Os dias de isolamento social foram muito produtivos para o estudante do Campus Patos do IFPB, João Vitor Fernandes. Ele tem 17 anos, cursa o terceiro ano de Eletrotécnica, e lançou a obra Pulmões Famintos, disponível na internet. O título não é coincidência, pois a ficção científica é inspirada pelo novo coronavírus e suas implicações.   

“Nesse período de quarentena, eu estava bombardeado com várias informações e pensei: se eu escrevesse um livro, não sobre o coronavírus, mas sobre um outro vírus e metaforicamente falasse sobre outro vírus e comparasse com a realidade”, comentou o autor.

João Vitor sempre gostou de escrever, faz parte de clube de leitura e há pouco tempo tem um perfil literário no Instagram. Segundo ele, as aulas de Literatura do IFPB ajudaram a aproximá-lo de clássicos literários, principalmente brasileiros, o que o tornou um leitor ainda mais interessado.

A influência positiva do Instituto Federal da Paraíba na formação do jovem escritor foi a Biblioteca do Campus. João Vitor está começando a montar a própria estante de livros na casa onde mora com a mãe, o padrasto e a irmã.

O tempo de quarentena, longe do IFPB e das preocupações com o terceiro ano, e também afastado do estágio, foram o empurrão que João Vitor precisava para dar vazão à escrita, pois já tinha alguns planos em mente, porém colocar na tela era algo sempre adiado devido à rotina. O livro requereu inclusive pesquisa sobre a temática das pandemias.

Ele disse que teve muitas dificuldades com a escrita e que dois amigos, também estudantes do Campus Patos foram os primeiros leitores e orientadores. Os colegas foram homenageados com os nomes de personagens no livro que foi publicado inicialmente na plataforma online Wattpad que congrega 80 milhões de leitores e escritores de diversos países. Hoje já está na Amazon. 

O estudante pretende ainda fazer uma revisão no texto que tem 12 capítulos. A publicação online tem mais de 600 leituras e João Vitor confessa que já começa a pensar se a futura profissão será mesmo Engenharia Mecânica ou Engenharia Química ou algo mais voltado para a área da escrita.

“Eu não tive uma influência para leitura nem para escrita eu fui me descobrindo. Eu creio que muitas pessoas no Brasil não têm esse contato com a leitura porque não descobrem que gênero se encaixam que padrão de leitura se encaixam. Todo estilo de leitura e escrita é válido. Desejo a vocês que descubram qual o seu estilo de leitura ou de escrita para que vocês descubram outro universo além do qual vocês estão inseridos”, comenta João Vitor.

Acesse aqui o e-book. 

Texto: Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB / Foto: o próprio autor