O 4º Simpósio de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação do IFPB (4º Simpif) teve sua abertura solene realizada na noite desta quarta-feira, com transmissão pelo canal do YouTube da TV IFPB. As autoridades presentes à cerimônia virtual enalteceram a educação científica e tecnológica em seu papel de transformação social e criticaram os ataques que as áreas vêm sofrendo, vendo seu orçamento diminuído em meio a narrativas negacionistas. 

“Pesquisa precisa de investimento e não de descaso e negacionismo!” Esta foi uma das frases de destaque na fala da anfitriã do evento, a professora Silvana Cunha, titular da Pró-Reitoria de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação (PRPIPG) do IFPB realizadora do 4º Simpif. Ela parabenizou todos os que colaboraram para a realização do evento e destacou que o orçamento médio para a pesquisa e inovação no IFPB gira em torno de R$ 1 milhão e 700 mil, sendo mais de R$ 1 milhão e 300 mil em recursos próprios da instituição.

“O Simpif reúne trabalhos que são resultados de todos os programas de pesquisa. O simpósio não existiria se não fossem os pesquisadores que fazem a diferença em nossa instituição, desde pesquisas aplicadas, a outras que trazem soluções para a sociedade, com conexão com o setor produtivo, são 21 campi todos engajados na qualidade do ensino”, ressaltou Silvana Cunha.

O Simpif tem mais de 220 trabalhos sendo apresentados até o dia 12. “A menina dos olhos é o Edital Interconecta que iniciou na gestão do reitor Nicácio. Temos ainda projetos financiados pela Fapesp e parcerias com a Setec”, pontuou Silvana. A pró-reitora lembrou que a programação do Simpif teve a inauguração do Laboratório IF Maker no campus Picuí, na tarde da quarta, marcando uma ação presencial do evento. As atividades em conjunto com o Polo de Inovação também foram lembradas pela gestora.

Ela ressaltou as dificuldades da pandemia e a rápida adaptação empreendida pelas áreas de educação, ciência e tecnologia. “Nossa forma de trabalho mudou e novas formas de negócio surgiram”. Silvana frisou que o formato virtual do evento possibilitou até uma maior participação das pessoas nos minicursos ofertados pelo Simpif. Ela fez questão de agradecer as diversas comissões de organização e o mutirão feito pelos avaliadores de trabalho.

“Enfrentamos uma ferida muito grande: o negacionismo”

 O discurso do reitor Nicácio Lopes iniciou marcado pelos agradecimentos aos realizadores, especialmente a pró-reitora e os diretores da PRPIPG, responsáveis diretos pelo evento: Francisco Dantas (Pesquisa), Deyse Morgana (Pós-Graduação) e Daniel Macedo (Agência de Inovação). “A professora Silvana é a grande dama desta noite, mulher extraordinária, exemplo e gestora pública e educadora. Evento com toda esta robustez e capilaridade só pode se materializar com todo este nível de visibilidade porque tem a frente uma pessoa da sua estatura com uma equipe dedicada e laboriosa e extremamente profissional. Quero agradecer entusiasticamente aos diretores. O IFPB está no nível de qualidade em que está devido aos profissionais. Temos uma comunidade que é inteligente, talentosa e competente”. 

Em seguida, o reitor Nicácio declarou sua insatisfação com o quadro vigente: “Enfrentamos uma ferida muito grande, o negacionismo. Estamos vivendo um momento surreal de negação da ciência e desprovimento de recursos. O Ministério da Ciência e Tecnologia está depauperado, gostaria de não aludir a isto. Um evento como este é a eclosão de um grito de resistência da ciência, se contrapondo a toda ação que possa negar a ciência, que é negar a escola e a vida. O conhecimento científico existe para melhorar qualitativamente as condições existenciais. É uma contraposição a tentativa de precarização. Nosso papel é minimizar os efeitos catastróficos das medidas de redução de orçamento e provimento de insumos para a ciência. O que nos alegra é que os governos passam, o conhecimento tem perenidade, assim como as instituições. O conhecimento é um bem imaterial de todo o povo brasileiro. Ainda que lutemos contra as agruras e intempéries, nós confiamos e acreditamos. O Simpif é a prova mais cabal de que a ciência pulsa no IFPB e a Paraíba é um estado fecundo em inteligência”.

O 4º Simpif agrega ainda a I Jornada de Inovação e Empreendedorismo e é realizado em paralelo ao IV Encontro de Educação à Distância (EEAD), organizado pela Pró-Reitoria de Ensino (PRE), por meio da Diretoria de EaD do IFPB. Representando a Pró-reitora de Ensino, Mary Roberta Marinho PRE, o diretor de Educação Profissional do IFPB, Erivan Tome Junior, participou da mesa virtual de abertura. Segundo ele, o evento é um momento de celebração e mostra que a instituição mesmo durante a pandemia não parou, “somente mudou a plataforma, usando as novas tecnologias para chegar à comunidade”. Para o professor Erivan, a programação é uma prova que o IFPB é um grande celeiro de talentos e inspirador de novos projetos. “Não tem como nós não nos transformarmos em pessoas melhores porque o IFPB nos provoca a isto”.

O pró-reitor de Assistência Estudantil do IFPB, Manoel Macedo, fez questão de elogiar a temática central do evento “Educação Ciência e Tecnologia: salvando vidas, construindo o futuro”. Ele parabenizou a grandeza do evento que já é consolidado. “O tema já produz muitos sentidos no contexto em que estamos vivendo. É importante pensar na construção de um futuro com dignidade para todos. Esta articulação é significativa no momento em que há narrativas com discursos negacionistas e de modo concreto com cortes orçamentários nestas áreas”. Ele lembrou que o IFPB tem estado à frente de ações solidárias. “É um espaço de valorização da vida. Temos feito todos os esforços neste sentido. A educação só tem sentido se está a serviço da emancipação das pessoas”.

A pró-reitora de Extensão e Cultura do IFPB, Cleidenedia Morais, abordou em sua fala a capacidade de adaptação da instituição em trabalhar no formato virtual e organizar os tradicionais eventos em novas plataformas. “Todos nestes um ano e oito meses tivemos que encontrar novas saídas. A tecnologia nos trouxe esta possibilidade de não deixarmos de realizar estes eventos que o IFPB realiza com tanto primor e que trazem um retorno muito precioso para a instituição. Realizamos o Enex há dois meses que é um coroamento de tudo o que se realiza em extensão e cultura. O Simpif é o coroamento de tudo o que é realizado na pesquisa inovação e pós-graduação. A PRPIPG é uma pró-Reitoria que dialoga com todas as outras, temos grandes parcerias principalmente com a inovação e o empreendedorismo”. Cleide lembrou a Maratona de Empreendedorismo e elogiou a possibilidade trazida pelos eventos virtuais de contar com a presença de grandes especialistas.

 O secretário de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba, Claudio Furtado, que faz parte do Conselho Superior do IFPB participou da mesa de abertura. “O IFPB é um grande parceiro que contribui bastante no desenvolvimento do Estado. Ao reitor Nicácio, parabenizo por suas posições sempre em defesa da educação e à professora Silvana Costa pela realização do Simpif, que mostra a força do IFPB em várias vertentes, em um evento que é extramuros, aberto à sociedade”.

Educação Ciência e Tecnologia: salvando vidas e construindo o futuro

O primeiro painel do Simpif foi sobre o tema geral do evento e contou com a mediação do diretor de Pesquisa Francisco Dantas. Os painelistas foram o secretário Claudio Furtado, o secretário-executivo de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi e o diretor substituto da Diretoria de EaD, Rafael Leal.

O secretário Claudio Furtado é doutor em Física pela Universidade Federal de Pernambuco, professor da UFPB e já foi diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB). Daniel Beltrammi é Médico Sanitarista, Secretário Executivo de Gestão da Rede de Unidades de Saúde da Paraíba, Mestre em Gestão de Tecnologias e Inovação em Saúde pelo Instituto Sírio-Libanês. Rafael Xavier Leal é Mestre em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pelo Núcleo de Administração e Planejamento da Diretoria de Educação a Distância.

A cerimônia teve a apresentação da relações públicas da Reitoria, Mayara Guimarães, e tradução em Língua Brasileira de Sinais pelos intérpretes de Libras do campus Santa Rita, Cristiano de Brito, e do Campus João Pessoa, Nemuel Lima. O público participou ativamente do chat e pode fazer perguntas durante o debate para os painelistas, após a exposição. 

Acesse aqui o Painel e a abertura. 

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Texto: Ana Carolina Abiahy - jornalista da DGCom / Arte: Fabrício Vieira - técnico em artes gráficas da PRPIPG