Noticia
Estudante valoriza internacionalização e pretende contribuir para a melhoria da educação brasileira
O estudante do Curso de Redes de Computadores e Sistemas de Telecomunicações, do Campus João Pessoa, Anderson de Souza Ribeiro, é mais um jovem brasileiro que se submeteu a um processo de intercâmbio técnico, científico e cultural em instituições portuguesas, visando fortalecer o seu currículo acadêmico. Anderson está no Instituto Politécnico de Viana do Castelo-IPVC.
O referido Instituto Politécnico foi criado em 1980 e está localizado na região do Alto Minho, norte de Portugal. O IPVC tem como objetivo fortalecer, através das suas Escolas Superiores, a formação humana, cultural, científica, técnica e profissional de qualidade, desenvolver pesquisa e cooperar com a comunidade regional, particularmente no seu tecido produtivo e empresarial, numa perspectiva de permanente diálogo e valorização recíproca.
O objetivo do estudante do IFPB é melhorar os seus conhecimentos, no seu campo profissional, a partir do reforço que está recebendo no Curso de Engenharia de Redes de Computadores, no IPVC, uma área de formação equivalente ao curso que faz no IFPB.
Nesse sentido, ele está bastante satisfeito com o processo de ensino-aprendizagem em Portugal. “A relação com os professores e com os colegas é excelente, como também o acesso às estruturas acadêmicas e de apoio da instituição”, admite Anderson.
Vale salientar que ele está impressionado com a qualidade da educação portuguesa, no que tange às metodologias de ensino e a infraestrutura. “Temos acesso a muitos conteúdos que são repassados diretamente através da língua inglesa; o que dificilmente teríamos no Brasil”, ressaltou.
No entanto, Anderson desaprova o comportamento dos colegas portugueses em sala de aula. “Os estudantes brasileiros comportam-se melhor; eles são inquietos e saem da sala antes do final da aula”, analisa Anderson.
O referido aluno foi aprovado para a Universidade de Coimbra e para o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), no programa de intercâmbio aluno mobilidade, do Eramus. Optou pelo IPVC por falta de alojamento na Universidade de Coimbra.
O jovem estudante brasileiro afirma que tem aprendido muito, em termos de cidadania, com a sua estadia em Portugal. Segundo ele, os portugueses são muito respeitosos e honestos. “Basta ficar na faixa de pedestres para eles pararem o carro; perdi minha carteira com todos os documentos e a encontrei no mesmo lugar, sem faltar nada. Também ando pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite sem ninguém me incomodar”, exultou.
Em decorrência do seu aprendizado com a convivência com outros estudantes de países mais desenvolvidos, Anderson valoriza o processo de intercâmbio acadêmico que ele vê como uma oportunidade de evoluir na formação profissional, bem como nos aspectos político e social. Por este motivo, pretende contribuir com a melhoria da qualidade do ensino no Brasil, como resultado do intercâmbio, apresentando um relatório minucioso sobre a sua experiência educacional em Portugal.
O referido estudante também reconhece as situações de xenofobia, às quais os brasileiros estão expostos em Portugal, mas sugere que se “deve ser resiliente e superar essas dificuldades porque a experiência, em termos gerais, é bastante compensatória”, enfatizou.
Anderson falou sobre as suas limitações financeiras. Ele consegue se manter em Portugal fazendo “home office part time” para o Brasil, já que não conseguiu apoio financeiro da Instituição de origem. “Acho que o IFPB deveria dar mais apoio ao programa de intercâmbio para que mais estudantes pudessem se beneficiar dessa experiência” sugeriu.
Entusiasmado com a qualidade de vida em Portugal, Anderson revelou que pretende imigrar, por tempo indeterminado para o país e já solicitou a condição de cidadania como descendente de Judeu Sefarditas. Os judeus Sefarditas foram obrigados a se converterem ao Cristianismo no século XIV, em Portugal; os que não aceitavam eram banidos para outros países, e muitos foram para o Brasil, na época. A comprovação da descendência Sefarditas dá direito ao requerimento da cidadania portuguesa.
No entanto, ele sabe que o processo de cidadania, nas condições que ele pleiteia, é muito demorado. Por enquanto, pretende cumprir o seu período de seis meses de intercâmbio no programa Estudante Mobilidade e tentar uma prorrogação por mais seis.