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Ceguinhas de Campina Grande participam de roda de conversa no IFPB
Francisca Conceição Barbosa - a Indaiá, Maria das Neves Barbosa - a Maroca (falecida em 2017) e Regina Barbosa - a Poroca são as grandes homenageadas da edição 2021 do Festival de Intérpretes e Canções do IFPB (FESTIN). As Ceguinhas de Campina Grande (ou Irmãs Cantoras de Campina Grande) iniciaram sua trajetória cantando emboladas e tocando ganzá.
Poroca e Indaiá participaram de uma Roda de Conversa na tarde desta quinta-feira (26), transmitida através do canal do Instagram e do YouTube da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC). O bate papo aconteceu dentro da programação da Semana do Folclore do Campus Sousa, realizado em parceria com o Núcleo Multicultural do Sertão. A live foi mediada pela professora Ladyjane Duarte (Campus Sousa) e contou com a participação dos professores João Edson (Campus Sousa), Tibério Araújo (Campus Sousa) e Sílvia Andrade (Campus Cabedelo); além do diretor de Cultura, George Glauber; e do intérprete de Libras, Edson Filho.
"A Semana do Folclore está sendo realizada de forma conjunta com vários profissionais maravilhosos. Está sendo uma semana muito bacana e envolvente! Nossos estudantes estão muito envolvidos. A Semana vem despertar nosso olhar crítico acerca de diversos assuntos importantes”, destaca João Edson.
Durante a live, as mestras contaram um pouco da sua trajetória e das dificuldades que passaram na vida. “A gente andava pelo meio do mundo, aí via o povo cantar e aprendeu a cantar também. Nosso pai cantava coco e ensinou a gente a cantar também. Passamos por muitos problemas. A vida era muito ruim e muito sofrida nas ruas quando a gente cantava. O povo jogava pedras na gente, puxava nosso cabelo, eu só faltava chorar… Os aplausos só vieram depois do documentário sobre a gente”, conta Indaiá.
O documentário “A pessoa é para o que nasce”, lançado em 1998 pelo cineasta Roberto Berliner, apresentou As Ceguinhas de Campina Grande para o mundo. O curta foi eleito o melhor da categoria no É Tudo Verdade de 1999 e levou as mestras ao festival de percussão Percpan de 2000, em Salvador. O grupo recebeu elogios de Naná Vasconcelos e Otto, além de ser homenageado numa composição de Gilberto Gil.
Além de conhecerem um pouco da história das mestras, o público que participou da live teve a oportunidade de ouvir diversas composições de coco. Poroca finalizou a tarde de conversa falando da emoção de ser homenageada pelo FESTIN. “Estamos muito felizes e muito emocionadas pela homenagem do IFPB. Desejamos a todos os estudantes e jovens que estão assistindo essa live que eles sejam muito felizes”.
O FESTIN é organizado por meio da Diretoria de Cultura da PROEXC em articulação com os campi João Pessoa e Monteiro, e acontece no dia 21 de setembro dentro da programação do Encontro de Extensão e Cultura (ENEX) do Instituto. As inscrições acontecem até 06 de setembro (Clique aqui).
“O Festin é esse movimento de trazer a música na sua pluralidade de expressões e de concepções. O Festival abarca a produção musical mundialmente difundida, mas também valoriza esse espaço das nossas referências locais, como a Poroca e a Indaiá. É importante termos uma aproximação com a sabedoria delas e trazer isso para o nosso ambiente de formação”, explica George Glauber.
Comunicação PROEXC/Campus Sousa