Você está aqui: Página Inicial > Pró-Reitoria de Extensão e Cultura > Sobre > Política de Extensão e Cultura

Política de Extensão e Cultura

A Extensão Universitária no Brasil registra uma trajetória centenária de existência, se configurando em cada momento como resultante da dinâmica dos processos sociais, históricos e culturais. O seu reconhecimento está ancorado em marcos legais e em orientações estabelecidas a partir das discussões realizadas nos Fóruns de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Ensino Superior, que trazem contribuições de expressiva relevância à prática extensionista, por meio do regimento de conceitos, princípios, objetivos e diretrizes norteadoras das Políticas Institucionais de Extensão Universitária.

A Política de Extensão do IFPB tem a finalidade de orientar o desenvolvimento da Extensão, promovendo a articulação entre o saber fazer e a realidade socioeconômica, cultural e ambiental junto às áreas de abrangência social, articulando Educação, Ciência e Tecnologia na perspectiva do desenvolvimento local e regional, em consonância com a legislação vigente para a Educação Profissional e Tecnológica

A Política de Extensão dispõe sobre concepções, conceitos, princípios, diretrizes, objetivos, dimensões, áreas temáticas e linhas da extensão, caracterização e classificação das ações de extensão, programas institucionais, finalidade, objetivos e instâncias da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, curricularização da extensão, publicações e outros produtos acadêmicos, gestão das ações de extensão, fomento à extensão.

A Extensão, sob o princípio constitucional da indissociabilidade com ensino e pesquisa, é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, político, social, científico, tecnológico e popular, que promove a interação dialógica e transformadora entre instituições e a sociedade, levando em consideração a territorialidade.

Em 2020, a PROEXC realizou Consulta e Audiência Pública para a elaboração da Política de Extensão do IFPB. 

Documento aprovado pelo Consuper

Clique aqui e acesse o documento que rege a Política de Extensão do IFPB aprovado Conselho Superior do Instituto (RESOLUÇÃO 96/2021 - CONSUPER/DAAOC/REITORIA/IFPB).


Princípios e Diretrizes

Princípios:

A Política de Extensão do IFPB é norteada pelos seguintes princípios:

I. Cidadania e trabalho como base da educação profissional;
II. Extensão como renovadora da vida acadêmica e institucional;
III. Protagonismo estudantil;
IV. Construção coletiva do saber de forma inter, multi, transdisciplinar e interprofissionais;
V. Indissociabilidade e horizontalidade das políticas de ensino, pesquisa e extensão;
VI. Compromisso social e transformador do IFPB com as demandas da sociedade;
VII. Territorialidade e intersetorialidade;
VIII. Cultura de paz e o respeito aos direitos humanos e à diversidade cultural.

Diretrizes:

As diretrizes se constituem em orientações para a concepção, formulação, elaboração, avaliação e a implementação das ações de extensão, em consonância com a política nacional de extensão, com os fóruns nacionais de dirigentes de extensão e com base na interação dialógica, na formação cidadã do estudante, na produção de mudanças e na articulação Ensino-Pesquisa-Extensão.

A interação dialógica pressupõe:
I. Ação viabilizada por meio da relação participativa entre a instituição e a sociedade, permitindo o compartilhamento de saberes acadêmicos e populares no enfrentamento das questões sociais presentes na realidade contemporânea;
II. Superação do discurso da hegemonia acadêmica, substituindo-o pela ideia de aliança com movimentos, organizações e setores sociais, culturais e produtivos;
III. Estabelecimento de estratégias, utilizando metodologias que estimulem a participação social e a democratização do conhecimento para a construção de uma sociedade justa, ética e democrática;
IV. Construção de parcerias intersetoriais, interinstitucionais e interprofissionais de forma a constituir equipes multidisciplinares para alcançar os objetivos propostos.

A formação cidadã do estudante presume:
I. Desenvolvimento de ações de extensão por meio de práticas acadêmicas em que os conhecimentos possam ser vivenciados em contextos sociais e articulados a outros conhecimentos de forma inter, multi, transdisciplinar e interprofissional;
II. Protagonismo estudantil nas ações de extensão, de modo a contribuir para a formação e autoformação de cidadãos éticos, críticos e comprometidos com desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural;
III. Desenvolvimento de aptidões a partir de vivências proporcionadas pela participação em ações de extensão que potencializem a formação para a vida em sociedade e para o trabalho;
IV. Participação do estudante em iniciativas que viabilizem a curricularização da extensão e a integralização da carga horária.

A produção de mudanças implica na:
I. Atuação transformadora da instituição junto aos setores populares e movimentos sociais, de modo a promover o desenvolvimento social, econômico, político, cultural e ambiental local e regional e a indução de políticas públicas;
II. Transformação na própria instituição por meio de práticas acadêmicas e sociais que permitam novos modos de construção e aplicação de conhecimentos;
III. Contribuição transformadora da área de abrangência social, colaborando para a efetividade na solução dos problemas sociais e no desenvolvimento dos arranjos produtivos locais.

A articulação Ensino-Pesquisa-Extensão envolve:
I. Processo pedagógico único, interdisciplinar, político, educacional, cultural, científico e tecnológico;
II. Indissociabilidade da Extensão com o Ensino e a Pesquisa, como prática acadêmica vinculada ao processo de formação dos estudantes e de produção e compartilhamento do conhecimento;
III. Perspectiva de que as ações de extensão adquirem maior efetividade se estiverem vinculadas ao processo de formação e de geração de conhecimento;
IV. Relação do conhecimento específico com a visão holística, materializada pela interação de conceitos, metodologias e experiências, oriundos das diversas áreas do conhecimento.

Objetivos Estratégicos Institucionais

Os Objetivos Estratégicos Institucionais (OEI) do Planejamento Estratégico do IFPB para a área de Extensão e Cultura são:

1. Promover o desenvolvimento e o estímulo de atividades extensionistas de acordo com os princípios e finalidades da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais;

2. Reafirmar a Extensão como uma prática acadêmica indispensável na formação do estudante, capaz de melhorar a qualidade da educação em todos os níveis, de estimular a difusão e a produção do conhecimento, de contribuir para o desenvolvimento da consciência social, ambiental e política e de formar profissionais-cidadãos;

3. Garantir o protagonismo estudantil por meio de práticas que possibilitem a autonomia do educando na concepção, propositura, promoção e execução de ações que contribuam para sua atuação crítica-reflexiva;

4. Estimular e apoiar processos pedagógicos multi, inter, transdisciplinares e interprofissionais que levem à inovação social, à geração de trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico sustentável, local e regional;

5. Contribuir para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação, com destaque para as tecnologias sociais produzidas na interação com a sociedade, visando à inclusão social e à melhoria das condições de vida;

6. Promover e fomentar cursos de valorização social, de formação inicial e continuada, presenciais e a distância, visando ao atendimento das necessidades de qualificação profissional, a partir da construção de formas próprias de educação que respondam às demandas de grupos sociais;

7. Incentivar o desenvolvimento de atividades científicas, artístico-culturais, sociais e esportivas, envolvendo estudantes, servidores e sociedade;

8. Integrar e desenvolver espaços que apoiem o empreendedorismo, o cooperativismo, o associativismo, a economia solidária e que auxiliem as comunidades tradicionais, os movimentos sociais e culturais e as entidades de representação de categorias;

9. Promover atividades voltadas para o desenvolvimento, a produção, o acesso e a preservação artístico-cultural, considerando as múltiplas dimensões de cultura;

10. Intensificar as relações com instituições públicas, privadas e organizações sociais para a realização de parcerias nacionais e internacionais. 

Histórico

As práticas extensionistas vem evoluindo sempre, acompanhando a evolução da sociedade.

Ao longo de décadas, vários documentos foram elaborados para nortear políticas e ações extensionistas.

Relacionamos aqui alguns destes documentos.

DOCUMENTOS FORPROEXT - Fórum de Extensão da Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica

 

A Extensão Universitária no Brasil registra uma trajetória centenária de existência, configurando-se, em cada momento, como resultante da dinâmica dos processos sociais, econômicos, históricos e culturais. O seu reconhecimento está ancorado em marcos legais e em orientações estabelecidas a partir das discussões realizadas nos Fóruns de Pró-Reitores de Extensão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e das Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) brasileiras, que trazem contribuições de expressiva relevância à prática extensionista, por meio do regimento de conceitos, princípios, objetivos e diretrizes norteadoras das Políticas Institucionais de Extensão Universitária.

O caminho percorrido pela Extensão no IFPB segue os parâmetros práticos e conceituais oriundos da extensão universitária no Brasil, que reflete posicionamentos ideológicos próprios de cada conjuntura histórica, desde meados do século XX. Com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) – por meio da Lei nº 11.892, de 2008, que também cria os institutos federais –, vislumbra-se uma concepção mais apropriada ao perfil da Extensão, equiparada ao ensino e à pesquisa, assumindo a responsabilidade de contribuir para a efetivação e a consolidação do compromisso social da Instituição.

Em torno dessa concepção, muitas discussões e reflexões foram realizadas em prol da elaboração da política nacional de extensão tecnológica, trazendo uma visão mais comprometida com os setores populares e com os movimentos sociais, numa perspectiva de construção do fazer extensionista que proporcionasse a superação de uma perspectiva de ação extensiva do conhecimento para uma ação construída com a comunidade, de forma dialogada e compartilhada, em que esse conhecimento não representasse um objeto acabado, mas um processo de construção coletiva e democraticamente participativa.

Nesse contexto, desenvolveram-se estratégias de articulação de redes acadêmicas e comunitárias para a promoção de mudança de práticas extensionistas individualizadas para práticas coletivas, respeitando-se as singularidades sociais, econômicas e culturais.

Sob essa perspectiva, a integração da cultura representou um avanço importante para a extensão, uma vez que a ação extensionista é permeada por um complexo cultural diverso e dinâmico, construído socialmente e tradutor de um modo de ser e viver de uma sociedade. A inserção da cultura foi resultado das articulações dessas práticas coletivas, do fortalecimento das políticas culturais – nacional e interna, do Instituto – e do envolvimento dos arte-educadores e demais agentes culturais nas questões da Extensão.