Ricardo Alves Araújo voltou à instituição que foi responsável pela sua formação no Ensino Médio (segundo grau, naquele tempo) depois de 51 anos. Em 1973, ele concluiu o Curso Técnico de Estradas na ETFPB, de nível médio, e no mês passado retornou à sala de aula no IFPB, na turma do Qualifica Mais EnergIFE, que faz parte das ações de extensão. 

O egresso coleciona muitas histórias da antiga Escola Técnica Federal da Paraíba onde jogava Handebol, foi presidente de turma e participou da inauguração do Ginásio de Esportes do atual Campus João Pessoa do IFPB. Uma instituição que na década de 70 só existia na capital paraibana e hoje se espalha em mais de 20 unidades pelo estado, atingindo vários estudantes também fora da Paraíba, por meio de seus polos de Educação a Distância.

O relacionamento de Ricardo com a instituição começou na família. “Meu vínculo com o IFPB é afetivo. Meu pai foi professor da Escola Industrial Coriolano de Medeiros, e Escola Técnica Federal da Paraíba, nas disciplinas de Desenho Industrial e Matemática (Juarez Araújo)”. 

Depois de concluir os estudos na Escola Técnica, Ricardo se formou em Engenharia Civil, na Universidade de Brasília, fez pós-graduação em Engenharia de Sistemas Computacionais e também terminou o curso de Direito, se especializando em Direito Imobiliário.

Foram várias áreas de atuação nestas sete décadas de vida. “Fui o agente da Polícia Federal mais novo de todos os tempos, 19 anos”, relembra. E não pára por aí. “Sou Radialista e Técnico em Transações Imobiliárias. Tenho vários cursos de extensão agrícola pela Emater e Embrapa. Fui coordenador de Informática do SENAC, e fundei a MacroSoft, empresa que formou centenas dos futuros tops da informática, na Paraíba e Brasil”, se orgulha, completando que também tem experiência em transporte rodoviário de cargas. 

 Atualmente, Ricardo tem uma empresa de energias renováveis e Inteligência Artificial. A entrada no curso do IFPB de Eletricista de Sistemas de Energias Renováveis (Instalador de Sistemas Fotovoltaicas) promete aprimorar os serviços prestados pela RA Business Intelligence. Ele considera o programa mais uma chance de aprender, conhecer pessoas e captar oportunidades. 

“É gratificante e revitalizador voltar ao local onde tive momentos de alegria, aprendizado e felicidade. Ver o velho ginásio (que foi inaugurado com uma partida de handebol entre ETFMA e ETFPB, onde eu era atleta e expoente do time), a famosa rampa, e as reminiscências dos tempos antigos. Aproveito para repassar experiência e histórias aos colegas novos. Eu gosto, e desconfio que eles também gostam”, comenta Ricardo.

O jovem septuagenário acumula boas histórias da antiga Escola Técnica e diz que até hoje consegue reunir boa parte dos amigos daqueles tempos. Ricardo é um bom exemplo do quanto é salutar investir no crescimento por meio da educação. Sobre o IFPB hoje, ele frisa que é “uma estrutura admirável e em sintonia com os anseios do tempo”, mas aproveita para alfinetar os jovens dizendo que andam muito tímidos, sem perceber que é preciso marcar território, mostrando as habilidades para terem sucesso na vida. 

O curso do EnergIFE é presencial, tem 200 horas de duração e é totalmente gratuito, como todos aqueles oferecidos pelo IFPB. A iniciativa faz parte de ações do Governo Federal que pretendem aumentar a qualificação profissional no campo das energias renováveis, como um investimento do país para um futuro de energia limpa.