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Estudante do IFPB desenvolve projeto, na Espanha, para melhorar educação profissional na Paraíba

Lucas Palmeira da Nóbrega está desenvolvendo projeto que compara as metodologias educacionais no Brasil e na Espanha
por publicado: 17/12/2024 06h04 última modificação: 17/12/2024 08h26

Uma visão acadêmica mais aprofundada e contextualizada da sua área de formação profissional e o desenvolvimento pessoal, são os principais resultados do processo de intercâmbio que o aluno do curso de Sistemas para internet, Campus João Pessoa, do IFPB, Lucas Palmeira da Nóbrega, realiza na Universidade de Mondragón, no País Basco. Lucas foi selecionado no programa de intercâmbio científico e cultural do Governo do Estado "Paraíba Sem Fronteiras", em parceria com o IFPB, e está realizando um semestre letivo na referida universidade.

As experiências do intercâmbio estão aprimorando as concepções de Lucas sobre a educação profissional. Ele está aprofundando os conhecimentos em disciplinas como Inteligência Artificial, Engenharia de Software e Web, além de temas como Análise de Dados e Cultura Basca. "Minha ideia era complementar a formação tecnológica do IFPB, que é voltada para o mercado de trabalho, com uma abordagem mais acadêmica e internacional. As diferenças metodológicas entre as instituições, do Brasil e da Espanha, me fizeram refletir sobre como ensino e prática podem se alinhar para uma formação ainda mais rica", explica.

Como parte do programa, Lucas está desenvolvendo um projeto que compara o impacto de métodos de ensino no processo de aprendizagem. Ele busca medir a eficácia da metodologia baseada em problemas (PBL), vivenciada na Mondragón, em relação aos processos tradicionais adotados no Brasil. "Espero que essa análise possa contribuir para melhorias nos currículos do IFPB, especialmente em cursos como Engenharia de Software, e em outros cujos currículos já estão sendo redesenhados."

Além das experiências didáticas que Lucas está experimentando, o seu intercâmbio também demonstra as possibilidades que uma instituição de educação tem de como se envolver com as demandas da comunidade, sendo este o caso da Universidade Mondragón.

Construindo pontes culturais

Além do aprendizado acadêmico, Lucas também experimenta as possibilidades relacionais em um ambiente multicultural, convivendo com colegas da Espanha, Polônia, França, Itália e outros países. "Aprendi a valorizar a objetividade e o profissionalismo dos europeus, sem deixar de lado a alegria e a informalidade que são tão brasileiras", reflete. Ele destaca o compromisso dos europeus com temas como sustentabilidade e organização social, contrastando com os desafios históricos que o Brasil enfrenta em termos de desigualdade e desenvolvimento.

"É muito importante perceber como os europeus se comportam diante das questões sociais como coleta seletiva do lixo, o trânsito, bem como nos relacionamentos interpessoais,mesmo quando fazem críticas, eles são respeitosos”, enfatiza.

Na parte cultural do intercâmbio, Lucas teve a oportunidade de ciceronear colegas de outras nacionalidades, em uma viagem a Portugal, que foi uma chance de mostrar um pouco da cultura luso-brasileira. "Foi uma troca cultural valiosa. Eles se impressionaram com nossa hospitalidade e energia, e isso me encheu de orgulho."

Desafios e crescimento pessoal

Lucas vai passar o seu primeiro Natal e Ano Novo fora de casa. A distância da família, durante esse período, será um dos momentos mais desafiadores para ele. "Vou sentir muita saudade, mas planejo celebrar com amigos para tornar esse período mais leve", explica. Apesar disso, Lucas reconhece o impacto positivo da experiência: "Não sou a mesma pessoa que embarcou naquele avião. Volto ao Brasil com uma visão de mundo mais ampliada e com a certeza de que há muito a contribuir para melhorar a nossa sociedade."

Horizontes para o futuro

A partir dessa vivência na Espanha, Lucas aprendeu a conceber a importância do cosmopolitismo e, nesse sentido, já faz planos para cursar uma pós-graduação fora do Brasil. Ele enxerga o intercâmbio como um diferencial não só para a carreira, mas para sua perspectiva de vida: "Trabalhar ou estudar no exterior deixou de ser apenas um sonho distante. A experiência abre portas e nos faz perceber que o mundo está ao alcance, basta se preparar e buscar."

Lucas acredita que o aprendizado internacional trará impacto direto à sua trajetória profissional e à educação no Brasil. "Quero ajudar a construir uma formação mais conectada com as demandas reais, que inspire mais pessoas a se dedicarem ao conhecimento e à inovação. Este intercâmbio é só o começo de algo muito maior", declara.