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Valéria Guimarães: uma educadora no enfrentamento do machismo
“Sou divorciada, tenho um filho e quatro filhas, seis netos e duas netas. Tornei-me professora me inspirando em minhas professoras, quando criança. Tive excelentes mestras”, conta a educadora Valéria Maria Gomes Guimarães, mais uma personagem da série “Mulheres que inspiram”.
Natural de Jaboatão dos Guararapes, cidade pernambucana palco de duas importantes batalhas contra os holandeses no século XVII nos Montes Guararapes (daí o nome do local), a hoje professora aposentada também traz em sua vida importantes lutas, sejam batalhas pessoais, sejam coletivas, especialmente contra o machismo.
É dela, aliás, o livro "A mulher de batom, graxa e macacão: uma abordagem histórica acerca da presença da mulher no curso técnico de mecânica da Escola Técnica Federal da Paraíba”. Resultado de um curso de pós-graduação em Sociologia, a obra nasceu a partir de um antigo sonho de Valéria de pesquisar sobre as mulheres.
Era o ano de 1999 e, naquele momento, um significativo número de meninas havia se inscrito para fazer cursos técnicos, o que chamou a atenção de Valéria e de sua orientadora. “Dentre todos os cursos que a Escola Técnica ofertava, o curso técnico de Mecânica era o mais tido como um curso voltado pra homens. O que estariam fazendo as mulheres naquele curso? O que elas queriam?”, relata a educadora, relembrando suas indagações iniciais.
O tempo passou, mas as inquietações sobre o tema não. Posteriormente à publicação do livro, Valéria Guimarães integrou a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintefpb), onde coordenou um Grupo de Trabalho sobre Gênero. Já em 2007, ela coordenou um projeto de extensão do IFPB intitulado "A equidade de gênero e a Diversidade Sexual no Currículo Escolar". Valéria também foi a organizadora do livro "Gênero, Diversidade Sexual e Educação: Conceituação e Práticas de Direito e Políticas Públicas", uma publicação conjunta do então Cefet-PB e da Editora Universitária da UFPB, em 2008.
Enquanto escrevia e pesquisava sobre o tema, Valéria também enfrentava o machismo no dia a dia. “Em alguns momentos, percebia que as falas dos professores, os homens, tinham sempre mais espaço”, afirma. E revela: “Enfrentei assédio moral e passei por assédio sexual também”.
Trajetória profissional - Formada em História (com especialização em Educação; em Capacitação Pedagógica de Professores; e em Sociologia), Valéria Guimarães tem uma extensa e produtiva carreira, iniciada em 1982. “Comecei ensinando turmas da alfabetização à quinta série, no antigo primário, hoje, Ensino Fundamental I. Em 1990, após concluir minha graduação em História, pude lecionar turmas de 5ª série à 8ª série e turmas de 1° ao 3° ano do 2°Grau”, conta. Também atuou como professora convidada na Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), transformada depois em Universidade Federal do Tocantins (UFT), na cidade de Araguaína. Em 1997, ela trabalhou em projetos educacionais na Argentina, lecionando em várias cidades. A história com o IFPB começou em 1995, quando ela ingressou no Instituto e começou a trabalhar na cidade de Cajazeiras. Na gestão do professor Rômulo Gondim à frente do então Cefet-PB, ocupou o cargo de secretária-geral. A aposentadoria veio em 2019, época em que Valéria integrava a coordenação da Incutes (Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários do IFPB).
Na entrevista a seguir, feita por meio de WhatsApp, Valéria Guimarães fala sobre economia solidária, questão de gênero, direitos das mulheres, machismo e assédio. Confira!
1. Como e quando a senhora começou a despertar para refletir sobre as questões de direitos das mulheres?
VALÉRIA GUIMARÃES: Tem uma história por trás desse meu despertar. Certo dia, por volta de 1991, eu estava ensinando história, numa turma da 5ª série, no antigo 1° grau. Eu estava falando sobre o trabalho nas civilizações antigas, Grécia e Roma, e destacava a produção do homem. Nisso, diante de toda minha empolgação, uma aluna me perguntou: "Professora, nessa época não existia mulheres, não? A senhora só fala de 'homens'…" Então eu expliquei o sentido do uso do termo "homens" e das várias atividades desempenhadas por mulheres, naquelas civilizações. Mostrei livros didáticos que traziam como título "História do homem na Idade Antiga" ou "História da Riqueza do homem". Tudo se referindo a homens e mulheres. Tentei argumentar, explicar e justificar o injustificado. A mulher não aparecia. Era omitida. Tudo girava em torno de homens. Bem, depois daquela indagação, eu fiquei muito pensativa e muito incomodada.
2. O que a motivou a realizar uma pesquisa sobre as mulheres no curso de Mecânica, da antiga Escola Técnica?
VALÉRIA GUIMARÃES: Entrei na Escola Técnica, em 1995. Já em 1996, surgiu um Curso de Especialização em Sociologia, com monografia para conclusão do mesmo. Encarei o desafio, justamente, pela oportunidade de pesquisar algo, estudar, refletir e escrever uma monografia, pois eu já possuía um Curso de Especialização. Conversando com a minha orientadora, e aproveitando meu sonho antigo, de pesquisar sobre mulher, nos deparamos, naquele ano, com um significativo número de meninas, que se inscreveram para fazer cursos técnicos. Isto nos chamou a atenção. E, dentre todos os cursos que a Escola Técnica ofertava, o curso técnico de mecânica, era o mais tido como um curso voltado pra homens. O que estaria fazendo as mulheres naquele curso? O que elas queriam? Isto por considerar que a mulher só pôde estudar na Escola Técnica em 1965, e a escola fora criada em 1909, com o intuito de atender "aos meninos desvalidos da sorte". As mulheres, inclusive, funcionárias, e/ou docentes, eram todas mal vistas por, justamente, ensinar numa escola para meninos, e logo "desvalidos da sorte", como já citei.
As jovens adolescentes precisaram esperar um pouco mais de meio século, para entrarem nos cursos técnicos. E com a entrada das mesmas, logo se colocou currículos diferenciados para ambos os sexos. Para as meninas foram introduzidas noções de "Economia doméstica", "Trabalhos manuais", etc., como corte e costura, pois, à época se pensava que as mulheres deveriam aprender coisas do mundo do lar, voltadas às prendas domésticas. Pronto! Aí estaria o meu desafio. Mergulhar no universo escolar, num curso "para homens", e me debruçar para entender o que motivou essas meninas a procurar justo esse curso, o que elas buscavam, que barreiras elas estariam superando e/ou enfrentando?
À princípio, gostaríamos de resgatar a história das primeiras mulheres, que cursaram e se formaram em Mecânica. Novamente nos deparamos na falta de registro, de documentos que nos fornecessem dados, informações. Então, decidimos fazer um estudo sobre a presença da mulher, no curso técnico de Mecânica, no período dos anos 1970 e 1980, por nos depararmos com ex-alunas que trabalhavam na Escola Técnica, e isso facilitaria o trabalho de pesquisa. Assim fizemos, e nossa pesquisa resultou não só na monografia, como exigência da conclusão do Curso de Especialização, como, também e, principalmente, num livro, cujo título é instigante, inspirador (no mínimo), e nos revela uma quebra de barreiras: "A mulher de batom, graxa e macacão".
Daí eu me dei conta de que os relatos históricos, além de omitirem a participação da mulher, na produção em geral, usavam o termo "homem", querendo dizer "humanidade", "seres humanos" e, também, como forma de negação da mulher, reforçando toda opressão e dominação, já que a mulher era tida como "segundo sexo". Resolvi partir para fazer pesquisa, visando a um curso de Mestrado, sobre o papel das mulheres, no período colonial, daqui do Brasil. Pesquisa esta que seria bastante difícil, pois não havia relatos, aqui, no Brasil, e o que existe é muito pouco. Assim, eu teria que viajar para Portugal, o que, no momento, eu não poderia fazer. Com o passar dos dias, a vida me conduziu pra outras situações, outras realidades, e esse sonho foi ficando distante.
3. A senhora acredita que a realidade mudou muito da época da pesquisa para hoje em dia?
VALÉRIA GUIMARÃES: Em relação ao curso técnico de Mecânica, eu não possuo dados que me ajudem a responder essa questão. Após a publicação do meu livro, eu não mais pesquisei sobre a participação da mulher no curso técnico de Mecânica, pois não tive condições de fazer novas pesquisas, de entrevistar novas alunas.
4. Nesta conquista de espaços nas profissões, tradicionalmente, vistas como masculinas, o que é mais difícil?
VALÉRIA GUIMARÃES: O primeiro e principal motivo é o machismo, culturalmente reproduzido, desde o advento do capitalismo, que tem como alicerce os conceitos patriarcais, estabelecendo espaços distintos para homens e mulheres.
Para os homens, o espaço físico é o mundo externo, o limite é o infinito; daí a cor azul (o céu) simbolizar o masculino. Atuando nesses espaços, o homem pode conquistar o que quiser, trabalhar, estudar, se especializar e dominar, inclusive dentro do lar, onde ele funciona como provedor; a ele, o "direito" de determinar toda a vida das mulheres.
Toda a sociedade, na maioria das organizações humanas, é regida pelo patriarcalismo, no qual as instituições sociais funcionam como reforço à ideologia do patriarcado, reforçando os papéis sociais conforme o gênero. Assim, a escola, o Estado, as religiões, agremiações etc. cultuam valores de supremacia masculina e perpetuam, até os dias atuais, valores que só admitem o masculino como detentor do poder de comando.
Entretanto para a mulher ficou determinado que seu mundo seria o privado, os espaços domésticos, dentro do lar, a procriação, a criação e a educação das crianças; assim a cor rosa, como sua representante, é símbolo da docilidade, suavidade, e submissão.
A ela não seria permitido ir para o público. Ali só para os homens.
Suas tarefas ou atividades, consideradas como "dons femininos", são desvalorizadas e assim, ainda que as exerça fora do lar, a exemplo do magistério, recebe remuneração inferior e enfrenta resistência dos homens, exemplificando, o curso de Pedagogia, o curso de Enfermagem, os quais, pouquíssimos homens buscam por estas profissões. Isto pode-se perceber, até nos dias atuais, que a divisão sexual do trabalho tenha tantas distorções, o que acarreta salários maiores para homens e salários menores para as mulheres, mesmo ambos exercendo uma mesma função.
Combater o machismo é o essencial para uma vida plena, entre homens e mulheres, pois o machismo faz mal tanto para as mulheres, como para os homens, pois a estes são negados todas as reações humanas, como sensibilidade, fragilidades, choro etc.
5. Quais experiências no IFPB a senhora considera que foram importantes, nessa temática das mulheres?
VALÉRIA GUIMARÃES: Todas as atividades de chefia, de liderança das mulheres, são importantes para mostrar toda sua capacidade e contribuem para desmistificar os estereótipos femininos criados e difundidos pela educação. Importantíssimo, no momento atual, dentro do IFPB, foi a eleição e vitória da primeira mulher, como reitora, posto tradicionalmente ocupado por homens. Mas, gostaria de frisar, não basta apenas chefiar setores, liderar pessoas, para dizermos que há avanços nas questões da opressão e desvalorização da mulher.
Muitas vezes, a mulher exerce suas funções como chefe, dentro de modelos masculinos, para obter "credibilidade". Isso podemos observar nas suas ações, no seu vestir, no seu portar diante das pessoas. Afinal, ela foi educada dentro dos padrões machistas que fundamentam o patriarcado, cujos valores ela internalizou, e os reproduz, inconscientemente, e até os considera como "normais", como verdade e naturais.
A própria mulher precisa se incomodar com toda situação que vivemos, tanto desrespeito, tanta opressão, dominação, resultando em mortes, em muitos casos, e decidir buscar conhecimento sobre os fundamentos do patriarcado, do machismo, compreender estes conceitos e vivências, bem como formas de superação e libertação destas amarras.
Aí, estaríamos iniciando a construção de outra sociedade, com valores humanos, numa vivência livre e harmoniosa entre homens e mulheres, ambos com o mesmo valor, deveres e direitos.
Ainda dentro da questão anterior, há de se considerar, especialmente neste 2023, que toda luta nossa, para vencermos os ditames da supremacia masculina, machista, e misógina, está muito maior, e mais difícil, pois acabamos de sair de um desgoverno, que provocou um retrocesso imenso, no tocante aos aspectos sociais, educacionais e culturais do país.
Este retrocesso que se caracterizou, sobretudo, pelo desmonte civilizatório, por perdas nas conquistas das mulheres, pela destruição de toda nação brasileira em todos os sentidos, em patamares nunca visto antes, pelo retorno de valores ultrapassados, arcaicos, que provocaram um desmonte sem igual na educação, na cultura, no meio ambiente, nas ciências, como também na disseminação de falsas práticas educacionais, de abordagens ridículas atribuídas ao professorado, e a deturpação do significado da palavra "gênero", usada como conceito sociológico.
Com esse desgoverno de ultradireita, fascista, nossa luta ficou mais árdua, mais profunda, pois muitas pessoas se deixaram encantar, pelo "canto da sereia" e contribuíram com todo o discurso preconceituoso, enganador, machista, excludente, retrógrado, manipulador, que se apoia justamente, nesses valores, pra justificar e ratificar a dominação masculina.
Podemos dizer que "a luta continua"...e mais forte ainda.
6. De qual forma o trabalho com a Economia Solidária pode colaborar para a transformação da realidade das mulheres brasileiras? Que situações a senhora pode exemplificar para nós?
VALÉRIA GUIMARÃES: A Economia Solidária, pra mim, é uma filosofia de vida, muito mais que uma vivência econômica, uma questão de garantir a sobrevivência. Por que digo isso? Porque a Economia Solidária tem como base a autogestão, a solidariedade, a cooperação e o trabalho comunitário. Ela quebra paradigmas e introduz conceitos antigos, já vivenciados nos primórdios das civilizações.
A Economia Solidária tem princípios e valores, e dentro deles se encontra a cooperação se contrapondo à competição e ao individualismo, a autogestão se contrapondo com a submissão ao trabalho assalariado, a valorização da cultura local em detrimento à cultura massificada e com estrangeirismo, a valorização da aprendizagem e do lugar da mulher em detrimento à dominação masculina e do saber só para alguns, dentre outros valores.
No tocante ao trabalho das mulheres, a Economia Solidária contribui de forma significativa para a transformação da realidade das mesmas, por proporcionar momentos de diálogo franco, profundo, sobre a história das mulheres, possibilitando um repensar, uma reflexão acerca do papel da mulher, na sociedade, em diversos períodos da História da Humanidade.
Além da reflexão, a Economia Solidária abarca valores ditos antes, como cooperação, solidariedade, diálogo, autogestão, possibilitando a autonomia das mulheres, incentivando seu protagonismo. Como exemplo, podemos citar as cooperativas de produção, os bancos comunitários, as feiras de trocas, as hortas solidárias, as moedas sociais, dentre outros casos espalhados pelo Brasil afora.
Com esse desgoverno que saiu, tivemos um retrocesso muito grande, um verdadeiro desmonte, e muito do que se fez com a vivência da Economia Solidária, em especial, se perdeu de certa forma, justamente pela falta de incentivos, de apoio a esse tipo de organização produtiva.
Ao modelo ultraconservador da extremadireita, fascista, não interessa a organização dos grupos sociais, a exemplo da vivência da Economia Solidária. Ao contrário, esse modelo é excludente e se baseia na opressão, na retirada de direitos, na precarização do trabalho.
Assim, até onde eu sei, precisaremos retomar quase do zero, para tentar resgatar os grupos produtivos e, assim, estes grupos assumirem o protagonismo, e viverem de forma solidária. Com esse novo modelo, uma luz de esperança se acende, e fortemente voltamos a ter esperança.
Resta-nos convencer as pessoas das vantagens da vivência da Economia Solidária, que se contrapõe ao Capitalismo, que, a cada dia, se torna mais opressor, mais excludente, mais individualista. Podemos afirmar que é um novo desafio, diante da dureza da realidade enfrentada, nos dias atuais. Será uma nova etapa, para a transformação da realidade destas pessoas, através da vivência da Economia Solidária.
7. Na sua vida profissional, a senhora enfrentou problemas pelo fato de ser mulher?
VALÉRIA GUIMARÃES: Sim! Em alguns momentos, percebia que as falas dos professores, os homens, tinham sempre mais espaço. Isto como professora. Já no IFPB, no setor pedagógico, as dificuldades não eram direcionadas a mim, mas a todas. Foi difícil nos fazer aceitas, pelo fato de haver rejeição ao próprio trabalho pedagógico. Como o diretor, à época, professor Varela, confiava e acreditava muito no nosso trabalho, fomos rompendo as barreiras e mostrando o nosso valor.
No sindicato sofri e muito. Mesmo tendo o GT-Gênero, as coisas eram difíceis, eu precisava ser incisiva, forte, determinada, para não sofrer represálias ou escanteios, o que prejudicava muito.
O machismo, infelizmente, também faz parte desses setores "progressistas", pois está na nossa cultura, e precisamos sempre nos questionar sobre isto. Nas reuniões do sindicato, aqui e ali eu sentia muitas vezes, falas desmerecendo a minha fala, distorcendo e quase me dizendo: "Cala a boca". Enfrentei. E como era muito assídua no Sintefpb, o tempo todo estava presente na sede, a turma não podia falar muito de mim não, pois eu atuei muito no sindicato. Todas as decisões e encaminhamentos, eu seguia, dava continuidade. De certa forma, eu dava um "cala boca" na turma.
Mas, enfrentar problemas como mulher, a gente sente demais, inclusive assédios de vários níveis, muitas vezes sutis, que nem sempre percebemos... Situação que precisamos enfrentar, conhecer, nos fortalecer, nos defender, e denunciar se for o caso.
Mas também precisamos de conhecimentos. Fazermos cursos, entendermos o que quer dizer, inclusive os homens, aliás, sobretudo, porque a cultura machista vai dizer pra eles que eles precisam agir assim, de tal modo, pra mostrar que são "machos", que não podem demonstrar emoções, pois seriam tidos como fracos, e "isto não é coisa de homem". O machismo é terrível pra mulheres e para os homens, pois nega-lhes atitudes, sentimentos, reações, emoções, totalmente humanas.
Em relação ao termo "assédio", seja moral, seja sexual, eu passei por situações muito constrangedoras. Enfrentei assédio moral e passei por assédio sexual também. Este foi muito constrangedor, pois a pessoa que me assediava, me deixava muito mal, na frente até de colegas do trabalho, pois vinha para cima de mim, dizia coisas terríveis nos meus ouvidos, me tirando do sério. Precisei evitar passar perto desse professor. Não denunciei por falta de conhecimento dos meus direitos, por vergonha, por não saber como provar. O que fiz foi evitar. Até consegui.
Agora, como no contexto atual do país, após a instalação do bolsonarismo, as pessoas revelaram suas verdadeiras faces, e tudo piorou. Mas sabemos agora quem defende isto ou aquilo. Já não nos iludimos. Vamos vencer. A luta é grande, mas estamos com esperança de vitórias. Lula no poder já foi um ganho tremendo.
Angélica Lúcio - Jornalista do IFPB/Reitoria (Fotos: Arquivo pessoal e arquivo IFPB)