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Mostra Acadêmica, Vivências e Oficinas Temáticas movimentaram o Enex
Os extensionistas do IFPB compartilharam suas experiências por meio da Mostra Acadêmica, das Vivências e das Oficinas Temáticas realizadas nos dias 12 e 13 de novembro, no Campus Monteiro, durante o Enex 2024. O evento promoveu uma rica troca de experiências entre o IFPB e a comunidade local.
Mostra Acadêmica
A Mostra Acadêmica dos projetos de extensão e cultura desenvolvidos pela instituição, cujo tema foi "Diálogos Democráticos", apresentou diversas temáticas relevantes para a sociedade.
Um dos projetos destacados foi o “Miaucademia: meu IF é o bicho”. O projeto nasceu da iniciativa de alunas do Campus Sousa, que se sensibilizaram com a grande quantidade de animais abandonados, tanto no campus quanto na cidade. Inicialmente, elas buscaram harmonizar a convivência da comunidade com os animais e fornecer alimentos para os gatos e cachorros que estavam no campus.
A professora Ladyjane Duarte explicou que, para dar continuidade à ação, foi criado um grupo, no qual as alunas passaram a realizar palestras e oficinas de conscientização com os alunos. Graças a essas ações, o projeto conseguiu ampliar suas parcerias, tanto dentro quanto fora do IFPB. "A própria comunidade acadêmica já contribui com soluções, como o projeto dos professores Mário Leno e Karine da Silva Carvalho, que troca ração por mudas, e a parceria com a empresa PetAgro, que fornece 25 quilos de ração por mês para alimentar os animais", relatou a professora.
Rayane Kelly, uma das participantes do projeto, destacou que é muito gratificante poder compartilhar as conquistas. Ela também mencionou que o projeto contou com o apoio do Hospital Veterinário do Campus Sousa para o tratamento dos animais. Vitória Abrantes, outra aluna envolvida desde o início, ressaltou a importância do Hospital Veterinário tanto para os cuidados quanto para a recuperação dos animais, destacando especialmente o trabalho da professora Katarine de Souza Rocha.
Outro projeto apresentado foi o “Acessibilidade metodológica sobre o ensino de química para pessoas surdas”, desenvolvido pela professora Regina Monteiro, do curso de Química do Campus João Pessoa. Esse curso de extensão, fruto das atividades do Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (PRPFEPT), teve aplicação nacional. O curso foi criado para atender à demanda dos docentes de química por metodologias acessíveis ao ensino de pessoas surdas. Realizado a distância, o curso abordou desde os conhecimentos básicos de língua de sinais até o uso de metodologias assistivas, como a metodologia da sociedade metodológica, que utiliza língua de sinais, recursos de setas, destaques e a própria língua de sinais para o ensino de química.
Oficinas temáticas
As oficinas temáticas integraram o IFPB e a comunidade, oferecendo atividades relevantes como gastronomia, técnica vocal, primeiros socorros, empreendedorismo, entre outras.
A oficina temática sobre primeiros socorros teve como objetivo difundir essa prática em todas as escolas e campi, capacitando os alunos a auxiliar em situações de emergência não apenas relacionadas à educação física, mas em qualquer incidente que possa ocorrer no ambiente escolar. O projeto é inspirado na Lei Lucas, que estabelece a obrigatoriedade da capacitação em primeiros socorros para funcionários de escolas e outras instituições educacionais.
O coordenador do projeto, professor Abdallah Arcoverde, avaliou positivamente a participação dos alunos dos cursos de Contabilidade e Eletrônica na realização da oficina. “Estou muito satisfeito e emocionado com a participação e a superação deles”, afirmou o docente.
As alunas Ana Luiza Silva e Ana Luiza Silva Duarte relataram que as noções de primeiros socorros ensinadas nas oficinas já eram parte de outra atividade de extensão, a corrida de orientação. Essa prática esportiva de aventura inclui treinamento em primeiros socorros para situações como paradas cardíacas e respiratórias, lesões, entorses e engasgos.
Para Jhúlya Emmilly Monteiro Napoleão, estudante do 2º ano do curso de Contabilidade, participar da oficina foi uma oportunidade de aprofundar seus conhecimentos no tema. “Me dispus a aprender e a ministrar uma pequena palestra para que as pessoas também possam adquirir noções básicas de primeiros socorros, saber como agir em situações de risco e, assim, salvar vidas”, destacou.
Outra oficina realizada no Campus Monteiro foi a de Esportes de Aventura, que contou com a montagem de circuitos de corrida dentro do campus e a introdução de fundamentos básicos para os participantes. Pablo Mota, estudante do Campus João Pessoa e integrante dessa oficina, compartilhou sua experiência no ENEX: “Este período está sendo uma revelação acadêmica para mim. Estou dando aulas, ensinando sobre algo de que gosto, conhecendo pessoas e aprendendo conteúdos novos, algo que nunca imaginei ter acesso”.
Vivências
O evento proporcionou uma série de vivências, incluindo visitas ao Memorial Zabé da Loca, ao Assentamento Santa Catarina, na Serra de Monteiro, e à Comunidade Quilombola Roça Velha, em Camalaú.
Uma das atividades realizadas durante o 7º ENEX foi a visita ao Memorial Zabé da Loca. Logo na chegada, o grupo foi impactado pela paisagem de vegetação seca, que evidencia as estratégias de convivência da comunidade local com as condições naturais.
A comitiva do IFPB foi recebida calorosamente pelas lideranças locais, Dona Tetinha e seu Antônio, que guiaram os visitantes em um tour pela comunidade. Durante a visita, o grupo conheceu locais de grande importância simbólica, como a Capela, construída pela ancestralidade da comunidade em agradecimento às salvaguardas obtidas diante do histórico de perseguições, e o Cruzeiro.
“Tivemos um sentimento de acolhimento ao sermos recebidos com um delicioso almoço de galinha caipira e salada, além da apresentação de duas bandas de pífano”, destacou o professor Clayton Rodrigues.
Além da visita, o IFPB promoveu uma oficina de modelagem de vestuário, ministrada pela professora Ana Lívia. A oficina visou capacitar os trabalhadores da comunidade, cuja produção de roupas está ligada ao polo produtivo de Santa Cruz do Capibaribe. A iniciativa busca valorizar o trabalho local, promovendo maior autonomia financeira para a comunidade.
Iris Souto Maior - jornalista do IFPB/Reitoria