Noticia
Estudante do IFPB, em intercâmbio na Universidade de Coimbra, ressalta qualidade de vida em Portugal
Maria Alice Sales Ribeiro está fazendo o que muitos estudantes na idade dela gostariam de fazer, mas nem todos têm a mesma oportunidade que ela teve. A aluna do Bacharelado em Engenharia Civil, Campus João Pessoa, do IFPB, está fazendo um intercâmbio, como estudante mobilidade, na Universidade de Coimbra, em Portugal, uma das mais antigas do mundo.
Alice revelou que foi incentivada por amigos e familiares. para investigar sobre as universidades portuguesas, ficando impressionada com a tradição e reputação da universidade de Coimbra, o que a levou a escolher esta instituição, dentre outras, para o seu intercâmbio. A referida estudante enfatiza que está vivenciando uma das experiências mais significativas da sua vida, tanto no campo do crescimento pessoal, quanto no desenvolvimento acadêmico e profissional.
Maria Alice está cursando disciplinas na Licenciatura em Engenharia Civil, em Coimbra. Ela afirma que apesar da metodologia ser mais voltada à teoria, está tendo uma grande oportunidade de assimilar novos conhecimentos, com aulas na licenciatura e no mestrado.
A referida aluna destacou a organização e a infraestrutura da Universidade. “Eu consegui ver muita coisa que não tinha visto no Brasil, os laboratórios daqui são muito complexos, a gente consegue aprender muita coisa de teste laboratorial. Por exemplo, a cadeira de estrada, que aqui se chama infraestrutura e transportes, tem um laboratório específico onde os alunos fazem até 10 testes por dia”
Apesar da excelente infraestrutura laboratorial a formação em engenharia civil na licenciatura, em Coimbra, é muito voltada aos conteúdos teóricos, como explicou a estudante do IFPB, reconhecendo que, no sentido das práticas para o mercado de trabalho, se aprende mais em instituições brasileiras, que oferecem uma prática intensa que complementa o aprendizado teórico.
Adaptação cultural e desafios pessoais
Viver em Portugal também trouxe desafios culturais. Alice relata que os estudantes portugueses são mais reservados, o que dificulta o entrosamento inicial para uma estrangeira. No entanto, a diversidade de culturas foi uma experiência positiva: “Estou tendo acesso a muitas pessoas de vários lugares do mundo”, afirma.
Alice também destaca o choque inicial de solidão e insegurança ao chegar em um novo país. A diferença no ritmo acadêmico intenso e o distanciamento dos amigos e familiares no Brasil foram obstáculos emocionais que, aos poucos, ela superou, aumentando sua resiliência e responsabilidade pessoal.
Já é lugar comum, para os brasileiros que viajam para a Europa, comparar a vida em um dos continentes mais civilizados do mundo, com a dura realidade das desigualdades brasileiras, Alice descreve a maior segurança e qualidade de vida em Coimbra como algo “inspirador”. Ela se sente mais segura, especialmente à noite, e percebe que a infraestrutura e os serviços, como transporte público gratuito para estudantes, oferecem uma qualidade de vida que contrasta com a oferecida no Brasil.
Quando indagada sobre as possíveis transformações que espera levar para casa, Alice refletiu sobre a importância de lutar por uma sociedade mais justa e segura. Apesar da forte vontade de permanecer na Europa, seu desejo é retornar ao Brasil e contribuir para melhorias, inspirada pelos valores que vivenciou em Portugal.
Arinter: Apoio Essencial para o Intercâmbio
Alice elogiou o papel fundamental da ARINTE (Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais do IFPB), no seu intercâmbio, oferecendo apoio com a burocracia, documentação e integração.
No entanto, a estudante sugere que se dê mais visibilidade ao trabalho da Arinter, para que outros estudantes possam ter a oportunidade de participar dos programas de intercâmbio. A estudante alerta que uma das principais características para que se tenha um bom desempenho em um programa de intercâmbio nas universidades europeias é o domínio de uma língua estrangeira, a exemplo do Inglês.
Ao final do intercâmbio, ela acredita que voltará ao Brasil com uma nova visão, maior responsabilidade e uma “nova versão” de si mesma. Mais do que conhecimento técnico, o intercâmbio proporcionou um aprendizado de vida, desenvolvendo um olhar mais crítico e consciente sobre a realidade do seu país. A estudante espera que essa experiência a ajude a influenciar, positivamente, sua comunidade, aplicando os valores de cidadania e respeito que vivenciou em Portugal.