O Instituto Federal da Paraíba carrega em seu DNA, como uma instituição centenária, o legado de promover a diversidade no ambiente educacional, permitindo a inclusão de pessoas de grupos sociais considerados minoritários, como os negros. Nesse Dia da Consciência Negra o IFPB celebra a data, e comemora a ampliação das cotas no Processo Seletivo dos Cursos Técnicos (PSCT) para o ano que vem para o grupo dos quilombolas.

“Essa reserva de vagas é importante para a gente ‘pagar’ de certa forma uma dívida que temos enquanto sociedade no processo de inclusão aos menos favorecidos. Já existia um regramento das reservas para pessoas pretas, pardas e indígenas e agora temos a inclusão para os quilombolas. Precisamos avançar no respeito às pessoas para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária” disse o Pró-Reitor de Ensino do IFPB, professor Neilor Cesar.

Os quilombolas são os descendentes de africanos escravizados que se refugiaram em comunidades rurais ou urbanas, formando os chamados quilombos. De acordo com o último Censo do IBGE, a Paraíba tem uma população quilombola de 16,5 mil pessoas. Há representações desse grupo social em cidades como Sousa, Manaíra e Serra Redonda.

O ensino da história e cultura afro-brasileiras já faz parte dos currículos escolares, a lei completou 20 anos. A discussão dessa temática em sala de aula foi estabelecida a partir da Lei Nº 10.639 de janeiro de 2003, que alterou a Lei Nº 9.394 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. A implementação da Lei sancionada, tem por objetivo difundir as culturas negra e indígena no âmbito da formação da sociedade brasileira. Com isso o calendário escolar passa a incluir o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.

No Campus João Pessoa do IFPB a data será comemorada com uma programação especial organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígenas (NEABI). Dentro das atividades haverá debates, roda de conversa e encerramento às 19h no auditório José Marques com uma palestra da professora Lucila de Brito sobre o tema “Racismo Científico e Eugenia no Brasil”.

O Coordenador do NEABI, professor João Edson Rufino, lembra que o Brasil foi o último país das Américas a abolir os escravos. “Enfrentamos no dia a dia um racismo estrutural, uma situação que traz impacto em todos os setores, discutir as relações raciais é fazer com que a gente reveja a nossa história” disse.

Outras unidades do IFPB também organizaram atividades. A partir desta segunda-feira o Campus Cabedelo promove o 6º Encontro de Simpósios e a Semana da Consciência Negra que inclui palestras e oficinas. No Campus Cajazeiras acontece hoje debate sobre o tema “A resistência do Quilombo dos Quarenta e a luta antirracista da região de Cajazeiras”, à tarde tem roda de conversa sobre a lei de cotas e à noite tem programação cultural. Já no Campus Patos dentro da programação da VI Semana da Consciência Negra haverá nesta quarta-feira (22) pela manhã, uma roda de conversa com o tema “ Literatura negra para uma educação antirracista: de Maria Firmina dos Reis a Ryane Leão”.

Texto: Heranir Oliveira -Equipe DGCOM / Arte: Pablo França - Programador Visual do IFPB