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EcoGastronomia: “Sabores da Caatinga®” agora é marca de propriedade do IFPB
A marca “Sabores da Caatinga” obteve recentemente o registro pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI. O projeto iniciou no Campus Picuí, em 2015 e foi desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia – NEA.
O projeto (oriundo do Edital nº 09/2015, da PROBEXT/PROEXC) contou com a participação de diversos professores e estudantes, com a coordenação dos docentes Cassius Santana, Márcio Vieira, Thyago Silveira e Frederico Campos, que originou o NEA. Posteriormente, o projeto passou a ser coordenado pelo Professor Montesquieu Vieira.
O “Sabores da Caatinga®” nasceu dos resultados obtidos das ações empreendidas noutro projeto do núcleo sobre a recuperação de áreas degradadas (RAD) com a utilização da palma forrageira na alimentação humana no Semiárido Brasileiro (SAB). Após o plantio de cactáceas, obteve-se além de biomassa, havia a vasta produção de frutos de mandacaru, facheiro, palma de espinho, xique-xique, gogóia, dentre outros que podiam ser processados e gerar receitas, ricas em sabores e nutrientes, além de valorizar as espécies do bioma da caatinga.
O projeto “Sabores da Caatinga®” tomou o direcionamento visando a alimentação humana. Prática bem disseminada em alguns estados brasileiros, como a Bahia, e em outros países, como o México, onde se alimentar das raquetes da palma é uma prática comum e cotidiana.
No IFPB foram realizadas várias oficinas, Campus Picuí e Campus Esperança; no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Ipanguaçú, no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Vitória de Santo Antão; no Instituto Federal do Ceará (IFCE), Campus Limoeiro do Norte, na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Cuité, além de comunidades rurais como o Quilombo Serra do Abreu, Sítio Mari Preto e Fazenda Gavião.
Representantes de instituições nacionais, como o do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e internacionais, como os da Universidade Estadual de Oklahoma (OSU), nos EUA, e da Univeritas de Firenze, na Itália, já puderam provar das delícias da Caatinga. O projeto foi destaque na EXPO 2015 em Milão e premiado pelo Governo Federal do Brasil, através do Ministério das Comunicações, Tecnologias e Inovação (MCTI), na temática do combate a insegurança alimentar.
O projeto culinário possibilitou a interação entre o conhecimento técnico e empírico, através de oficinas destinadas a comunidades rurais da cidade de Picuí, Paraíba, bem como de cidades e comunidades vizinhas, com objetivo valorizar dentro da cultura gastronômica da região, a aceitabilidade, a ampliação de saberes, sabores e segurança alimentar, tendo como ingredientes principais as cactáceas, com mais de 50 receitas inovadoras, nutricionalmente saudáveis e saborosas, construídas com o viés filosófico do slow food, catalogadas num livro “Sabores da Caatinga®”.
A partir daí, o estudante Vitor Magliano do Mestrado Profissional PROFNIT do IFPB Campus Campina Grande, sob a orientação do professor Frederico Campos, resolveu realizar a dissertação com essa temática das receitas e com o registro da marca “Sabores da Caatinga®”. A NEO IFPB Agência de Inovação auxiliou no processo de registro da marca, que a partir de agora, após o deferimento da transferência de titularidade, pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - INPI, passa a ser oficialmente propriedade do IFPB, com o número do Protocolo no INPI: 850230427337 (05/09/2023).
Colaboração
Ramiro Manoel Pinto Gomes Pereira
Assessor Especial para Inovação e Empreendedorismo