O mês de janeiro pode ser encarado por muitos como uma página em branco para escrever uma nova história de vida. Pensando nisto, o mês foi escolhido por profissionais da área de psicologia para conscientizar sobre o cuidado com a saúde mental. A Campanha Janeiro Branco surgiu no Brasil em 2014 e este ano o lema principal é “o mundo pede saúde mental”.

A frase é um alerta para a maior visibilidade e prevalência de problemas emocionais a partir da pandemia iniciada em 2020 que provocou um aumento no diagnóstico de doenças psíquicas. Questões traumáticas como o luto e a vulnerabilidade passaram a ser mais frequentes e explicam este aumento.

Visando esclarecer a importância de discutir e cuidar da saúde mental, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) do Instituto Federal da Paraíba se engajou na campanha do Janeiro Branco, buscando incentivar a procura de ajuda por parte da comunidade do IFPB para evitar o agravamento de qualquer problema emocional. Segundo a coordenadora de assistência à saúde do estudante e psicóloga da PRAE, Ana Carolina Simões, “é preciso cuidar da saúde mental de janeiro a janeiro”.

A psicóloga Ana Carolina destaca que, no primeiro mês do ano, as pessoas estão mais propensas a refletirem sobre suas vidas. Por isto, pode ser o começo para buscar ajuda no enfrentamento de problemas psicológicos. “Queremos evidenciar a importância do autocuidado, conscientizar que sofrimentos psíquicos têm tratamento e podem ser prevenidos quando os riscos são percebidos”, alertou.

Um dos caminhos que o IFPB dispõe nesta luta por mais saúde mental são os Núcleos de Acompanhamento Psicossocial (NAPs) que funcionam nos campi da instituição com equipes multidisciplinares. Os NAPs foram criados durante a pandemia e, além dos profissionais do quadro do IFPB, contam com estagiários de psicologia do Unipê.

Esta política de cuidado com a saúde mental no IFPB conta com apoio da PRAE e já resultou também na elaboração de materiais de orientação como cartilhas e guia de saúde mental. Lives e rodas de conversa em redes sociais também já foram utilizadas, bem como vídeos de orientação com profissionais.

A definição mais comum usada na Organização Mundial da Saúde (OMS) é que saúde mental é um estado de bem-estar no qual um indivíduo realiza suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões da vida, trabalhar de forma produtiva e ser capaz contribuir com a comunidade. A saúde mental prejudicada está associada a rápidas mudanças sociais, condições de trabalho ou ambiente escolar estressantes, discriminação de qualquer tipo, estilo de vida não saudável, risco de violência, e violação de direitos ou dignidade individual.

“Estar consciente de si e das situações e sintomas que afetam o bem-estar pode ser fundamental para que uma determinada condição não evolua para um sofrimento maior. Lembre-se também de estar atento a sua influência no bem estar dos demais com quem interage pessoal ou profissionalmente. Em caso de sofrimento intenso, a procura por ajuda especializada é primordial”, alerta a psicóloga da PRAE.

Dados da OMS, relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%).

Pesquisas também apontam que uma em cada quatro pessoas experimenta problemas de saúde mental e falar sobre o assunto ajuda a quebrar o estigma e a discriminação que muitas ainda enfrentam. Cuide da saúde mental todos os dias de sua vida. Se precisar de ajuda procure o NAPS do seu Campus. Vamos deixar aqui os contatos.

Texto: Ana Carolina Abiahy - jonalista do IFPB/Reitoria

Arte: Pablo França - programador visual do IFPB/Reitoria