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IFPB sedia evento sobre inovação inclusiva e sustentável
O que é inovação inclusiva e escalonável? Por que é preciso pensar em desenvolvimento sustentável quando se fala em inovação? Qual a importância de deixar um legado na comunidade? Como tornar perene uma inovação? A resposta a esses e outros questionamentos alimentaram mais uma edição do Inova Jampa, evento promovido pelo ecossistema de inovação Farol Digital e realizado nessa quarta-feira, 29, no Parque Científico e Tecnológico Sinergia, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).
Com transmissão pelo YouTube, o debate sobre “Inovação Inclusiva, sustentável e em escala” teve Manu Debeux e Cláudio Nascimento, ambos de Pernambuco, como palestrantes convidados. A mediação do bate-papo foi feita por Vinnie de Oliveira, CEO e fundador da escola de empreendedorismo Go Beesiness e da consultoria Visual Revolution. Na ocasião, ele presenteou todas as pessoas que participavam do evento de forma presencial com um exemplar do livro “Economia 4.0 – o mundo não gira ao contrário”, de sua autoria.
“Precisamos estar conectados a esse ambiente, porque é muito importante que a gente tenha essa visão de que não adianta só inovar e esquecer uma grande parcela da sociedade, que precisamos incluir nas mais diversas esferas”, afirma Vinnie de Oliveira. Ele lembra que a inclusão é uma pauta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU - Organização das Nações Unidas, especificamente no item 9 (Indústria, inovação e infraestrutura), que trata sobre o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis.
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Para Manu Debeux, que é psicóloga, MBA em Gestão Estratégica e especialista em Desenvolvimento de Negócios e Times, debater gênero quando se trata de inovação inclusiva é algo necessário, principalmente quando há no Brasil muita mulher que é empreendedora e arrimo de família.
“A partir daí, ela impulsiona e desenvolve aspectos da sua realidade, que impacta todo mundo, mas principalmente pelo lugar de empoderamento, pois ela está empoderando as próximas mulheres e meninas na ocupação desses lugares. Então o que a gente trabalha hoje também reverbera para o amanhã, e essa agenda de inovação precisa ser descontruída”, provoca Manu, que é fundadora da Power, uma startup certificada pela ONU Mulheres.
Ela cita que a agenda de inovações não nasce apenas em ambientes muito estruturados, mas acontece em “cada canto desse país e especialmente em situações de pessoas que precisam trabalhar o empreendorismo de sobrevivência”. No fim do evento, Manu Debeux também destacou a importância do Farol Digital para escalar a inovação inclusiva. “Em momentos como esse é que nasce a transformação e a inovação. Não tem a ver com tecnologia, com celular, com web. Tem a ver com movimento. Esse lugar é um lugar de fomento”.
Para Cláudio Nascimento, que se considera um entusiasta da tecnologia, a palavra inovação já é um termo velho. “A palavra que nos define daqui para a frente, e pelo que passamos, é cocriação. Ninguém faz nada sozinho”, ressalta, assinalando que é preciso haver uma desconstrução diária quando o que está em foco é a inclusão. “Pensar inovação é isso, quebrar primícias. Tecnologia é relação”, destaca Nascimento, que foi conselheiro do Porto Digital por 11 anos, é head de Aceleração dos ODS da ONU na Ikone Global Social League e advocacy da Agenda 2030.
O especialista acredita que o grande gargalo para colocar em prática a inovação inclusiva é compreender a si mesmo. “Quando você fala em inovação, é algo muito vago se você não entende a base. Quando você compreende a base, até para você escalar, você compreende a necessidade do seu par. Costumo dizer que o fogo foi inovação, mas o que fizemos em volta do fogo também foi inovação”. E pontua: “Inovação é quando você compreende o funcional para chegar no ideal, não tentar implementar o ideal de vez”.
Profissional de renome, Nascimento é negro. E, talvez a plateia não tenha tido essa percepção, mas ele era o único negro ali, num ambiente em que se discutia inovação e inclusão. “Esse ainda é um espaço de desconhecimento. A gente ainda tem uma seletividade digital imensa. E quem é esse povo? A gente está falando de 56% da população brasileira. Para pensar território, a gente precisa começar a chamar pares”, argumenta, acrescentando que é preciso lançar luz sobre alguns questionamentos, especialmente para quem não tem acesso ao digital. “Posse ou acesso? Essa é a grande discussão”, arremata.
Farol Digital integra atores diversos em busca de soluções
Para Erick Melo, diretor-geral do Polo de Inovação do IFPB, é muito significativo para o Instituto fazer parte do hub Farol Digital, ecossistema que congrega mais de 40 atores, entre organizações, instituições ligadas à educação, órgãos governamentais e iniciativa privada.
“É muito importante a gente estar participando, porque nos leva a mostrar o papel de cada entidade no ecossistema de inovação, buscando sempre resolver desafios e buscar soluções para o nosso município e, depois quem sabe, a gente possa expandir as barreiras, usando o nosso capital humano paraibano para desenvolver empresas”.
Realizado mensalmente, o Inova Jampa é um evento gratuito que faz parte das ações do Farol Digital, projeto encabeçado pelo Sebrae. “A gente começou a fazer a integração dos atores de inovação de João Pessoa, e uma das iniciativas do projeto é o Inova Jampa, esse evento que é um meetup mensal, que aborda diversas temáticas voltadas à inovação e ao empreendedorismo”, explica Aline Oliveira, agente local de inovação do Sebrae.
LANÇAMENTO - Durante a edição do Inova João Pessoa realizada no Parque Sinergia, foi lançado o Hack@ Power, um hackathon feminino que será realizado em João Pessoa entre os dias 15 e 17 de abril. Podem participar meninas estudantes do ensino médio ou superior da rede pública, na Paraíba, com idade entre 14 e 25 anos. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Acesse aqui o edital do Hack@ Power.
Angélica Lúcio - Jornalista do IFPB/Reitoria