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Mostra de Artes Cênicas do IFPB celebra a cultura nordestina no Festival

Espetáculos e homenagem a artistas paraibanos emocionaram o Theatro Santa Roza
por Ana Carolina Abiahy publicado: 12/11/2022 08h15 última modificação: 16/11/2022 11h36

Muita vibração juvenil, celebração ao fazer artístico e valorização da cultura nordestina. Este foi o clima na Mostra de Artes Cênicas do IFPB realizada nesta quarta-feira, 09 de novembro, no Theatro Santa Roza, centro da capital. O evento fez parte do 2º Festival de Arte e Cultura do IFPB promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Apresentações teatrais, de dança e de música de cinco campi do IFPB encantaram a plateia, mostrando a expressão dos projetos extensionistas.

A Mostra homenageou três artistas paraibanos: Dadá Venceslau, Soia Lira e Vant Vaz. Eles receberam uma placa de homenagem das mãos da professora Rosa Samara Xavier, da comissão organizadora do evento. As peças contaram com edital de fomento da Proexc em um edital de concorrência interna. 

Homenagem a Soia Lira, Dadá Venceslau e Vant Vaz

dada soia vant e samara IFPB.JPG O ator, palhaço, artesão e cantor Dadá Venceslau chegou pontualmente às 13h ansioso para saber como seria a homenagem do atual Instituto Federal da Paraíba, a antiga Escola Técnica Federal da Paraíba, local em que veio de Patos no final da década de 70 para fazer o curso técnico de Eletrotécnica, tendo mudado depois para Edificações. Ele conta que as aulas de Desenho na ETFPB o ajudaram a se descobrir como artista plástico, artesão e a partir daí tomou coragem para se lançar na vida artística. Do Mercado de Artesanato foi para os palcos teatrais, a música, as telas, mas o principal papel é o de palhaço. No Festival, ele ministrou uma oficina sobre o palhaço que precisamos carregar no dia a dia para viver. “Me sinto muito valorizado de ter sido lembrado no meio de tantos artistas, e também porque sou professor de Educação Artística e estamos aqui com tantos alunos”. 

A atriz de cinema, teatro e televisão Soia Lira, que já foi premiadas em festivais internacionais, disse que a homenagem do IFPB a deixou surpresa e honrada porque é uma oportunidade de mostrar aos jovens em uma fase da vida de tantos conflitos que “a arte é uma forma de viver melhor, porque nos traz mais compreensão sobre o outro, sobre a natureza e as diferenças”. Soia conta que seu filho estudou no IFPB e já admirava a instituição há anos. Ela ministrou um workshop sobre sua trajetória artística.

IFPB van vaz - Copia.jpg O dançarino, artista visual e músico Vant Vaz, agradeceu a homenagem e disse que se sentia um representante de tantos outros artistas que se dedicam a mostrar a força da cultura na Paraíba. Ele se apresentou ao lado do filho Ayleen Vant e de Karla Oliveira, sua aluna no Centro Estadual de Arte demonstrando para a plateia um pouco da experiência desenvolvida há décadas no Coletivo Tribo Éthnos, fundado por ele, e que aglutina diversas expressões artísticas tendo como principal vetor a dança urbana. Vant também ministrou oficina no Festival.

Espetáculos reforçam reflexão sobre questões sociais 

A abertura da Mostra foi com a Banda de Música do Campus Monteiro do IFPB. O professor Marlon Barros destacou que o grupo não tem apenas estudantes do curso de Instrumento Musical mas de outros cursos do IFPB e que hoje já tem como regente um aluno formado pela instituição. O grupo é autônomo e tem agenda de apresentação em diversas cidades.

sinesio e grupo catole IFPB - Copia.jpg A primeira peça teatral foi do Campus Catolé do Rocha: “Rebrotando Margaridas”, em homenagem à líder sindical rural Margarida Maria Alves, assassinada em 1980. O espetáculo trouxe trechos de “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, músicas e relembrou outras mulheres que lutaram por transformação social no país.

O professor Sinésio Bina, que dirigiu o grupo formado por estudantes e servidoras, conta que um desafio era juntar todos os integrantes em um mesmo ensaio com as diversas atividades com as quais o teatro divide lugar no cotidiano da vida acadêmica. A peça emocionou a todos pela força e compromisso social. 

Em seguida, foi a vez do Coletivo de Teatro Pataquada, do Campus Patos do IFPB, apresentar a peça “Vasto Mundo”, uma adaptação do conto da autora radicada na Paraíba, Maria Valéria Rezende. Muito bom humor na retratação do cotidiano de uma cidade interiorana e as aflições adolescentes. A peça teve trilha musical executada pelos próprios estudantes. O professor Rodrigo Cunha conta que os ensaios musicais ficaram a cargo dos jovens liderados pela aluna Liliane Dias. 

IFPB Cabedelo Centro cidadania em cena - Copia.jpg A terceira peça foi do Coletivo Cidadania em Cena, do Campus Cabedelo Centro, dirigido pela servidora Renálide Carvalho. Eles apresentaram “Quantas Carolinas mais em quantos quartos de despejo?” inspirado em textos da escritora Carolina Maria de Jesus. A peça arrancou lágrimas pela temática sobre exclusão social, racial e de gênero, deixando claro que a arte tem sim compromisso com a reflexão e as lutas pela transformação social. 

O último espetáculo foi de dança, do campus Campina Grande do IFPB, em parceria com o Coletivo Passo a Passo. “Forrobodó: dançando a cultura nordestina”. A estética uniu dança do ventre, forró, xaxado, cangaço e conquistou a plateia que vibrava a cada momento. A intérprete de Libras foi um show a parte 

Gestores reafirmam compromisso com a arte no IFPB

IFPB GESTORES ABERTURA FESTIVAL-011 - Copia.jpg Antes das homenagens e das apresentações teatrais, foi realizada a abertura institucional do evento com presença do pró-reitor de Ensino do IFPB, Neilor Cesar dos Santos, representando a reitora Mary Roberta Marinho; do diretor de Cultura da Proexc, Erivan Lopes Tomé Junior, representando o pró-reitor Nicácio Lopes, e dos membros da Comissão Organizadora do evento, George Glauber Felix Severo e Cleidenedia Morais, que foram diretor de Cultura e pró-reitora até o dia 25 de outubro. 

Glauber fez questão de agradecer nominalmente a cada servidor envolvido em todas as ações do Festival, planejado há meses, e aos professores de artes da instituição, que estimulam as atividades há anos na instituição. “A gente acredita em políticas culturais articuladas com os vários territórios que o IFPB ocupa. Vemos o setor como área estratégica do país que não pode sofrer com a descontinuidade, autoritarismo e ausência”, afirmou o professor Glauber. Ele disse que o evento deve entrar para o calendário bianual do IFPB. 

Cleidenedia se mostrou emocionada em ver o evento se concretizar no formato presencial e em espaços importantes para a cultura paraibana. Ela destacou que o Festival foi o apogeu de diversos editais internos e externos de fomento que a Proexc lançou em 2022. “A arte é o eixo formador de nossos discentes. É isto que nos dá vigor e energia. Está tudo conforme nós sonhamos e quando sonhamos juntos chegamos longe. Abracemos as causas que nos fazem sonhar”, afirmou Cleide, a atual diretora administrativa do Polo de Inovação do IFPB.  

IFPB Banda de Musica de Monteiro 06 - Copia.jpg O professor Erivan afirmou que o evento é fruto do trabalho de servidores públicos comprometidos e que este empenho gerou o brilho dos olhos dos estudantes que estavam no Theatro. Ele ressaltou o papel importante da extensão para trazer quem está fora dos muros das instituições de ensino para se sentirem integrados. “Isto a Rede Federal faz com maestria. Extensão é ação, não é só palavra e a Proexc é isto, o resultado do trabalho de muitas mãos”.

Neilor ressaltou a presença das pró-reitoras de Assuntos Estudantis, Rivânia Sousa, de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Silvana Cunha prestigiando o evento. Ele lembrou que arte é resistência e que o IFPB está firme nesta pauta de inserir a cultura entre as principais políticas da instituição. 


Texto: Ana Carolina Abiahy - jornalista da Reitoria do IFPB

Fotos: Bruno Vinelli - fotógrafo e estudante do IFPB  e Jerusa Farias - servidora da reitoria do IFPB