas beneficiadas com as medidas.

Os articuladores do projeto no IFPB são os professores Artur Lourenço, Thaís de Freitas e Rinaldo Rodopiano. Os estudantes participantes são Romário Carneiro, Laercio Carvalho, Cirleide Gomes, Isadora Ribeiro e Eduarda Raquel. O projeto Cactus conta ainda com colaboradores externos em parceria com o Centro de Capacitação Agrocomunitário (CCA) e a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer).

O professor Artur destacou a utilização da tecnologia de modelagem 3D BIM (Building Information Modeling) que registra as adaptações realizadas em conjunto com as comunidades, criando modelos de realidade virtual para que os agricultores compreendam como funciona a solução de saneamento. Toda a metodologia que envolve a comunidade na elaboração das fossas ecológicas também é destacada pela equipe como um dos diferenciais.   

Até o dia da premiação, os membros do projeto participarão de eventos online ministrados pela ANA para apresentar o projeto de forma detalhada e convencer os jurados a conceder o primeiro lugar. A equipe dedicou a indicação para duas pessoas in memoriam: “Cícero Manduca, agricultor familiar que contribui e participou ativamente do projeto e a professora Ana Virginia, pessoa aficionada pelo trabalho desenvolvido e que sempre incentivou e reconheceu o potencial que o projeto tem”.

Para saber um pouco mais sobre as ações, confira este vídeo do Cactus.

Texto: Ana Carolina Abiahy - jornalista do IFPB / Arte: Cactus