A “Mostra Músicas do Mundo”, que integrou o II Festival de Arte e Cultura do IFPB, foi realizada nesta quinta-feira (10) na Sala Vladimir Carvalho da Usina Cultural Energisa, diante de uma plateia animada.  Aos poucos, a sala ficou lotada com estudantes de diversos campi do IFPB, da UFPB e de outras universidades, além de alunos da rede pública de ensino.

O evento que, em sua primeira edição, homenageia o compositor e instrumentista Paulo Ró, trouxe apresentações de artistas e grupos de João Pessoa, Monteiro, Campina Grande, Guarabira, Catolé do Rocha e Princesa Isabel, com apresentação de música instrumental e de canção.

O primeiro artista a se apresentar foi o cantor e compositor Fábio D’antas, com três canções de sua autoria. Após a apresentação, ele agradeceu ao IFPB pela promoção do evento. “Eu sei que isso é o que muda a sociedade. Educação musical é para a vida”, destacou Fábio.

 A aluna do Curso Técnico Integrado em Instrumento Musical do Campus Monteiro, Luduvina Farias, acompanhava atenta as apresentações, ao mesmo tempo em que distribuía um panfleto promocional do coral de tubas, Cariribones, composto por estudantes de música do Campus Monteiro. Para ela, o evento foi muito proveitoso diante da diversidade cultural e da integração de outras instituições presentes. Ela destacou a cultura musical da cidade de Monteiro e região. 

Para a professora do Campus João Pessoa e mestre de cerimônia no evento, Liane Leitão, o Festival de Arte e Cultura está sendo muito proveitoso. “Estamos tendo um momento de aproveitamento, com muito diálogo entre instituições e multicampi. Para muitos alunos, com a apresentação de ontem no Theatro Santa Roza, o teatro se abriu pela primeira vez”, comentou. Liane também ressaltou a participação dos intérpretes de Libras em todas as modalidades do evento, e a divulgação por meio dos canais de comunicação institucionais e imprensa local. “As pessoas estão de coração aberto e tudo isso abre um leque com muitas possibilidades”, finaliza.

 Apesar de ser evento artístico, a plateia dos campi do IFPB se comportava como torcida organizada na vibração pelos colegas artistas. Um dos grupos que mais se destacaram foi o “Engenho Sustenido”, do campus Patos. Os integrantes também foram atores na peça “Vasto Mundo”. Todas as canções foram apresentadas foram autorais e os jovens se revezavam nos instrumentos, em arranjos criativos e com inspiração no som indie folk. A voz da estudante Liliane Dias se destacava em letras que falavam das experiências juvenis.

Canções autorais também foram apresentadas pela dupla de estudantes do campus Catolé do Rocha, Ismael e Larissa. Já Maysa Guedes, do campus João Pessoa, interpretou com maestria clássicos populares em arranjo instrumental apenas com seu violão. 

 A Mostra teve ainda apresentações de Belafel, Sexteto Paraibrass, DiFaria e Luá, Banda Cultural do IF Princesa Isabel, e da cantora pessoense Vitoria Ohara. Ao lado do guitarrista, ela mostrou toda potência vocal em canções famosas, como Carcará, de João do Vale, e também mostrou composições próprias. Vitoria enalteceu a importância do encontro estudantil e do comprometimento da cultura com as lutas populares por inclusão.  

O IF Music, projeto de extensão criado em 2015 no campus Guarabira, fez todos dançarem com canções do paraibano do Paralamas, Herbert Vianna. O grupo tem o professor Augusto Viana na guitarra que ensaia os alunos junto com a professora Libna Naftali. 

Libna é uma das grandes articuladoras de ações artísticas no campus Guarabira acompanhando o trabalho de outro grupo que se apresentou no evento: o Coral de Libras e o Grupo de Danças Populares Fogaréu. 

Cultura popular marcou presença 

 A apresentação do Fogaréu aconteceu no espaço externo da Usina Cultural Energisa com a tradição das quadrilhas nordestinas. A cultura popular encantou os presentes com a Sambada de Reis dos grupos de estudo de Cavalo Marim Boi da Borborema e Boi da Praça. A ideia é do professor do campus Campina Grande, Alan Monteiro, que ministrou oficina no Festival sobre o Cavalo Marim.

O mestre Agnaldo Roberto da Silva falou um pouco para a plateia sobre a complexidade da brincadeira do Cavalo Marinho que pode durar dias a fio, com a apresentação das várias personagens, chamadas de “figuras”. Agnaldo é da cidade de Condado, um dos maiores focos do folguedo, e revela que o Cavalo Marinho é mais do que um teatro a céu aberto e que cada local tem sua particularidade. 

A mestre Tina convidou todos para conhecerem os ensaios das “famílias” de Cavalo Marinho que acontecem no bairro dos Novais, na capital. “Nosso maior interesse é não deixar a brincadeira morrer”. Pensando nisto, um dos maiores investimentos dos grupos tem sido nas novas gerações, com crianças aprendendo a dançar o Cavalo Marim. 

O compositor e violonista Paulo Ró recebeu a placa de homenagem da Mostra das mãos do ex-diretor de Cultura do IFPB, George Glauber Félix Severo. Paulo Ró brindou a plateia com um show de encerramento do Festival, algumas das composições instrumentais foram inspiradas em poemas de grandes poetas paraibanos, como Lúcio Lins e Walter Galvão. Paulo Ró iniciou a carreira musical na década de 70 ao lado do irmão Pedro Osmar no grupo Jaguaribe Carne. Ele é um grande pesquisador com bastante influência entre os músicos paraibanos. 

A TV IFPB transmitiu ao vivo cinco horas do Festival. O material pode ser conferido neste link no canal do YouTube. 

Texto: Iris Souto Maior e Ana Carolina Abiahy - jornalistas do IFPB

Fotos: Bruno Vinelli - fotógrafo e estudante do IFPB