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Aluno do IFPB complementa educação profissional na Universidade de Coimbra-PT
O aluno do Curso de Rede de Computadores, do Campus João Pessoa, IFPB, Carlos Thassius Ferreira, é mais um jovem paraibano que está usufruindo do benefício de ampliar os horizontes, em termos de formação profissional e cidadania, em uma instituição de educação europeia: a universidade de Coimbra, em Portugal, uma das mais antigas da Europa.
Carlos Thassius é um jovem oriundo de uma família humilde, morador de um bairro periférico de João Pessoa que, segundo conta, viu muitos dos seus amigos serem assassinados pela violência ou se perderem no mundo das drogas. Ele entende que é um jovem privilegiado, pois teve a oportunidade de enveredar pelo caminho da educação. "Quem tem essa oportunidade deve levá-la para outros, tem que disseminar essas informações para tentar contribuir com as mudanças políticas e sociais que precisam acontecer na nossa sociedade; mostrar aquilo que nós tivemos a oportunidade de ver em uma sociedade desenvolvida" disse.
Carlos reconhece a importância que a educação teve na sua vida e expressa gratidão por isto, reconhecendo a excelente qualidade da educação ministrada no IFPB e, dentro deste contexto, a oportunidade do intercâmbio internacional. “A Arinter para mim é um grande portal aberto ao mundo e que contribui para transformar a vida de muitos estudantes”, enfatiza.
Formação técnica
Carlos tem um projeto de vida a ser cumprido. Ele está matriculado na Licenciatura de Engenharia Informática, mas também frequenta as aulas no Mestrado de Engenharia e Ciências de Dados, na Universidade de Coimbra. Com essa articulação educacional, ele espera complementar a sua formação técnica e, com isto, ampliar as suas oportunidades de trabalho. O seguimento desta iniciativa, segundo ele, será uma pós-graduação, que também pretende fazer fora do Brasil, e depois voltar para ingressar na carreira acadêmica.
Aprender e retribuir
Thassius divide a sua habitação, em Coimbra, com estudantes de diversas partes do mundo, o que gera um ambiente de muita efervescência cultural e interação acadêmica. Essa convivência enriquece sua visão de mundo e reforça o papel do brasileiro como um elo cultural. “O brasileiro sempre está no meio, juntando todo mundo. Então, esse carisma do brasileiro, eu acho que é uma contribuição que nós temos para dar ao mundo todo”, reflete.
Mesmo estando influenciado pelas descobertas do estilo de vida europeu, Carlos não esquece os seus valores culturais e relata que sente falta do calor humano e da comida brasileira, especialmente do arroz e feijão, cuscuz e tapioca. “A gastronomia e a proximidade das pessoas são algo único do Brasil. Aqui, as pessoas são extrovertidas, mas não da mesma forma calorosa que nós,” explica.
Desta forma, Carlos compartilha da esperança de que os milhares de jovens brasileiros que embarcam, todos os anos, em programas de intercâmbio pelo mundo, ao retornarem ao seu país de origem, tragam na bagagem não apenas conhecimento científico e tecnológico, mas também a vontade e a coragem de construir um Brasil mais igualitário e próspero.