A tarde do II Encontro de Estudantes do IFPB foi focada em discutir “visibilidade virtual e saúde mental”. O evento está disponível no canal da TV IFPB no YouTube. Acesse aqui o link. As atividades têm tradução simultânea em Língua Brasileira de Sinais.

A mesa redonda iniciou com o depoimento do intérprete de Libras do campus João Pessoa, Nemuel Gonçalves de Lima. Ele comentou que utiliza a internet desde que tinha nove anos de idade e, tendo formação em Jornalismo, sempre esteve imerso neste ambiente das mídias. Mas, Nemuel comentou que também se viu vítima das armadilhas das redes sociais, caindo em ansiedade e refém do julgamento alheio como é muito comum, atualmente.

 Conhecido nas redes como @nemu.lima, o servidor do IFPB argumentou que é importante buscar a melhor forma de estar presente nas mídias sociais, com conteúdo positivo. “Desde que estudei comunicação, aprendi que a tecnologia potencializa as ações humanas. Quem tem o que mostrar de bom, pode fazer uma rede de solidariedade, da mesma forma, quem não tem questões bem trabalhadas dentro de si pode se tornar um hater (disseminando ódio e violência)”. Hoje ele foca mais em conteúdos de música e acessibilidade.

Outra participante da mesa virtual foi a estudante do 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico em Informática do campus Campina Grande do IFPB, Láiza de Castro Vitorino. Nas redes, ela está como @laiza_castrov com muito conteúdo sobre religiosidade. Láiza fez alertas importantes sobre o risco de comparar a nossa vivência cotidiana com um mundo das mídias sociais que pode ser uma realidade falseada para gerar fama, gerando ansiedade e insatisfação. “De quantos likes você precisa pra ser feliz?”, provocou Láiza, levando a reflexão da importância da autoaceitação e conhecimento. 

Tanto Láiza quanto Nemuel falaram da significância do trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde mental do IFPB, como os Núcleos de Acompanhamento Psicossocial (Naps). O debate foi acompanhado pelo chat da TV IFPB e contou com a mediação da Coordenadora de Assistência à Saúde do Estudante do IFPB, Ana Carolina Simões Andrade.

O último participante da mesa-redonda foi o psicólogo clínico e organizacional, Adriano de Sousa Barros, professor da Unifacisa (@psi.adrianobarros). Ele elogiou o trabalho desenvolvido pelo IFPB por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) na área de saúde mental e comentou a importância de lidar com esta questão do ponto de vista preventivo. “As relações humanas hoje inevitavelmente são intermediadas pelas redes sociais e a pandemia intensificou esta nossa forma de contato”. 

O professor Adriano abordou sobre as questões negativas presentes nas redes sociais, mas refletindo que são problemas já existentes em outras épocas e culturas, como o cancelamento, que é o banimento social. Já questões como o narcisismo e a fantasia estariam sendo mais exacerbadas com as redes sociais e trazendo mais vulnerabilidade e até influenciando no aumento de casos de suicídio. Segundo Adriano, é importante identificar limites entre o mundo virtual e o real e o que nos faz bem neste processo.  

O debate trouxe ainda situações como o vício nas redes e a compulsividade. Nesta quarta, o evento se encerra a partir das 14h45 com Mesa Redonda sobre "Como construir uma sociedade anti-capacitista". Os participantes soa Petrúcio Ferreira dos Santos - Atleta Paralímpico, Felipe Alves Dias - Estudante do IFPB, Andréa Poletto Sonza - Assessora de Ações Afirmativas, Inclusivas e Diversidade do IFRS, tendo como Mediadora Larissa Cossetti, Coordenadora de Ações Inclusivas (CAI).