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Abertura do Enex 2021 tem música, emoção, reflexões e interação
Resistir e esperançar. Envolvido por este lema, o 6º Encontro de Extensão e Cultura do IFPB organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) do Instituto Federal da Paraíba iniciou nesta segunda-feira, com muito diálogo, arte e emoção. As atividades foram abertas ao público por meio do canal da TV IFPB no YouTube.
O evento começou com uma apresentação da cantora e compositora paraibana Nathalia Bellar, especialmente gravada para o Enex no Campus João Pessoa do IFPB. Ela estava acompanhada pelos violões de Pedro Medeiros e Ruan Pacheco, que foi aluno do IFPB. Nas canções escolhidas, Nathalia dialogou com a temática do evento, sobre respeito à diversidade e inclusão, com o reconhecimento dos valores culturais locais e o estímulo ao diálogo criativo. A professora Liane Velloso fez a apresentação virtual do evento no período da tarde.
Em seguida, foram realizadas as Aberturas da Feira de Economia Solidária e Criativa da II Mostra Tecnológica Social e da IV Mostra Artístico-Cultural (MAC). A Feira Ecosolifpb está acontecendo no perfil do Instagram @feiraecosolifpb com mais de 20 produtores rurais e criativos. Conforme explicou a professora do campus Areia, Gracilene Marques, que organiza a Feira, o objetivo é tornar conhecida a iniciativa destes produtores e facilitar a venda dos produtos. Gracilene agradeceu a colaboração dos estudantes tutores que estão trabalhando no Enex. Para discutir a temática da economia solidária, o Enex trouxe a Irmã Lourdes Dill, Agente da Cáritas Brasileira – CNBB, do Rio Grande Sul, que trabalhou o tema “Construindo a sociedade do bem viver: por uma ética planetária”.
A MAC teve a presença da professora Samara Xavier, da comissão organizadora, e também da homenageada, a docente aposentada da área teatral, Palmira Palhano. Samara comentou o quanto a atuação dos professores de Artes é fundamental na função de esperançar. Para falar sobre a Mostra, estiveram presentes a extensionista Mellyne Palmeira, de Campina Grande, e Daniel Macedo Soares, diretor de Inovação do IFPB. Mellyne destacou que apesar da mudança de formato, o fato de terem conseguido o envolvimento de 11 campi já mostra o nível de engajamento com a proposta. A Mostra Tecnológica Social pode ser conferida neste link. São 27 trabalhos dos vários eixos temáticos do Enex.
Este primeiro momento do Enex com a apresentação de Nathalia Bellar e apresentação da Mostras e da Feira, pode ser visto neste link. Todo o evento conta com autodescrição dos falantes e no período da tarde teve os intérpretes de Libras Edson Filho, do Campus Sousa, e Valdenuza, do Campus Monteiro.
O Enex 2021 teve Lançamento de Livros. As obras “2021: 10 anos de extensão de Rede Federal de Educação Profissional”, organizada por Régia Lúcia Lopes (IFRN) e Renato Tannure Almeida (IFES) reúne relatos de experiência de 31 instituições de todas as regiões do país. “Vozes da Maré”, organizada por Bruna Alice Taveira de Lima, docente do campus Cabedelo Centro do IFPB, e Antônio Basílio Novaes Thomaz de Menezes (UFRN) aborda a comunidade marisqueira do Renascer III na cidade de Cabedelo. Os autores participaram de um bate-papo ao vivo conduzido pela jornalista do campus Sousa do IFPB, Amanda Tavares de Melo com tradução em Libras feita pela intérprete Maria Luiza Lima, do campus Cajazeiras.
Confira aqui a entrevista com os autores.
Solenidade de abertura
Às 19h, a solenidade de abertura foi realizada com a presença do reitor Nicácio Lopes, do diretor de Cultura, George Glauber, presidente da comissão organizadora do Enex e das pró-reitoras de Ensino, Mary Roberta Meira, de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação, Silvana Cunha, e de Extensão e Cultura, Cleidenedia Morais, e o representante discente da Câmara de Extensão e Cultura, Antônio Carlos Maranhão Neto. George Glauber afirmou a importância do Enex como um evento “que identifica novas demandas e parceiros sociais, estimula a interação entre o Instituto e a sociedade”. Ele se emocionou muito e fez questão de agradecer a cada integrante das diversas comissões organizadoras do Enex.
Na solenidade oficial de abertura, o reitor Nicácio lembrou as perdas irreparáveis durante a pandemia e prestou homenagem as quase 600 mil famílias enlutadas do país. “O Enex é um dos mais importantes eventos do nosso Instituto Federal da Paraíba. A cada dois anos, ele reúne o que há de mais importante em produção extensionista e cultural. Antes de mais nada é um momento de celebração, festa, congratulação, homenagens”.
Nicácio Lopes expressou reconhecimento ao trabalho de todos os agentes públicos envolvidos no evento. Ele respaldou o dinamismo dos três diretores da Proexc: Yana Dantas, Josi Filha e George Glauber. Para o reitor, o tema do evento centrado na exclusão foi fundamental: “Toda exclusão tem de ser repelida. Somos espaços instauradores da equidade”. O professor lembrou ainda do centenário de nascimento de Paulo Freire, um dos pontos centrais do Enex 2021. “O Enex é um patrimônio imaterial da institucionalidade do IFPB”, finalizou o reitor.
A pró-reitora Cleide frisou que o Enex é muito mais do que um evento, sendo uma festa. Em sua fala, ela refletiu sobre a necessidade de se reconstruir as práticas cotidianas e o quanto as atividades extensionistas tiveram que passar por uma reaprendizagem, principalmente, nos tempos de pandemia. Ela agradeceu o empenho dos 75 servidores envolvidos na organização do evento, aos 62 estudantes tutores, a TV IFPB e à Diretoria Geral de Comunicação e Marketing. O evento foi prestigiado por instituições de outros Estados e todos os campi do IFPB.
Conferência de abertura
Para iniciar a conferência de abertura, o diretor Glauber propôs à conferencista Cláudia Sousa Leitão uma abordagem que estimule pensar as questões culturais e territoriais para a Paraíba. Cláudia é doutora em Sociologia pela Sorbonne (Paris V) e foi Secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura e Secretária da Cultura do Ceará. Foi consultora em Economia Criativa da Organização Mundial do Comércio e da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
A temática da conferência “Territórios criativos, territórios culturais: desafios da educação para o desenvolvimento sustentável” foi iniciada a partir de uma reflexão com base em Rousseau sobre aprender a viver como uma urgência e também em Edgar Morin a respeito da necessidade de se desvencilhar do egocentrismo. “O capitalismo neoliberal criou territórios insustentáveis”.
Segundo Claudia, é fundamental recuperarmos o aspecto do sonho e não só da racionalidade, o que é um dos grandes desafios da educação. “A educação moderna acabou criando placas inapetentes à mudança”. Ela criticou a fragmentação do ensino formal que não dialoga com a vida e o social. Para a conferencista, temos que ter novas estratégias em um mundo de insegurança. Ela abordou sobre os diversos princípios para a construção de territórios criativos que surgem da interação de diversos atores-redes. Após a conferência, foi aberto espaço para perguntas feitas pelos participantes no chat do YouTube que teve muita interação em todas as atividades.
Confira a solenidade de abertura, com o vídeo da comissão de comunicação e a conferência com Claudia Leitão. Os intérpretes da noite foram Cristiano Lima, do Campus Santa Rita, e Cristiane Quirino, do Campus Cabedelo Centro. O evento foi apresentado pela jornalista Veronica Rufino, da Proexc.
O Enex tem o apoio da Funetec-PB, Sicoob e Assifpb. O evento vai até o dia 22 e reúne mais de 1100 pessoas.
Texto: Ana Carolina Abiahy - jornalista da DGCom / Imagens: Debora Letícia e Brenda Lee - tutoras do Enex