Uma doença que atinge na Paraíba mais de 5% da população acima de 18 anos ainda cercada por preconceito e muita desinformação. Assim é o diabetes que está no centro de um projeto desenvolvido pelo Instituto Federal da Paraíba que será realizado nas escolas da região metropolitana de João Pessoa.

O trabalho é coordenado pelo professor Vinícius Batista Campos, Diretor de Educação Profissional do IFPB, que há dez anos foi diagnosticado com um tipo raro de diabetes tipo LADA, termo em inglês para diabetes autoimune latente do adulto.

A preocupação com a disseminação de informações sobre a doença começou quando Vinícius atuou como Diretor do Campus Princesa Isabel. “Na época através de um projeto de extensão da Proexc adquirimos materiais para mensuração da glicose da comunidade do campus”. A partir desse trabalho a direção percebeu que estudantes matriculados na instituição tinham diabetes, mas não se manifestavam por vergonha ou receio de sofrerem bullying.

Foi a partir do exemplo da doutora Janice Sepúlveda, endocrinologista que desenvolve o projeto “Diabetes na Escola” na Santa Casa de Belo Horizonte, que professor Vinícius se viu motivado a dialogar com as escolas do entorno da cidade de Princesa Isabel para replicar informações e orientações consolidadas na literatura. “Nesse sentido auxiliamos na aprovação de uma lei nos municípios de Princesa Isabel e Água Branca, que obriga escolas e creches, a aplicarem no ato das matrículas um questionário para identificar possíveis estudantes com diabetes e a partir daí ser feito um acompanhamento mais adequado”.

Este mês o projeto do professor Vinícius ganhou um novo parceiro: a Turma da Mônica através do personagem Júnior, colega de Cebolinha que tem diabetes mellitus. “Conseguimos por intermédio de Vanessa Pontirolli da Empresa Novo Nordisk a impressão e distribuição para o IFPB de 500 exemplares do gibi da turminha”. 

Os gibis e outros materiais serão usados na segunda etapa do projeto para discutir e debater o diabetes nas escolas municipais de João Pessoa e Santa Rita. As escolas já foram pré-selecionadas e nos próximos dias serão feitas visitas nas instituições de ensino. Nos meses de outubro, novembro e dezembro estão previstas palestras remotas junto às escolas.

Professor Vinícius lembra que o diabetes não tem cura e para o tipo 1, é preciso repor a insulina diariamente, mesmo, em alguns casos, durante a permanência do estudante na escola. Ele reforça a necessidade de debater o tema dentro do ambiente escolar para conscientizar sobre o tratamento da doença e desmistificar por exemplo, o uso de chás e receitas milagrosas, e sempre seguir orientação médica especializada.

O projeto tem o apoio dos estudantes bolsistas do IFPB campus João Pessoa, Tauã Lima e Myllene Lourenço, Emanuel Costa que é voluntário, Cristiane Walter que é Farmacêutica e técnica de Laboratório e do apoio da Endocrinologista Madeleyne Palhano. Conta também com a colaboração do Movimento Influencers Diabetes Brasil, Instituto Diabetes Brasil e do Fórum de Doenças Crônicas não transmissíveis. “Esse grupo e essas entidades vem colaborando para que mais pessoas tenham a capacidade de receber essas informações e conviver melhor com o diabetes” disse Vinícius.

*Texto: Heranir Oliveira- Equipe DGCOM